Castelo de cartas ou quebra-cabeças?

Por que é que a discussão sobre mudanças climáticas hoje em dia é tão absurdamente polarizada? Por que é que o mundo parece dividido entre aqueles que acreditam nas mudanças climáticas causadas pelo homem e os que definitivamente não acreditam, e uns parecem ter certeza de que os outros são picaretas enganadores mal intencionados?

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A revista The Economist publicou semana passada uma reportagem excelente, que sumariza a discussão científica sobre o assunto, e que recomendo muitíssimo a quem quer ir além da polêmica e realmente entender o que está acontecendo. Um dos achados da revista foi perceber que a polarização é consequência do fato de que há dois modos de olhar para a questão. Há quem ache que a ciência do clima é um castelo de cartas, e há quem ache que é um quebra-cabeças. Estes últimos acreditam que os cientistas estão lentamente adicionando peças que vão formando uma imagem. Eventualmente, uma ou outra peça não encaixa, mas o jeito de lidar com isso é ter paciência e testar outra peça, e outra, e outra. No final, a fotografia vai aparecer – esses são os “aquecimentistas”. Já os outros, que acham que estamos empilhando cartas, acreditam que, se uma delas que esteja na base da pirâmide se revelar uma fraude, todas vão despencar. Esses são os “negacionistas”.

Nos últimos meses, os negacionistas estiveram em polvorosa. Uma série de denúncias mostrou que os cientistas do IPCC andaram dando mancadas: negaram-se a compartilhar informações com adversários, utilizaram dados suspeitos, revelaram-se intolerantes e nem sempre confiáveis. Para os negacionistas – inclusive aqueles que frequentam a área de comentários deste blog – o castelo desmoronou. Como a teoria das mudanças climáticas está apoiada em alguns dados ruins, ela desabou.

Acontece que os negacionistas estão enganados: a ciência do clima não é um castelo de cartas. Ela é um quebra-cabeças.

Uma teoria é um modelo segundo o qual uma coisa funciona. Dados são observações do mundo real. Teorias se apóiam em dados. Se você fizer uma teoria lindona, mas, na hora de observar o mundo, os dados não baterem com ela, sua teoria cai e precisamos encontrar outra. No geral, dados são simples e teorias são complexas. Dados costumam ser claros, objetivos, precisos, podem ser expressos em números. Teorias tendem a ser subjetivas, especulativas, argumentativas.

Acontece que, no caso das mudanças climáticas, é o contrário: a teoria é muito mais simples que os dados. É por isso que tanta gente tem dificuldade de entender o assunto e entra na armadilha do castelo de cartas.

A teoria por trás do aquecimento global é bastante simples. Não há polêmica nenhuma sobre ela. Sua base está nas leis da termodinâmica, formuladas no século 17. A primeira dessas leis é o princípio da conservação da energia – ela diz que a energia do Universo é constante. Por essa lei, a temperatura da Terra se manterá constante desde que a quantidade de energia que entra (os raios do sol) seja igual à quantidade que sai (o calor que escapa da atmosfera). Sabe-se também que alguns gases absorvem calor – entre eles o gás carbônico – e portanto diminuem a perda de calor da atmosfera. E ninguém tem dúvidas de que a humanidade está aumentando muito a concentração desses gases – nossas melhores medições mostram que a concentração, que foi constante por 10.000 anos, tende a dobrar de 280 ppm (partes por milhão) para 560 ppm entre 1750 e 2070 (hoje a concentração é de 387 ppm). Ou seja, a teoria do aquecimento global é tão simples que pode ser comprovada usando-se apenas ciência que qualquer estudante do segundo grau conhece.

Já os dados… Os dados são complicadíssimos. Medir a temperatura de um planeta não é tão simples quanto enfiar um termômetro debaixo do braço (até porque planetas não têm braços). Há um milhão de fatores atrapalhando a precisão das medições: nuvens, fenômenos naturais cíclicos, diferenças nos critérios de medição, influências de microclimas, mudanças na paisagem da Terra ao longo dos tempos (cidades são mais quentes que florestas). Precisamos nos basear em dados incertos, fazer inferências baseadas em anéis de crescimento de árvores e gelo soterrado nos polos. Isso gera um número astronômico de incertezas. Aí pegamos essas incertezas todas e jogamos em um computador, e o computador devolve um número. É com esse número que precisamos trabalhar. É, portanto, um número tão escorregadio quanto pista de esqui.

Hoje, o melhor número que conseguimos é o seguinte: no século 21, a temperatura da Terra vai subir entre 1,1 e 6,4 graus por causas humanas. Se subir 1,1, provavelmente teremos um pequeno aumento nos furacões, nas tempestades, nas secas e nas extinções, mas não é o fim do mundo. A vida continua mais ou menos do jeito que tem sido. Se subir 6,4, os efeitos especiais de Hollywood vão ficar no chinelo na comparação com as catástrofes que vão acontecer no mundo real. Um aumento de 2 graus é normalmente visto como a fronteira entre a normalidade relativa e a tragédia.

Claro que “entre 1,1 e 6,4” é uma margem desgraçada de grande. É um nível de incerteza gigante e desconfortável. Como diz a Economist, “os céticos estão certos ao dizerem que as incertezas dominam a ciência do clima. Mas eles estão errados ao afirmarem que essas incertezas justificam a inação”. Se analisarmos estatisticamente os números do IPCC, veremos que há uma chance em dez de que não haja razão para drama. Suponha que o IPCC esteja mesmo superestimando os perigos, numa razão de 5 vezes. Ainda assim, a chance de estarmos rumando para o desastre seria de 50%. Imagine que você soubesse que seu carro tem 50% de chances de ser roubado. Você faria seguro? (Detalhe: o seguro é relativamente barato.)

Este gráfico representa a variação de temperatura na Terra no último século e meio. Ele combina várias fontes e tem um viés de alta evidente. Acrescentei-o ao post em resposta a alguns comentários que afirmam que a temperatura da Terra está baixando.

Este gráfico representa a variação de temperatura na Terra no último século e meio. Ele combina várias fontes – HadCRUT3 é o programa do Centro Hadley e Universidade de East Anglia, NCDC é da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos EUA e GISS é o programa de monitoramento do clima da Nasa. O viés de alta é evidente. Acrescentei-o ao post em resposta a um comentário que afirma que a temperatura da Terra está baixando – comentei-o no dia 30/3 às 7:23 PM. Fonte: Organização Meteorológica Mundial.

69 comentários
  1. Felipe Maddu disse:

    É um grande e complexo quebra-cabeças, fato! E o mais desesperador é que a populção aumenta cada vez mais, todo mundo querendo comprar seu carro, consumir mais e etc…

  2. Mariana disse:

    Gosto muito do subtítulo da reportagem quando diz que devemos agir precisamente por causa das incertezas que rondam a ciência do clima.

  3. denis rb disse:

    É um bom subtítulo mesmo, Mariana. Transcrevo-o:
    “Agir em relação ao clima se justifica não porque a ciência tem certezas, mas precisamente porque não tem”.

  4. Edu Di Petta disse:

    Fala Dennis, beleza. Como vc sabe, fui morar no mato pra diminuir o impacto. e no mato tentei deixar o máximo para a natureza. Mas ainda tenho muito o que fazer em casa: energia solar, por exemplo. Mas preciso capitalizar. Isso no individual. Quanto ao mundo, me chama a atenção uma ação em especial que gostaria que vc comentasse mais a fundo. Eu implico com esta hora do planeta da WWF. Acho que gastam mais energia para produzir a ação, do que economizam com o apagar. Acho uma ação muito pontual e marqueteira. Não acho que conscientiza ninguém. Vira tipo caridade entre o natal e o ano-novo, quando melhor seria pensar em compaixão e fraternidade entre o ano-novo e o natal. Mas são meus achismos. Gostaria de ouvi-lo falar. “O planeta está muito cheio de humanos”…Abração…..

  5. Surfs disse:

    “Agir em relação ao clima se justifica não porque a ciência tem certezas, mas precisamente porque não tem”.

    Concordo 100% Denis. E olha que até hoje tenho dúvidas sobre as causas do aquecimento (e até sobre o aquecimento em sí). Porém, na dúvida, é melhor prevenir do que remediar (como vovó já dizia).

    Em outras palavras: respeitar o Princípo da Precaução.

    Abs

  6. denis rb disse:

    Caro Edu Di Petta,
    Compartilho das suas dúvidas sobre a Hora do Planeta. Acho que é uma ação típica dos nossos tempos: sabemos que algo está muito errado, não sabemos exatamente o que fazer para ajudar. Torço para que, em muito pouco tempo, cada um de nós tenha clareza do que dá para fazer de concreto, e que haja no mercado alternativas razoáveis para colocar essa ação em prática. Torço para que, daqui a alguns meses, haja nas Casas Bahia um kit de energia solar fácil de instalar aí no seu paraíso na Mata Atlântica, cujo preço se pague depois de alguns anos sem conta de luz. Quando isso acontecer, a tal Hora do Planeta vai ter ficado obsoleta, porque será possível ajudar de verdade, em vez de apenas simbolicamente.

  7. ricardo galvão disse:

    O que REALMENTE me incomoda, por exemplo: No dia mundial sem carro, o prefeito foi de bicicleta e colocou mais ônibus na rua….
    Por que não fazer isso todos os dias???
    Por que só um dia de mais ônibus???
    É claro que não é sério para esses políticos é apenas moda…

  8. Felipe Maddu disse:

    Denis, quanto a energia solar eu acho que os caras, políticos, empresários do setor elétrico, não querem energia/solar eólica pq vão perder dinheiro. Eu queria em casa, não ia depender da AES, não ia dar dinheiro pra eles e ajudaria o Planeta. Se eu quiser fazer isso quanto eu ia gastar? R$ 100 mil por uma placa? Para eles é mais fácil fazer uma Belo Monte da vida, f…com os índios e populações ribeirinhas e tá tudo bem.

  9. Marcelo disse:

    Será que ainda neste século vamos encontrar geradores de energia solar a preços acessíveis ou será que vamos continuar refens dos grupos bilionários que monopolizam a produção de energia? Sério, está demorando demais para esta tecnologia chegar à casa das pessoas. Já existe alguma empresa que comercialize este produto? Quanto custa? O estado poderia incentivar (quem sabe possa até subsidiar a compra de geradores para famílias de baixa renda) a produção caseira de energia alternativa. A forma como funciona a produção e distribuição de energia n Brasil não é nada democrática. Não podemos escolher as empresas que produzem e distribuem a energia que consumimos, simplesmente não temos escolha, é aceitar as empresas que detêm o monopólio em nossas regiões, que não raro cobram preços abusivos (sem concorrência né?) ou ficar no escuro

  10. No Brasil os negacionistas tem ainda a predileção por dizer aos quatro ventos que as preocupações ambientais são obra e ato de ONGs estrangeiras que querem impedir o crescimento econômico do Brasil.

    Enqto eu, brasileiro nato que sou, gostaria de ver esse país usar seu potencial para ir ao futuro e não construir trilhos, estradas, portos e usinas para promover um crescimento econômico entre a China do século XXI e a África do século XIX. Exportando quinquilharias com base em altos custos ambientais, ou minérios e produtos agrículas sem nenhum valor agregado.

  11. Felipe Maddu disse:

    Eu tirei da cartola, quer dizer eu tava lendo as baboseiras granjeiras de Diogo Mainardi e olha a pérola que ele me solta, em sua coluna da revista do dia 23 de janeiro, “O aquecimento global é tratado com chacota. A temperatura média nos Estados Unidos diminuiu na última década: o maior poluidor do mundo está esfriando”. Lógicamente ele não citou fonte, pq deve ser não-confiável ou talvez seja de uma leitora do Reinaldo Azevedo, que comentou há um tempo atrás que passou as férias de dezembro em Miami(mas é claro!!) e tava mais frio, o que sugere que o Planeta está resfriando. E pensar que Mainardi estudou no mesmo colégio que eu!! Acho que ele não aprendeu muito!!!!!!!!

  12. Rafael disse:

    Denis,

    Eu não achei uma palavra de verdade no seu post. Não sei se é por “culpa” sua ou da economist e não me improto. Vou ler a matéria original.

    Aí vou voltar a procurar e, se achar, comento.

    Abs

  13. Luna disse:

    Tenho visto centenas de quinquilharias por ai a preco de banana que utilizam energia solar. A maioria “made in China”. Quero por energia solar na minha casa o preco esta’ por volta de $6,000.00 dolares. Um absurdo. USA ainda nao esta’ trabalhando com a seriedade e rapidez necessaria. India, anos luz na frente, esta’ utilizando a mao de obra feminina desqualificada para producao de paineis de captacao de energia solar. Solucao simultanea para os problemas sociais e ecologicos.
    Nao da’ para esperar pelas grandes corporacoes nesta questao de energia solar. Necessitamos jovens arrojados com altos sonhos, pes no chao e capacidade empresarial para tocar em frente essa parada. Quem se habilita?

  14. denis rb disse:

    Claro, Rafael,
    Fique à vontade. São dois os textos da Economist. O primeiro é um “leader”, que é o editorial deles, um texto mais opinativo:
    http://www.economist.com/opinion/displaystory.cfm?story_id=15720419
    O segundo é a reportagem propriamente dita. É um texto mais árido e técnico, mas vale muito a pena:
    http://www.economist.com/opinion/displaystory.cfm?story_id=15719298
    Infelizmente o conteúdo da Economist é aberto só para assinantes, mas vc pode se cadastrar para um “trial” grátis de 14 dias.

  15. Rafael disse:

    Bom, estou lendo o artigo e tem muito a ser observado, tanto no que a economist escreve como no que vc escreve Denis. Aliás, obrigado por colocar o link.

    Vou começar pela economist, que fez pra mim o que há de pior nessa história toda: a metáfora do quebra-cabeças versus castelo de cartas. É uma bobagem astronômica! É simples: os dados precisam apoiar a teoria ou a teoria tem de ser descartada. E esses dados podem ser tanto de fundamentação como de confirmação – o que quer dizer que não adianta eu bolar uma teoria dizendo que acontecerá Y pois atualmente X se na verdade atualmente Z, entendeu? Bem como não vale nada uma teoria que preveja que X e após observação verifique-se Y. O problema do aquecimentismo – dessa vez ganhei até menção no corpo do post né Denis? – é que a única forma de verificar as predições do modelo é esperando. E essa é uma forma terrível, pois não dá pra testar as alternativas.

    Por outro lado, problema com os dados de fundamentação é uma coisa grave: como eu vou sustentar que o mundo está esquentando se nos últimos 10 anos só esfriou? Atente, é possível, mas não com truques de retórica como essa metáfora imbecil.

    Relacionado a isso – agora falo do seu post- está um erro seu de leitura. que me chamou a atenção quando li e confirmei após ler o link da economist:

    “People often assume that data are simple, graspable and trustworthy, whereas theory is complex, recondite and slippery, and so give the former priority. In the case of climate change, as in much of science, the reverse is at least as fair a picture. Data are vexatious; theory is quite straightforward.”

    Não é que geralmente dados são simples e teorias complexas e o contrário no caso do aquecimento, como você diz. Normalmente é o contrário e nisso concordo com a Economist. Só que discordo da Economist quando ela usa essa premissa para fazer um truque: dizer que os dados são complexos e portanto estão sujeitos a interpretações e robustos a erros pois “Jigsaw types have in mind an overall picture and are open to bits being taken out, moved around or abandoned should they not fit”. Isso é um erro grosseiro. O bom de ser repetitivo é que ninguém pode dizer que estou inventando isso agora: A parte mais importante no desenvolvimento da ciência é a falsificação de modelos e teorias. Portanto, nada pode ser pior do que simplesmente descartar dados que não se encaixam – isso é errado, isso não é ciência, isso não é honesto e não serve para suportar conclusões válidas acerca do que quer que seja.

    É como dizer: “O mundo é belo, pacífico e seguro. A prosperidade abunda, a alegria é contagiante, a certeza e segurança sobre um futuro cada vez melhor são compartilhadas por todos!” E aí, mas e as guerras, as que aconteceram, que estão acontecendo e as que virão? Ah, isso nós podemos descartar. Mas e a fome, o terrorismo? Isso não se encaixa na big picture, vamos eliminar. O que dizer então das doenças, da degradação do ambiente? Ah, isso aí pode ser desconsiderado sem prejuízos para o modelo.

    Entendeu o que estou dizendo?

    Eu estou disposto a só andar a pé, só comer alface, só vestir uma túnica de algodão e só ler durante o dia com luz do sol e a abraçar cada árvore que vejo se realmente comprovar-se que o planeta está acabando por nossa culpa. Não achoq ue o impacto do ser humano seja desprezível, mas acho que existe muito mais além disso. Acho, por exemplo, que os milhares de bilhões de toneladas de gás em constante fusão nuclear logo ali na vizinhança tem mais a ver com isso do que pum de boi e escapamento de caminhonete.

    E por isso mesmo não aceito, de jeito nenhum, rótulo algum. Negacionista é o Ahmadinejad. Eu digo o que vejo, e se é diferente do que você pensa, não quer necessariamente dizer que eu é que estou errado quer?

  16. Marcelo disse:

    HAUHAUAHUAHHUAHAUHAUAHUAHUAHUUHAUAHUAH

    Este Rafael é uma figura!!

    Ele aparece aqui todo cheio de verdades absolutas, lê os nossos posts, não encontra nenhum argumento plausível para contestar as opiniões contrárias aos dogmas dele, e no fim, sem mais nem menos, diz que é tudo mentira. Simples assim.

    Não precisa argumentar, não precisa explicar como chegou à conclusão que estamos errados nem nada dessa “bobagem” de diálogo.

    Debate para ele é coisa simples, basta dizer “vcs são mentirosos!”, “Como sou dono da verdade não preciso argumentar para desconstruir as suas opiniões, basta eu dizer que é mentira e pronto”. Só falta dizer com orgulho: “aprendi a ser boçal com o Tio Rei!”

  17. Marcelo disse:

    ops, foi mal Rafel, postei antes de ver este ultimo post com os seus argumentos

  18. Rafael disse:

    Ah sim, e discordo que o texto da reportagem seja árido. 🙂

  19. Rafael disse:

    Ok Marcelo, de boa.

    Mas ressalto o seguinte: É, de fato, injusta a acusação que me é feita aqui o tempo todo que não uso de argumentos. Eles podem ser bons ou ruins, verdadeiros ou falsos, mas são argumentos. E poucas – mas as houve – os vi desmentidos. E reconheci quando isso aconteceu. Se há uma virtude que eu posso proclamar, é honestidade intelectual. E posso porque é uma simples questão de escolha, qualquer um pode ser intelectualmente honesto, o que não significa que quem não é seja um mentiroso.

    É evidente que não fico chorando à noite por causa disso. Mas eu me divertiria ainda mais se me acusassem de bobagens que eu realmente faço. Sou tão falho como qualquer um, porque me imputar logo daquilo que sou inocente?

  20. Marcelo disse:

    mas continuando…
    vc diz que os aquecimentistas simplesmente descartam dados que não se encaixam em suas teorias, isto não é verdade.

    O que acontece é que, como o Denis disse, os milhões de dados coletados por milhares de cientistas nos quatro cantos do mundo são complexos (e caóticos, lembre-se que estamos falando do clima) o suficiente para serem interpretados de maneiras extremamente arbitrárias.

    Vc acusa os aquecimentistas de, numa vasta gama de medições, e amostras, escolherem somente aqueles dados que corroboram suas teorias. Na verdade quem tem praticado muito este tipo de sabotagem científica são os negacionistas. Fazem como vc, pegam um dado qualquer que parece contrário a teoria do aquecimento e tentam fazer deste dado particular a prova da desonestidade de milhares de cientistas em todo o planeta. A verdade é que a maioria absoluta das pesquisas aponta para a confirmação da teoria. Óbvio que haverão dados conflitantes (é do clima do planeta inteiro que estamos falando), mas o mosaico está sendo montado e vai ficando cada vez mais nítido que o homem está envenenando a atmosfera e causando a mudança climática. Talvez de maneira irreversível.

    P.s. De onde foi que vc tirou que o clima do planeta está esfriando nos ultimos dez anos? Pelo menos aqui no meu estado a temperatura só aumentou nos últimos anos…

  21. Marcelo disse:

    Vc nem sempre reconhece que está errado Rafael,
    No artigo anterior vc defendia a prisão de todos os usuários de drogas e quando perguntei quem pagaria a conta por esta loucura vc simplesmente se fez de desentendido.

  22. Marcelo disse:

    Vc nem sempre reconhece que está errado Rafael,
    Só p citar um exemplo: no artigo anterior vc defendia a prisão de todos os usuários de drogas e quando perguntei quem pagaria a conta por esta loucura vc simplesmente se fez de desentendido e não falou mais sobre isso.

  23. Marcelo disse:

    ops sem querer postei duas vezes…

  24. Rafael disse:

    “Só p citar um exemplo: no artigo anterior vc defendia a prisão de todos os usuários de drogas e quando perguntei quem pagaria a conta por esta loucura vc simplesmente se fez de desentendido e não falou mais sobre isso.”

    Eu fiz isso simplesmente porque eu não defendi essa “loucura”. E também não considerei digno do meu tempo ficar explicando um desentendimento tão básico. Você – ou o Felipe, não lembro – havia apontado a incoerência que era prender quem planta e não prender quem porta. Eu simplesmente concordei que era uma incoerência – nem sequer sei se plantar dá prisão. Falei que se plantar dá 10, portar deveria dar 20 (minhas exatas palavras) mas para título de ilustração. Sinto muito, tomar isso como defender que porte de drogas dê 20 anos de prisão é um erro primário demais.

  25. Rafael disse:

    “vc diz que os aquecimentistas simplesmente descartam dados que não se encaixam em suas teorias, isto não é verdade. ”

    Eu não disse isso – a Economist disse que isso pode ser feito. Leia lá.

    Por fim, a tecla mais batida por mim: basta uma observação falsa para desmentir o todo (o caso do cisne negro de Popper). A ciência é um castelo de cartas, se lhes agrada.

  26. Felipe Maddu disse:

    Tá Rafael, mas cadê a FONTE de que tá esfriando? Tanto vc, quanto “outro carinha” ai que citei não deram a fonte.

  27. Felipe Maddu disse:

    Acho que não foi eu não, não a favor de prisão nem para quem porta nem para quem planta.

  28. Rafael disse:

    Veja aí, Marcelo, abaixo do meu comentário, o do Felipe das 06:31.

    É o típico comentário que tenho tanta preguiça de explicar que prefiro escrever um comentário dizendo que tenho preguiça de explicar.

    Tem pouco mais de um quarto de século e, comprovada e repetidamente, tem uma habilidade de leitura que eu nunca tive: entender tudo ao contrário.

  29. denis rb disse:

    Deixa eu fazer um comentário sobre essa história de que a temperatura global está baixando há uma década que o Rafael mencionou. Para ilustrar a questão, acrescentei ao post um gráfico que compila dados dos três grupos mais importantes do mundo que fazem monitoramento das temperaturas globais. A linha preta são os dados do Centro Hadley e Universidade de East Anglia, o mais reconhecido de todos, mas justamente aquele que está sob suspeita por causa do tal “Climategate”. Como se vê, seus dados são consistentes com os dados coletados independentemente por outras organizações.
    1998 foi o ano mais quente de toda a história registrada (registra-se temperatura global desde o século 19). De lá para cá, efetivamente, nenhum outro ano foi tão quente. Mas a década entre 2000 e 2009 é disparada a mais quente da história. Todos os 10 anos mais quentes já registrados na história aconteceram entre 1997 e 2009. Realmente há oscilações na temperatura – causadas por ciclos naturais, em especial as variações na radiação solar que atingem seu pico a cada 11 anos. Ninguém jamais previu que o aumento da temperatura global se daria de forma gradual ou homogênea.
    Rafael, longe de mim querer ser desrespeitoso contigo, mas eu acho que olhar para esse gráfico e afirmar que “a temperatura global está baixando há uma década” não me parece um exemplo de honestidade intelectual. Parece uma informação tirada do contexto, mais para confundir do que para informar. Talvez você não tenha visto essa gráfico antes de fazer essa afirmação. Talvez você mesmo tenha sido vítima dessa campanha de desinformação – ouviu por aí a história da década de resfriamento e a repetiu sem colocar os dados em contexto. Mas, olhando para esse gráfico, me parece que é necessário querer muito para ver aí um quadro de resfriamento global.

  30. Rafael disse:

    É fato, sua observação me tirou completamente do sério. Faça o que achar melhor.

    Mas é simples: Não há necessidade de contexto: citei um dado, pura e simplesmente. Nos últimos 10 anos a temperatura do planeta baixou. E o gráfico não faz senão confirmar isso. Ponto.

    Não acusei reversão de tendência, não afirmei que isso prova qualquer coisa.

    Mas ninguém está aqui para discutir a sério. Se é que alguém aqui é capaz disso. Não me parece,

    Passe bem.

  31. Renata disse:

    Oi Denis, eu adoro sua coluna, mas em geral não tenho paciência de entrar nos comentários. É uma pena, este poderia ser um excelente espaço de discussão de idéias para lidar com o aquecimento global (seja ele causado pelo homem ou não). Eu não entendo como alguém pode duvidar que o clima do planeta está mudando (podemos questionar as causas), evidências não faltam. Isso não quer dizer que ele aqueça de forma contínua, pelo contrário, o que tem acontecido com mais frequencia são temperaturas mais extremas (frio ou calor), mas completamente fora do padrão anterior. A minha experiência é de morar no Canadá há 3 anos, nesse tempo todos os invernos bateram recordes (seja de neve, frio ou falta de neve e de frio). Mas como estamos + perto do pólo aqui, vemos as mudanças de forma + drástica. A camada de gelo no norte está diminuindo drasticamente. Algumas aldeias Inuits que foram construidas sobre o gelo, simplesmente estão agora sobre a terra. Você pode achar que não há problema, mas a caça que eles comem foi embora junto com o gelo.

  32. Renata disse:

    A camada de gelo sobre os lagos está cada vez mais fina, o que causa vários acidente fatais. Por isso os veiculos motorizados estão sendo abandonados para voltar a usar trenós de cachorros (que percebem o perigo quando o gelo está fino demais). Não consigo mesmo acreditar que tenha gente que diga que nada está acontecendo e que o planeta está resfriando.

  33. Felipe Maddu disse:

    Denis, dá pra perceber que o clima começou a esquentar aqui haeuhaeu Mas sem trocadilhos e sem culpar unicamente os EUA. Entretanto, nota-se que a tempetatura começou a esquentar mesmo depois da 2ª guerra mundial e principalmente após os anos 80, justamente quando a supremacia do “capitalismo insustentável” prevaleceu. Tinha que existir uma mudança imediata, uma mudança de valores com o intuito de preservar o que dá para preservar. Varrer a sujeira para baixo do tapete não rola mais. Também não seria uma retomada do socialismo, não sei o que seria, que sistema. Mas esse atual não rola. No way!!!!

    PS:Vixi, tem gente que quando “perde” a discussão apela para o “non sense”.

  34. denis rb disse:

    Pois é, Renata,
    Deve ser mesmo radical a experiência diária com o clima aí no norte. Mas, daqui de São Paulo, tenho a mesma sensação. O regime de chuvas daqui este ano é simplesmente assustador – estamos quase em abril e continuam caindo tempestades diárias. O clima claramente se tornou mais extremo, na minha perspectiva.

    Entendo sua frustração – também me frustro eventualmente. Mas também não faria sentido meu trabalho se eu escrevesse apenas para quem concorda comigo. Discordância é bom – principalmente se for civilizada. É convivendo com gente diferente que se aprende. Acredito muito nisso, e estou aqui para aprender.

  35. denis rb disse:

    Felipe Maddu,
    Na verdade o carbono começou a se acumular na atmosfera num ritmo mais acelerado ainda no século 19. Mas aí as emissões ainda eram muito localizadas em poucos países, e portanto o efeito demorou para se manifestar. O problema é que o carbono fica por muitas décadas na atmosfera – portanto a gente percebe as alterações climáticas muito depois do gás que deu origem a ela ser emitido.

  36. Marcelo disse:

    “Falei que se plantar dá 10, portar deveria dar 20 (minhas exatas palavras) mas para título de ilustração. Sinto muito, tomar isso como defender que porte de drogas dê 20 anos de prisão é um erro primário demais.”

    Gostei Rafael, então vc concorda que usar uma droga não deve ser entendido como um crime mas sim como algo que deve ser tratado como uma questão de saúde pública?

  37. Felipe Maddu disse:

    Rafael, vc escreveu, “Você(Marcelo) – ou o Felipe, não lembro – havia apontado a incoerência que era prender quem planta e não prender quem porta”, por esse comentário o que eu entendi é que vc bolou uma frase ambígua e mencionou o meu nome. De qualquer forma não foi eu quem disse essa frase. E você pode não entender tudo ao contrário, mas meio-ambiente com certeza não é sua praia e parece que nem um simples gráfico você entende. E repito, qual a FONTE de que o Planeta está esfriando? Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo não conta.

  38. Felipe Maddu disse:

    Então Denis, eu já havia conversado com um amigo meu gestor ambiental sobre isso. Estamos sentindo o reflexo dos século 19 e as gerações que estão por vir, provavelmente, vão sentir o efeito do que estamos emitindo neste exato momento. Falei bobagem ou a realidade é essa mesmo? Me responde outra e quanto as placas solares, o Brasil produz? quanto custam?Sabes se tem projetos de diminuição do valor delas e popularização, ou os sonhos delas na Casas Bahia e só sonho mesmo?

  39. Marcelo disse:

    Rafael, vc percebe que usou a variação da temperatura num recorte de tempo minúsculo, apenas 10 anos, como dado confiável e suficiente para negar a tese do aquecimento global (e até as leis da termodinâmica)?
    “Por outro lado, problema com os dados de fundamentação é uma coisa grave: como eu vou sustentar que o mundo está esquentando se nos últimos 10 anos só esfriou? Atente, é possível, mas não com truques de retórica como essa metáfora imbecil.”

    Exatamente a falha que vc apontou nos aquecimentistas, descartar os dados que indicam o contrário do que defende:

    “Portanto, nada pode ser pior do que simplesmente descartar dados que não se encaixam – isso é errado, isso não é ciência, isso não é honesto e não serve para suportar conclusões válidas acerca do que quer que seja”

  40. Marcelo disse:

    Depois dessa acho que o Rafinha num volta mais…rsrsrsrsr

  41. Rafael disse:

    Marcelo, o rafinha (obrigado pela menção carinhosa) volta sim, meio que me entendi com o Denis. Voltei atrás no mais do que escrevi ontem – a rigor, na forma.

    Em frente.

  42. Rafael disse:

    Respondendo seu comentário:

    (Numa nota à parte, vc não sabe como fico feliz de ver que depois de ser criticado por citar os comentários dos outros em minhas respostas, agora outros fazem isso comigo. É, de longe, a melhor, mais saudável, respeitosa e construtiva forma de debater).

    MARCELO – Rafael, vc percebe que usou a variação da temperatura num recorte de tempo minúsculo, apenas 10 anos, como dado confiável e suficiente para negar a tese do aquecimento global (e até as leis da termodinâmica)?

    Repito meu post que vc citou: “como eu vou sustentar que o mundo está esquentando se nos últimos 10 anos só esfriou? Atente, é possível”
    Além disso, eu não estou tentando negar as leis da Termodinâmica! De onde vc tirou isso?
    Por outro lado, muito embora o recorte de tempo seja de fato pequeno e a temperatura continue alta – está no topo – estou observando a tendência apenas. É claro que os últimos anos foram quentes: Eu não disse que o planeta ficou frio, eu disse que ele resfriou. Eu não disse que isso vai durar para sempre, não disse que isso prova nada; Você precisam parar de desmentir o que não escrevi.

    O que eu disse é que esses dados – de novo, retirados de um recorte recente de tempo, mas com a importante característica de serem recentes – não corroboram a hipótese do aquecimento global antropogênico. Repito: NÃO CORROBORAM. Não disse que desmente nemq ue provam o contrário.

    O que vem em seguida? A temperatura vai disparar para cima, continuar caindo ou estabilizar? Não sei. Acho – e isso é importante – que NINGUÉM sabe.

  43. Rafael disse:

    E, para finalizar:

    “Exatamente a falha que vc apontou nos aquecimentistas, descartar os dados que indicam o contrário do que defende”

    Eu não estou descartando dados. Eu não estou negando que o planeta esquentou, não estou negando que tenham havido mudanças no clima, como um outro comentarista sugeriu.

    Não posso enfatizar isso o suficiente: Não sei se o clima está mudando ou não. Se estiver, não sei se é culpa do homem ou não. Se for, não sei é possível reverter isso ou não. Se for, não sei qual vai ser o custo. Qualquer que seja, não sei se vale a pena ser pago.

    Por isso o que critico o tempo todo é o método, é a lógica por trás. Posso amanhã, como já disse aqui, me tornar um ambientalista radical que vai fazer o Denis parecer o Ghandi da mãe natureza. ou pode acontecer o contrário. Mas antes preciso de respostas para o parágrafo acima.

    E uma observação para o Felipe: Fica assim então, você insiste em não entender o que escrevo – pois insiste em ler, mesmo depois de eu ter pedido que vc me ignore – e eu vou insistir em não te explicar o que escrevo.

  44. Marcelo disse:

    “Além disso, eu não estou tentando negar as leis da Termodinâmica! De onde vc tirou isso?”

    Vc leu o artigo do Denis? A tese do aquecimento global está solidamente apoiado nas leis da termodinâmica.

    “O que vem em seguida? A temperatura vai disparar para cima, continuar caindo ou estabilizar? Não sei. Acho – e isso é importante – que NINGUÉM sabe.”

    O que acontecerá com o clima da Terra com exatidão cartesiana como vc gostaria realmente ninguém sabe Rafael. Mas esta incerteza não é motivo para cruzar os braços e apostar a segurança ambiental do planeta inteiro. Ainda mais levando em consideração que a comunidade científica em peso defende a tese do aquecimento global.

  45. Rafael disse:

    Marcelo, eu não estou pedindo certeza e exatidão cartesianas para que se faça qualquer coisa.

    Eu só não compro a idéia de que “não temos a mínima idéia do que vai acontecer, então é melhor fazermos alguma coisa!”. Esse argumento tem sido muito colocado: pelo Denis, foi colocado pela Economist e eu não aceito ele.

    A partir daí é fácil pintar quem assume a minha posição como um voraz destruidor da natureza. Não é certo, mas é fácil, então adianto: não é verdade.

    Mas o que importa é que vende-se ao mesmo tempo o peixe da certeza apocalíptica e o da dúvida como motivo para ação. Ou seja, ora apregoam “o mundo vai acabar! se não fizermos nada, nos próximos 3,4 anos a temperatura vai subir 2,57 graus e os oceanos vão subir 2,68 metros, matando 1.532.498 pessoas!” e ora “não sabemos o que vai acontecer! temos que prevenir o que quer que venha a acontecer fazendo o que eu digo!”

    Olhando com cuidado, estou é só sendo chato mesmo, estraga-prazeres. Não proponho nada, não sei o que fazer, não tenho teoria, não tenho bandeira. Não estou nem na arquibancada: Estou na janela do meu apartamento apontando o que vejo de inconsistências – “moçada, isso aí não tá certo não…”

    Sobre as leis da termodinâmica, ainda não achei anda que eu tenha escrito que as viole. E eu as conheço muito bem…

  46. Marcelo disse:

    Rafael, vc se contradiz o tempo todo. Nem preciso repetir o comentário em que escancarei a sua hipocrisia (Marcelo disse: março 30, 2010 às 11:25 pm)

    “Não posso enfatizar isso o suficiente: Não sei se o clima está mudando ou não. Se estiver, não sei se é culpa do homem ou não. Se for, não sei é possível reverter isso ou não. Se for,

    não sei qual vai ser o custo. Qualquer que seja, não sei se vale a pena ser pago.”

    Então, melhor mesmo é deixar o planeta sifu né? É mais fácil assim né?

  47. Rafael disse:

    “Rafael, vc se contradiz o tempo todo. Nem preciso repetir o comentário em que escancarei a sua hipocrisia ”

    Alto lá! Respeito!

    Aponte onde eu me contradisse e aponte minha hipocrisia! Hipócrita é você, que inventa uma conclusão para as minhas palavras e coloca como sendo de minha autoria.

    Hipocrisia é discordar de você?

    Me explique as leis da termodinâmica Marcelo… escancare minha ignorância. Estou esperando.

    Eu me iludo fácil com as pessoas; achei que vc ia conseguir levar um debate racional.

  48. denis rb disse:

    Ok, Rafael, vc está só aí na janela dizendo “isso não está certo”.
    Por mim tudo bem, e nem sequer discordo de você – tem um monte de coisa que não está mesmo certa. Por exemplo, ignorar solicitações de céticos do clima não está certo (embora você bem saiba que, nesse clima atual de polarização, às vezes as pessoas perdem a paciência uma com as outras – talvez esse clima devesse ser culpado, mais até do que o IPCC).

    Mas, ainda que todos nós concordemos que não está certo, isso é razão para inação? Será que temos que penalizar o planeta inteiro por causa de algumas falhas metodológicas de alguns cientistas? Digo isso pelo seguinte:
    1 – Como eu disse no post, se pegarmos os melhores dados que temos disponíveis (que não são perfeitos) e minimizarmos suas conclusões por um fator de 5 vezes, ainda assim temos que há 50% de chances de a Terra enfrentar consequências desastrosas no século 21. Há muita gente séria convencida de que já esteja enfrentando.
    2 – Você diz que não sabe qual é o custo da adaptação, mas o fato é que já há sim estimativas bem sofisticadas de quanto vai sair a conta. A McKinsey fez um trabalho excelente de calcular custos da redução das emissões e de identificar oportunidades – há uma quantidade imensa de carbono cuja emissão pode ser evitada com custo zero ou mesmo negativo (o que quer dizer que a economia de matéria-prima compensa o que se vai gastar). Esses estudos estão se multiplicando pelo mundo. No mês que vem, um grupo de pesquisadores brasileiros vai divulgar uma pesquisa sobre como reduzir as emissões e os impactos delas nas megacidades brasileiras (SP e RJ). No geral, quando comparado aos possíveis custos de não fazer nada, o custo de adaptação é várias vezes menor.
    3 – Essas adaptações, se bem sucedidadas, podem ser uma oportunidade gigante. O Brasil, por razões naturais e históricas, é um dos países mais bem situados do mundo para aproveitar essas oportunidades. Mas estamos marcando touca enquanto a Europa, os EUA e a China fazem investimentos gigantescos nas suas “indústrias verdes”. Neste exato momento pode estar ocorrendo um novo boom tecnológico, parecido com o do Silicon Valley nos anos 90 – um monte de novas empresas vão surgir, um monte de novas patentes, um monte de empreendedorismo, de oportunidades. E o Brasil parece seriamente empenhado em perder mais esse trem.

    Será que é hora de ficar olhando pela janela enquanto o apito do trem soa no horizonte, ou devíamos fechar a mala e sair correndo para a estação?

  49. denis rb disse:

    Completando meu raciocínio:
    É assim que se aproveita oportunidades: apostando enquanto há incertezas. Porque, no momento em que houver certeza, todo mundo vai fazer a mesma coisa.

  50. Rafael disse:

    Denis,

    Eu concordo com tudo o que você escreveu.

    O que eu teria para observar é que eu não sei o que impede, aqueles que querem, de arrumarem as malas e partirem atrás do trem.

    É claro que faço esse questionamento pensando em indivíduos, entes privados. Governo não entra nessa equação. Aliás, meu problema todo com esse assunto vem do fator governo, da possibilidade de o governo legislar e querer dizer quem é bom e mau baseado enssa assumidamente incerta ciência.

    E, na medida em que se trata de apostas, eu mudo a minha metáfora: sou igual um mendigo dentro do casino. Não tenho um puto pra apostar – isto é, não sou empresário, político, jornalista, investidor, nada.

  51. Felipe Maddu disse:

    Para a mim a questão é a seguinte, não sou técnico nem nada, também sou imperfeito e penso do meu jeito. Para mim a Terra é como se fosse uma pessoa que um dia morrerá, como nós todos. Entretanto essa pessoa, que iria morrer naturalmente, vai sendo empurrada por outra em direção ao abismo. A gente meio que acelera o processo da coisa. Que bom se todos tivessemos a mentalidade indígena e fizessemos de Pacha mama o “nosso Deus” e não destruiríamos as florestas, os leitos dos rios ou poluiríamos o ar em nome da prosperidade individual acima da coletiva.

    Pacha Mama, do quíchua Pacha (“universo, mundo, tempo, lugar”)/ Mama (“mãe”)

  52. denis rb disse:

    Então concordo contigo também (se concordamos tanto, pq você vive brigando comigo? 🙂
    Não acho que o governo tenha que escolher os vencedores. Deixe que o mercado o faça – o mercado é péssimo para decisões morais, mas funciona que é uma beleza para criar incentivos. Crie um preço para o carbono, coloque esse preço na economia (eliminando as tais externalidades) e deixe que as pessoas escolham.

    Mas precisamos sim do estado para algumas coisas. Precisamos de linhas de crédito para projetos verdes. Precisamos de grandes projetos estruturais que mudem a lógica das coisas: por exemplo, a “inteligentilização” do nosso grid elétrico, de forma com que eu possa produzir minha própria energia e vender para a rede. O governo pode ajudar a dar escala para ideias, de maneira a torná-las mais interessantes. (Também não seria mal se ele não cometesse idiotices, do tipo reduzir o IPI para carros.)

  53. Rafael disse:

    Eu já percebi que concordamos em mais do que parece Denis. Digamos que existe uma espécie de convergência perturbada entre nossas idéias e visões de mundo 🙂

    Agora comentando o que vc colocou, o problema é que ao criar linhas de crédito para um tipo de projeto e taxar outros, o governo já está escolhendo os vencedores.

    Eu não sou economista, mas é segro afirmar que as consequencias iriam para bem além do incentivo ao desenvolvimento de projetos verdes. O que eu acho é que tem de haver uma diminuição do governo como um todo: diminuir a carga tributária para todo mundo e diminuir o custo do dinheiro – com isso aumenta a oferta de crédito privado e cada entidade financeira decide pra quem vai dar crédito: X vai dar crédito para a construção de turbinas eólicas a juros baixos? Sem dúvida Y iria oferecer crédito fácil e caro para a construção de, sei lá, usinas a carvão que são projetos de baixo risco financeiro. Essa situação de desequilíbrio encontraria, pelo própria dinâmica do mercado um ponto de equilíbrio ou causaria uma ruptura: ninguém mais iria dar crédito para usinas a vento por conta do risco ou ninguém mais iria investir em geração carvão porque daí a energia não vende.

    Existe um papel aí para o governo: chama-se infra-estrutura. Como você disse, dar acesso ao grid de energia para que cada um coloque sua energia lá e faça contratos de compra e venda de energia. Também nao sou expert nos etor de energia elétrica mas sei que de certa forma, em algum grau, isso hoje já existe.

    Eu só não vejo como se encaixa a questão moral aí, não vejo como comparar a “moral do mercado” com a “moral do governo”. O que não me impede de ser categórico”a do governo é a pior que existe, pela simples concentração de poder. No mercado, eu não gosto do jeito que voce faz, eu vou e compro de outro. No governo não: estão todos, no fim das contas, à mercê do humor do dia de algum burocrata, que pode ser um excelente profissional ou um escritor frustrado que não aprova nada sem uma “ajudinha” e que vai comprar de ou vender para quemfizer uma proposta melhor para ele (destaque) ao invés de para o pa’s, clientes, para a propria empresa, etc. Numa frase: o problema é a concentração de poder, intrinsecamente associada ao governo. No mercado o poder está distribuído – em tese, no governo, no estado, nem em tese.

  54. Monica disse:

    Denis, fico até meio desanimada com alguns cometários…e daria tanto trabalho falar sobre algumas coisas bem, bem básicas. Distribuição de poder no atual modelo de produção? Esquecimento da participação da sociedade civil, movimento social, na gestão do estado?

    Bem…fica então apenas uma “provocação”: gostaria de saber a quem o mercado financeiro – que meteu uma quantidade boa de trabalhadores e empresas da iniciativa privada na lama suja – recorreu na última CRISE?

    Eu acho a idéia perfeita: o estado fornece infra-estrutura (estado=imposto e arrecadação=nosso dinnheiro), pra que alguns predestinados da iniciativa privada obtenham lucro…e sem regulação!!!!!!!!!!!!!!! rsssss

  55. denis rb disse:

    Outra coisa que o estado pode fazer: financiar pesquisa.
    Deixa eu contar uma história.
    Eu falei aqui alguns comentários atrás sobre uma grande pesquisa científica nas megacidades brasileiras para entender o impacto das mudanças climáticas no RJ e em SP, e sugerir maneiras de mitigar esses impactos e adaptar as cidades. Sabe quem está bancando boa parte dessa pesquisa?
    O governo.
    Do Reino Unido.
    E por que diabos o governo britânico financia pesquisa sobre as duas maiores cidades do Brasil? Minha interpretação: os britânicos, em vez de olhar da janela, resolveram correr para sair na frente na hora de gerar uma indústria verde. Com isso, eles querem que o mundo os veja como especialistas no assunto. Eles querem criar um setor privado dinâmico, com empresas especializadas em adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. O governo britânico quer que o Brasil entenda o que precisa fazer para proteger suas cidades da crise ambiental porque acredita que, quando finalmente resolvermos nos mexer, acabemos contratando empresas britânicas para nos ajudar.

  56. jorji disse:

    Não importa se a temperatura da terra está esquentando ou esfriando, o consenso geral é que não podemos mais poluir o nosso planeta, estamos sujando o mar, o ar e a terra, e uma das consequências é a extinção em massa de várias espécies. É óbvio que a “evolução” é a causa de tudo, mas também a solução, no estágio em que chegamos, não tem como retroceder , também é uma certeza que um dia toda vida na terra estará extinto, mas o tempo que ainda vamos existir como espécie, depende muito do que fizermos daqui para frente.

  57. Rafael disse:

    “Distribuição de poder no atual modelo de produção? Esquecimento da participação da sociedade civil, movimento social, na gestão do estado? ”

    A sua solução é concentração de poder nas mão do estado. A minha é a descentralização de poder. Antes que alguém venha com o infantil argumento de que as empresas concentram poder, adianto que isso é uma falácia. A coca-cola, a microsoft, a apple, a lufthansa, a tim ou qualquer outra são tão poderosas quanto os consumidores permitem. Parem os indivíduos de consumir delas e veremos o que acontece.

    Sociedade civil dona Mônica, eu sei o que significa: PARTIDO. Se você não quis dizer isso, então não sabe o que está dizendo. Movimento social? Tem que ter tanta autoridade quanto eu tenho – nenhuma! Porque um grupo que representa uma minoria qualquer tem que ter mais direitos ou ser mais ouvido que qualquer sujeito comum que não fica fazendo agitação política?

    Denis, eu concordo com vc quando vc concorda comigo. É só aparecer uma destrambelhada aqui falando asneiras e você volta a me criticar. Não sou eu que brigo com você, é você que não parece atinar com suas próprias idéias. Mas essa crítica minha não é nova é?

  58. Monica disse:

    Desculpa, é que fico particularmente confusa! O estado pode regular a Saúde (pública), pode regular a Segurança (pública), a Educação (pública), a moral (pública. Ops!! a Justiça, afinal, algumas uniões civis podem outras não, alguns psicoativos podem, outros não…), mas nem pensar em regular a economia. Nesta, ninguém tasca. Pq será? O Estado até regula os brinquedinhos que saem escangalhados das fábricas (a regra é simples: a empresa usa e quebra, o Estado respalda e acolhe)

    Rafael, não tenho paciência para replicar comentários, mas o seu foi meio desrespeitoso. No seu município, no seu Estado existem Conselhos, com a participação da sociedade civil, não partidária (os conselheios usuários) que regulam, ficalizam e deliberam acerca de cada decisão, na sua esfera de governo, desde programa/política para cada setor ao montante liberado pela Fazenda pra neles investir. Eu participo mensalmente das reuniões do Conselho Estadual de Saúde – minha área – e acompanho, mesmo cansada, tudo o que é discutido, proposto, votado, deliberado neste tocante. O mesmo pode ser feito com relação às outras áreas/políticas públicas. Nunca fui filiada a nenhum partido e tenho um respeito gigante pelo Movimento Social, pq conheço perfeitamente a construção histórica da Saúde Pública no país e sei do seu papel decisivo, imprescindível pra esta construção. Não se trata de “minoria”, mas de exercício coletivo de democracia. E vc, faz o que?

    E respondendo à minha provocação, quem tirou do buraco o capital especulativo e financeiro e um setor significativo da iniciativa privada foi o ESTADO. Forjamos a lenda/falácia da auto regulação do mercado mas alguma coisa ruiu em 2008/09. Não está na hora de discutirmos e inventarmos outras vias??? No final, não é a isso o que este blog se propõe? Polarização é meio bobo, não?!

  59. jorji disse:

    É óbvio, é elementar, só um imbecil, idiota, ignorante não consegue entender que a sociedade tem tres pilares básicos que a sustentam, a religião, militar e a política (estado ), e os humanos que vivem em agrupamentos, e em função do seu mecanismo complexo de evolução, tem que ter o comando e o respaldo do estado, que tem a principal função é manter o mínimo de ordem, embasado em leis e regras, caso contrário vira uma baderna sem fim, ruim com o Estado, muitissimo pior sem ele.Essa idéia romantizada da liberdade, onde os humanos respaldados pela maravilhosa conciência, seriam capazes de estabelecer uma ordem , sem a ingerência do Estado, é uma das maiores bobagens já criadas pela fértil imaginação humana, encarem a realidade, não somos seres divinos, apenas mais uma espécie de ser vivo, e neste complexo planeta, infelizmente estamos destruindo, sem dó nem piedade, e ainda tem um monte de gente que tem estrume na cabeça que duvida, como os humanos , feitos à imagem e semelhança de Deus, são extremamente cruéis.

  60. Rafael disse:

    É Denis…

    São tempos duros esses o que vivemos. A ignorancia, a certeza bucéfala, a retórica brucutu tomaram conta. Discussão racional – e isso nao é exclusividade do seu blog – se tornou impossível.

    Isso é um mau sinal para a sociedade. Eles querem o estado tomando conta de tudo? Pois terão. Os russos de 1916 também queria o fim do czarismo e ganharam o gulag.

    Resta a alguns serem arrastados junto para o deserto, sob o peso da manada barulhenta – as Mônicas, os Felipes e outros. Excluo você dessa: Por mais que discordemos em muita coisa, vejo em você um debatente honesto e com luz própria. Posso discordar de você, radicalmente, mas você tem meu respeito por haver lastro no que você diz. Já me desculpei pelas vezes que fui desrespeitoso.

    Eu cansei de ser ofendido de graça por gente que não sabe apontar onde está o próprio nariz e de ser acusado justamente daqueles um ou dois pecados dos quais estou livre. Não tenho paciência para discutir com essa húbris gigantesca, com essa virulência adolescente. Muita gente aqui tem certezas demais e dúvidas de menos – e me acusam justamente disso!

    Ainda vou me explicar porque: Eu não sou apaixonado pelas minhas idéias. Eu não as considero moralmente superiores e nem me considero moralmente diferenciado por defender isso ou aquilo. Muitos aqui apostaram os próprios ego e alma numa idéia, numa visão de mundo – esse mal é comuníssimo. Eles vão antes mentir e matar de assumirem-se errados, mudarem de idéia ou mesmo ponderarem uma visão contrária. Vão incendiar quem discorde deles antes de contestarem qualquer argumento.

    É evidente que tudo isso é metafórico, entenderam irritadinhos?

    Então Denis, numa boa, despeço-me de você.

    Abraços

    Rafael

  61. jorji disse:

    Denis, o maior pepino não são as cidades, com tecnologia logo se resolve, é no campo, na produção de alimentos o grande desafio da humanidade, como produzir muito mais alimentos em menor espaço, e reflorestar o que destruimos, como preservar as espécies de seres vivos que restam, porque é uma covardia essa briga entre os humanos contra os leões por exemplo, na disputa pelo espaço, é nos mares, como pescar sem ameaçar de extinção os seres que habitam os mares, é acima de tudo a questão de preservação da vida, como alimentar os humanos sem ameaçar outras espécies.

  62. RenanF disse:

    Aquecimento Global já virou uma religião, mas não passa de uma seita.

  63. Felipe Maddu disse:

    Eu to voltando para a discussão agora e tenho que comentar sobre o que o pensador-mor Rafael diz (heueahe) Eita linguajar copiado, como sempre, floreando as palavras para esconder o vazio intelectual. Primeiro tenho que dizer, olhando mais atentamente ao gráfico, que houve sim uma queda da temperatura em alguns momentos(viu Rafa, não há certeza absolutas). Mas o fato é que o viés é de alta, não há como negar. Ninguém nunca ofendeu você, a gente só emitiu nossas opiniões, oras, como você. Outra coisa, ninguém vai matar ninguém por IDEIAS e sua falta de paixão pelas suas só demonstra o quanto são rasas. Por exemplo comparar sociedade civil com comunismo, nada a ver. A SC tem que justamente se contrapor a força do Estado, é elementar.

    PS:”Cansei”, acho que já ouvi esse discurso antes hahaha

  64. Cínthia disse:

    Deixando o lado trágico de lado…
    Iria ser cômico ver esses idiotas enterrados em suas cartas de baralho.
    Afff,,, uns diziam: “só acredito vendo!” Abra os olhos paspalho.
    O mundo está mudando SIM, só não ver quem não quer.
    Espero que os que querem se unam para lutar por esse planeta…
    ( tah parecendo liga da justiça ), mas é assim, pior do que os que ficam contra, é aquele que sabe que está errado e não faz nada pra mudar.

  65. hacs disse:

    Oi Denis,

    Ha outras indefinicoes que dizem respeito aa existencia de mecanismos compensatorios na complexa teia de efeitos e contra efeitos do clima. Mais ainda, dado um desvio (provocado pela acao humana, por exemplo), o que desencadeia? Depende do tamanho do desvio? Quanto tempo demora para retornar aa normalidade? Sempre retorna? Etc. Essas informacoes sao essenciais para qualquer previsao mais acurada. Nesse sentido, se assumir, como varios modelos que geraram previsoes mais sombrias, que a dinamica do clima contem mecanismos que reforcam o desvio inicial, nao eh muito “cientifico”, gerando mais “aquecimento” ideologico do que “preservacao” da racionalidade cientifica. Em outras palavras, a ciencia do clima precisa ser resgatada do engajamento aquecimentista e/ou negacionista.

    Abs.

  66. Bruno Elias disse:

    Eu nem li a coluna inteira, apenas a parte q aparece na VEJA. Mas eu faço a seguinte pergunta: como que sabem que a temperatura global ira aumentar, no seculo XXI, entre 1.1 e 6.4 graus, se os meterologistas atuais nao conseguem prever com exatidao se ira chover daqui a 2 dias?
    Obrigado

  67. Mauro Soares disse:

    Olá Dennis, meu nome é Mauro e hoje que tomei conhecimento de seu blog. Andei lendo várias postagens e, como esse assunto é muito polêmico e sou formado em biologia, fiquei interessado a ponto de ler os comentários.

    Outro dia estava conversando com uma amiga justamente sobre o presente assunto. Entre vários argumentos, fundamentados ou não, percebi nela medo de que o aquecimento global seja verdade e por isso ela preferir negar que esteja acontecendo.

    Tive que explicar que aquecimentos e glaciações são cíclicos, que saímos de uma era glacial já algum tempo e desde então seguimos em um processo de aquecimento. Então ela me perguntou: “se é cíclico, qual é o problema?” Respondi que o problema desse aquecimento é que com a “ajuda” do ser humano ele está acontecendo de forma muito acelerada, e por causa disso, além de vários outros possíveis problemas, muitas espécies não irão ter tempo de se adaptarem às mudanças e se extinguirão, como por exemplo o urso polar que depende da agua congelada para caçar focas.

    Entre argumentos e contra-argumentos, feitos pela minha amiga e lidos nos comentários dessa postagem, incluindo os que incluem teorias conspiratórias e os que nem entendi por que estão nessa aqui, cheguei a uma conclusão. Independente da certeza, ou da ausência dela, de que esteja ocorrendo aquecimento globlal, que mal teria sermos “pessimistas” e tentar desacelerar esse processo? Não digo impedir o aquecimento porque, como é um ciclo, se impedíssemos este ciclo estaríamos interferindo na dinâmica do nosso planeta, o que também não é correto.

    Para pensar: Partindo da premissa de que as medidas para desalerar o aquecimento global seja: reduzir as emissões de CO2, reduzir desmatamento e poluição, ocupação racional do solo e uso racional dos recursos hídricos e minerais (nota-se que todos esses problemas podem ser resolvidos com educação ou com educação e pesquisa).

    Se não fizermos nada e realmente estiver acontecendo um aquecimento, vamos sofrer mais por acentuá-lo. Se realmente estiver ocorrendo aquecimento e tentarmo retardá-lo, estaremos nos ajudando. Se não estiver ocorrendo aquecimento global acelerado, e mesmo assim tomar-mos medidas como se estivesse ocorrendo, o máximo que consigo enxergar é que estaríamos melhorando nossa qualidade de vida. Então, nesta duvida, qual seria a melhor postura a ser tomada?

    Grato pela atenção e parabéns pelo Blog.

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