Como se fosse futebol

Futebol, para mim, não é um esporte. É um assunto para se discutir. É um campo de batalha retórica.

Não entendo nada do assunto – desconheço esquemas táticos, não sei recitar escalações passadas, não enxergo sutilezas em campo. Jogo desgraçadamente mal, tão mal quanto é possível jogar. Ainda assim, adoro futebol. Adoro falar sobre futebol. Para mim, futebol é narrativa. O que está em jogo é a história que eu vou contar depois. Falar sobre futebol, para mim, é meio como escrever ficção.

Sou corintiano. Assisto aos jogos, torço para o Corinthians. Depois, invento uma narrativa gloriosa, heróica. Aí vou provocar meus amigos sãopaulinos e palmeirenses com essa narrativa. Lógico que eles também criam a narrativa deles. Aí ficamos brigando de mentirinha com palavras. Obviamente nunca ninguém sai vencedor dessa batalha retórica.

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Por exemplo, semana passada o Corinthians foi desclassificado do Campeonato Paulista. Imediatamente elaborei uma história: foi melhor assim, agora focamos na Libertadores, que é o que importa. Mas, até o ano passado, eu costumava dizer para todo mundo que não dou a menor bola para a Libertadores – campeonatinho vagabundo cheio de bolivianos (afinal, como o Corinthians nunca ganhou a Libertadores, o melhor é menosprezá-la). Não se exige coerência nessas discussões futebolísticas – pelo contrário, quanto mais criativa e absurda a argumentação, melhor.

Ou seja, no futebol, para mim, não se perde nunca. Ou somos os vencedores ou os mártires, ou somos merecedores ou injustiçados – somos sempre heróis.

Isso é divertido. É uma brincadeira.

Mas o que eu acho menos engraçado é que esse estilo de debate – polarizado, desonesto e que não chega a lugar nenhum – parece ter dominado outros assuntos muito mais sérios do que a crônica esportiva. A discussão política, por exemplo. Para onde olho, vejo gente defendendo o PT ou atacando o PT. Uns são anti-Lula independentemente dos fatos, outros são pró não importa o que aconteça. Quem acompanha a discussão não consegue nem entender o que está acontecendo de verdade – as narrativas são tão fantasiosas que não dá para saber em quem acreditar.

Vejo o mesmo acontecer com outros temas que tento discutir a sério aqui no blog. Se falo que nossas leis anti-drogas são burras e ineficazes logo aparece alguém dizendo que eu sou um maconheiro lesado que só quer comprar droga sem ser preso. Se discuto como preparar a sociedade para as iminentes mudanças climáticas, em minutos alguém me acusa de fazer parte de uma conspiração estatizante.

Ninguém parece disposto a discutir com sinceridade – ouvir opiniões conflitantes, pesá-las, levá-las a sério, juntar dados, observar, aprender. Todo mundo parece já ter escolhido o seu time e estar disposto a inventar histórias para continuar acreditando naquilo em que já acredita. Ninguém reconhece que haja méritos em outros jeitos de pensar – ou se está 100% certo ou 100% errado.

Não tenho nada contra o direito de se discutir dessa maneira, claro. Eu entendo o prazer de inventar histórias – afinal, também faço isso, quando o assunto é futebol. Mas eu não espero que ninguém leve a sério minhas opiniões futebolísticas. E não entendo por que tanta gente leva tão a sério esse pessoal que discute política como se fosse futebol.

Foto: DRB (CC)

106 comentários
  1. Felipe Maddu disse:

    Caro Denis, eu acho que essa discussão política é extremamente prejudicial ao país. Eu confesso que pendo para o lado petista, mas acho que muito mais por ter crescido com pessoas de esquerda e pela falta de estadistas que pensem como eu (existe de fato, algum que leve a cabo o desenvolvimento social e econômico e que dá valor também para a sustentabilidade e a cultura?) do que porque gosto do partido. Também acho que a mídia é muito mais dura com o PT do que com o PSDB(até pq o PT é poder central, contudo faz vista grossa ao governo estadual, críticas são raras e é fato que há muitas falhas no governo municipal/estadual). E é injusto as pessoas ficarem chamando os petistas de “petralhas”, de bandidos, enquanto nos outros partidos não tem nenhum santinho. Além do que o PT não é só o núcleo duro e sim milhares de simpatizantes que não tem a mão suja e que lutaram pela democracia brasileira. Outra coisa, a mídia paulista foca no PT e por baixo dos panos o PMDB, que é o maior partido do país, passa a margem. PSDB e PT tinham que, juntos, tentar reformar a política e parar de brigas bobas, são quase a mesma coisa na realidade.

  2. Felipe Maddu disse:

    E viva o coringão!!!!!!!

  3. Moacir disse:

    Felipe Maddu, desculpe-me, mas PSDB e PT não são, nem de longe, a “mesma coisa” como você afirma. Enquanto o PSDB tem uma bela história democrática, o PT vem tentando, aos poucos, cercear a liberdade de imprensa e nossos direitos, tudo na esteira do politicamente correto e dos tais idealismos de esquerda. Sinto muito se você não tem percebido as últimas tentativas do partido para o qual você “pende” de assaltar a democracia.

    Quanto ao Dennis Russo… Há, conheço seu estilo desde os tempos da Superinteressante. À época, foi publicada uma reportagem memorável, “A verdade sobre a maconha”, capa da revista, assinada por este senhor. Altamente tendenciosa, fazia-nos crer que não haviam argumentos científicos que sustentassem a proibição da maconha. Ora, maconha não faz mal, não é mesmo? Claro que a revista bateu recordes nas bancas, mas eu, e todos os jovens que, à época não nos deixamos seduzir por esse tipo de conversa em uma revista pretensamente científica, cancelamos a assinatura.

    Não se trata, senhor Burgierman, de não querer debater; a questão é que, sob a desculpa de se debate, tende-se a abarcar todas as mistificações e ideologias e empurrar goela abaixo dos mais desatentos.

  4. Lucas M. disse:

    Esse texto foi um golaço, Dennis!

  5. jorji disse:

    É, todo mundo tem um grande defeito, o do Denis é ser corintiano!

  6. Flávio disse:

    “Todo mundo parece já ter escolhido o seu time e estar disposto a inventar histórias para continuar acreditando naquilo em que já acredita.” O único detalhe em que eu discordo nessa afirmação é o “todo mundo”. A maioria faz isso, mas todo mundo não.
    Mas o problema mesmo é generalizar. A política é um jogo, e o resultado desse jogo influncia diretamente nas nossas vidas, querendo ou não. Confesso que eu torço para determinados partidos e grupos políticos, como se fosse futebol, mas em época de eleições, quando o resultado perseguido é mais objetivo, digamos assim. Depois disso, mesmo que o meu candidato tenha vencido, não me sinto na menor obrigação de justificar as suas besteiras ou limpar a sua sujeira.

  7. Diego disse:

    “… campeonatinho vagabundo (!?) cheio de bolivianos (!?)

  8. Diego disse:

    No mérito… concordo na íntegra!

  9. denis rb disse:

    Apenas para deixar registrado:
    Eu jamais escrevi em lugar nenhum que maconha não faça mal.
    O Moacir está mentindo.

  10. Leonardo Xavier disse:

    Eu concordo de certa forma algumas atitudes que se vê ao discutir política são semelhantes a do futebol. As pessoas adotam um time e fazem para justificar o fato de ter escolhido um dos lados. Nessas horas, haja tentativas de se justificar por um passado glorioso da ideologia do partido A ou B. No entanto, ao contrário do futebol onde um time que hoje anda mal das pernas pode se sustentar pelo seu passado de glória, eu acho que um país não pode viver das glórias passadas de determinado partido. No caso de uma nação as pessoas tem que torcer pelo time está atuando de maneira correta agora. Eu acho impressionante como ocorre justo o contrário.

    As pessoas tendem a defender passionalmente um partido não pela sua verdadei atuação, mas sim pela sua ideologia. Não me importa se eu elegi um candidato de um partido A por que eu acredito naquela ideologia, mas se ele estiver agindo de má fé, eu acho que a atitude mais correta é rever minha postura e me manifestar contra esse tipo.

  11. Victor M. R. Speranza disse:

    Muito boa a coluna essa semana Denis!
    Uma pena mesmo alguns não saberem debater, parecem que querem ganhar um do outro deixando o melhor comentário, mais cheio de comparações, sem sinceridade, e uns até mentem pra parecer que a verdade é ele quem dita! Impressionante, não é!

  12. Arthur disse:

    Opa Denis, tb sou corinthiano, e nunca vi um time ser tão massacrado pelos demais !! Há tanto preconceito e discriminação que me deixa decepcionado, falam em maloqueiros, bandidos, traficantes, analfabetos, sendo que isso é maldade pura. Quantos trabalhadores honestos, pessoas estudadas e íntegras conheço torcendo pelo timão !! Fico pensando que o futebol separa as pessoas onde um esporte deveria uní-las. Triste

  13. Moacir disse:

    Russo, não estou mentindo e você sabe muito bem disso. Trecho da reportagem assinada por você e Alceu Nunes: “Por que a maconha é proibida? Porque faz mal à saúde. Será mesmo? Então, por que o bacon não é proibido? Ou as anfetaminas? E, diga-se de passagem, nenhum mal sério à saúde foi comprovado para o uso esporádico de maconha. A guerra contra essa planta foi motivada muito mais por fatores raciais, econômicos, políticos e morais do que por argumentos científicos”. O que seria um “mal sério” eu não sei, mas basta uma rápida interpretação de texto para tirar algumas conclusões, não é verdade? No debate sobre a descriminação da maconha, essa reportagem me pareceu extremamente “corinthiana” (ou “flamenguista”, “são paulina”, etc), se é que me entendem…
    Só para finalizar, eis o melhor trecho da reportagem: “[a proibição da maconha] Tem raízes também na bem-sucedida estratégia de dominação dos Estados Unidos sobre o planeta. E, é claro, guarda relação com o moralismo judaico-cristão (e principalmente protestante-puritano), que não aceita a idéia do prazer sem merecimento – pelo mesmo motivo, no passado, condenou-se a masturbação”. Essa é a linha do “debate” que você propõe? Se você me chama de mentiroso, posso lhe chamar, no mínimo, de irresponsável, bem como a editora, por veicular uma visão parcialíssima (para usar um superlativo) do assunto em uma revista cujo público-alvo é formado, em sua grande mairoria, por adolescentes e jovens.

  14. Felipe Maddu disse:

    Moacir, eu ficaria aqui falando várias coisas que não são muito democráticas do PSDB(sem contar o DEM, que não sei como os tucanos se aliaram a tamanha congregação de oligarcas, e do recém aliado Quércia), mas eu não sou pago para defender o PT e também não sou chapa-branca. Aliás, muitos quadros do PSDB são oriundas da esquerda, até se consideram de esquerda, para ver como as coisas não são tam simples assim.

    PS: Esse negócio de censura é a coisa mais estapafúrdia que já ouvi falar. Isso não existe. É coisa de 64.

  15. Mário Lucas disse:

    Caro Moacir, um texto pode ser interpretado da maneira que o leitor quiser interpretar, existem infinitas interpretações de uma mesma coisa. Mas dentre estas infinitas interpretações, algumas são equivocadas, outras não, dependendo do critério.
    Devo lhe dizer que sua interpretação sobre a matéria de Super-interessante é preconceituoso! Você não leu o texto com imparcialidade, com intuito de refletir sobre as idéias ali propostas.
    Como pude perceber você é contra a maconha, sua opinião já está formada, sendo assim você não tem disposição para discutir sobre assunto, “ouvir opiniões conflitantes, pesá-las, levá-las a sério, juntar dados, observar, aprender”. São pessoas como você que o post desta semana crítica.

  16. Moacir disse:

    Felipe Maddu disse:
    abril 13, 2010 às 10:39 am

    É mesmo Felipe? Coisa de 64? Aconselho a leitura atenta de algumas propostas aprovadas na Conferência de Cultura, do Programa Nacional de Direitos Humanos, as afirmações de nosso ilustre presidente com relação ao TSE, dentre outras. Acho que a censura é mesmo coisa de 64, e por isso afirmo que deve permanecer nos livros de história!
    Não vou me estender quanto à questão das coisas “não muito” democráticas do PSDB, pois, como você, não sou militante partidário. Mas bem que gostaria de conhecê-las, sinceramente. Se você puder me dar uma luz, agradeço.

  17. Moacir disse:

    Mário Lucas disse:
    abril 13, 2010 às 12:04 pm

    Exatamente, Mário: algumas interpretações são equivocadas. Um texto veiculado em uma revista científica, portanto, não deve dar margem a interpretações nem de pessoas como eu (que sou, de fato, contra a descriminação da maconha), nem daqueles que estão loucos por dizer “tá vendo?! ó aqui a revista pra provar!”. O texto deve informar, de preferência com enbasamento científico. Não disse em lugar algum que o Sr. Burgierman afirmou isso ou aquilo diretamente. No entanto, como afirmei, o seu texto é parcial demais para uma revista científica.
    Todos os meus comentários, inclusive os que citam a reportagem a respeito da maconha, são para dizer que, em determinados assuntos, devemos sim assumir uma postura. A relativização de certas questões, tais como a censura (ou a política nuclear iraniana) pode ser perigosa. Não estou dizendo que não deva haver debate a respeito da maconha, propriamente, mas lembro que em outros tempos me decepcionei com a postura da revista Superinteressante que, ao invés de incentivar o tal debate, apenas empobrecia-o com uma reportagem que mais justifica a maconha que qualquer outra coisa. E essa reportagem, por acaso, é assinada pelo Sr. Burgierman, favorável à discussão, desde que não se tome partido inflamado em favor de algo.
    E o que tem a ver ter uma opinião formada com ter ou não disposição para o debate? Então um debate só há com pessoas que não tem opinião formada? Fico imaginando o debate a respeito, sei lá, da liberação da maconha com essas pessoas sem opinião formada:
    – Será que devemos liberar a maconha?, pergunta um.
    – Sei lá, pode ser bom, pode ser mal… O que você acha?
    – Estou na dúvida: não pensei muito a respeito, responde outro.
    – Não temos opinião quanto a isso, respondem todos.

  18. Moacir disse:

    Desculpem, *embasamento

  19. denis rb disse:

    Exato, Moacir.

    Eu não escrevi que maconha não faça mal. Escrevi sim que o uso esporádico de maconha não causa males graves – há uma imensa diferença entre uma coisa e outra. Escrevi também que a proibição da maconha não ocorreu por preocupação com a saúde – esse discurso sanitarista surgiu décadas depois da proibição, quando começaram a se acumular evidências de que as premissas da proibição eram falsas. Tem um livro chamado “Drugs and Drug Policy in America – a Documentary History” (Steven R. Belenko, 2000) que traz as transcrições de todos os documentos da história da proibição – se você quiser consultar as fontes primárias elas estão todas lá e eu, sem ironia nenhuma, teria prazer em emprestar o livro. Tem um outro livro chamado “The Science of Marijuana”, um resumo de toda a pesquisa médico-científica sobre a droga, compilado pelo governo britânico, no qual me apoiei para fazer as afirmações acima.

    Mas tem algo que eu preciso dizer: aquela reportagem sobre maconha que publiquei 8 anos atrás não é minha favorita. Voltei a abordar o assunto anos depois, num livro que lancei, “Maconha”, pela Superinteressante. Acho que consegui no livro uma abordagem mais aprofundada e equilibrada.

  20. Marcelo disse:

    Aeeh Denis vc já viu o curta “the story of stuff”? Muito bom cara!!! \o/

    Em 20 min ela conta de uma maneira bem simples a verdade sobre a maneira absurda e suícida como a espécie humana administra o planeta.

    sério gente, vale a pena!

    http://video.google.com/videoplay?docid=-3412294239230716755#

    Vc tbm Felipe M., não perca!!

  21. Monica disse:

    Sei que a proposta do post não é suscitar esta discussão, mas segue abaixo o link do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos, onde alguns bons e interessantes textos, artigos, teses, bem como livros problematizando a questão da produção, da distribuição e do consumo de ‘substâncias’ estão disponibilizados para leitura .

    http://www.neip.info/

    A propósito, segue ainda uma citação de um dos textos:

    “O livro Maconha de Denis Burgierman, recém-editado pela Coleção Para Saber
    Mais da Revista SuperInteressante, parte de uma postura virtuosa e arriscada: adentrar na
    discussão sobre essa droga psicoativa de uso tão disseminado quanto de preconceitos
    arraigados, com o objetivo de abrir um debate ponderado e desmistificador. O principal
    alvo do autor é inaugurar um espaço de reflexão sobre a maconha que evite as
    desinformações veiculadas pelas mídias, especialistas, oportunistas e discursos
    governamentais. Ao concluir a leitura, percebe-se que a preocupação em colocar a o
    problema da maconha em linguagem direta e acessível tornou possível a construção de um
    texto claro e diferenciado no atual panorama jornalístico, e mesmo acadêmico, dos estudos
    sobre psicoativos no Brasil”.

    (RODRIGUES, T. A guerra da Cannabis. Resenha do livro: BURGIERMAN, Denis; Maconha, São Paulo, Editora Abril, 2002, 121pp. Acessível em http://www.neip.info/ )

  22. Memyself disse:

    Denis, o resultado de ações políticas, como votar em pessoas com tendências totalitárias, absolutistas, pode resultar em consequências nefastas como um pndh, por exemplo. Pode ter como resultado, inclusive, não haver mais eleições livres, mas apenas no estilo chavista ou iraniano. Futebol é jogo, é paixão, é brincadeira. Não há destinos de pessoas ou países dependendo do resultado da partida.

    Quando o conflito de opiniões se dá em torno de termos absolutos como liberdade de imprensa e de pensamento, democracia, honestidade, respeito à Constituição, direito à propriedade, direito de decidir o que seu filho vai aprender na escola, de fato não há compromisso. Não há como reconhecer mérito em quem trabalha para destruí-los.

    Moacir, de diversos comentários: congrats.

  23. denis rb disse:

    Verdade, Memyself,
    Totalitarismo é uma doença epidêmica brasileira. Nossa política é autoritária, nossas empresas são autoritárias, nossas famílias são autoritárias, nossa direita é autoritária, nossa esquerda é autoritária. Nossos partidos políticos são imensamente autoritários – basta olhar a forma como os dois principais escolheram seus candidatos a presidente, em salas fechadas com acesso apenas para marketeiros e líderes partidários, sem sequer perguntar ao Brasil, sem dar chance a pretendentes dialogarem com a sociedade, para confirmar isso. Corremos sim o risco de que governantes minem instituições democráticas, e precisamos estar vigilantes para evitar isso.
    Mas imaginar que essa tendência autoritária esteja circunscrita a um ou outro grupo político é virar torcedor. A esquerda não tem monopólio do autoritarismo – qualquer um que tenha idade suficiente sabe disso.
    Eu acho que, se o problema é o autoritarismo, seria mais produtivo discutirmos formas de combater o autoritarismo, em vez de prosseguir o dialogo de surdos no qual o autoritário é sempre o outro, enquanto os nossos são santos.

  24. Felipe Maddu disse:

    Imbecilidades à parte Denis, não quero saber nem de p… de Marx, nem de Locke. Eu queria falar de coisas mais importantes e saber se você sabe qual o impacto real da Belo Monte, seu posicionamento sobre a obra. Eu sou desde já contra a construção e não dá para acreditar que a oposição nada falou sobre o assunto(pessoas como Káia Abreu e latifundiários não conta), ficando em cima do muro e precisa vir um gringo aqui falar sobre isso. Acho que com o dinheiro que vão colocar no negócio dava para a gente começar a construir usina eólicas/solares. Incrível como a gente tem tantos recursos, mas não investe na sustentabilidade. Nesse sentido também são muito parecidos PT e PSDB.

  25. Felipe Maddu disse:

    Deviam na verdade tirar todos e renovar geral. E só poderiam ter direito a um mandato, para não “enraizarem” no poder. Político não derveria ser um político profissional.

  26. Acir disse:

    Parabéns ao Moacir e à Memyself pelos comentários. Concordo com ambos no que se refere à defesa de valores que consideramos fundamentais à nossa sociedade, à nos mesmos e aos nossos filhos. A isso chamo de princípios. Discutir questões que afetem à todos é um dos pricípios democráticos, e todos têm o direito de se expressar. Mas espera-se que as escolhas nascidas destas discussões, através do entendimento da maioria da sociedade, sejam entendidas como benéficas a todos. Aceitar imposições de qualquer grupo de interesse, contrárias à opinião da sociedade como um todo, não é democracia, mas a ditadura das minorias.

  27. Felipe Maddu disse:

    Acir, esqueceram de falar da ditadura de mercado, que é igualmente prejudicial a todos. A crise dos “subprimes” não nos deixa mentir.

  28. Rinaldy Andrade de Recife disse:

    Quando eu era adolescente joga futebol de pelada, comentava um pouco e até torcia de longe. De algum tempo para cá, acho futebol profissional, produto de delirio e alienante fantasia. Veja quanto se investe para uma copa, absurdos… Vejo essa paixão pelo esporte (que os outros jogam) e ganham muito dinheiro, pura alenação. Jovens se matando, jogando recursos fora para nada, é a mídia construindo uma sociedade sem valores concretos, isto abre portas p/ aumentar consumo de drogas, violencia, leviandade, etc. Em nosso tempo as coisas são cada vez mais relativas, descartáveis, meio sem rumo, pessoas bem informadas cometendo loucuras primitivas, mas é o circo e o pão,
    quando se tem muito pão(recursos financeiros), então vamos fazer circo, o luxo e o lixo, lixo de todo tipo ( e na política então….).

  29. Marcelo Samsa disse:

    Democracia é o cumprimento da vontade da maioria, mas também é, principalmente, o cumprimento de garantia do direito das minorias. Posso ser católico, mas devo lutar até o limite de minhas forças para que o adepto do candomblé tenha direito de expressar a sua religiosidade. Democracia que garanta só a vontade da maioria não é democracia. Para que se tenha democracia é preciso entender, aceitar e conviver com a minoria, com o diferente. Esse é o exercício democrático mais difícil. O fato é que há muitos usuários de drogas, a grande maioria com certeza, que não oferece nenhum risco a sociedade. São como os consumidores de bebidas alcoólicas que em sua maioria não andam por aí degradando a sociedade, famílias, etc. Há casos de usuários problemáticos e para estes o estado tem de garantir meios para sua recuperação, ou pelo menos minimizar-lhes os danos. Não é com proibição e leis anti-drogas burras e ineficazes que se resolve problemas como esses.

  30. Moacir disse:

    denis rb disse:
    abril 13, 2010 às 11:29 pm

    Belíssima leitura de autoritarismo, Burgierman. De fato, até mesmo as leis, a constituição, nossos princípios podem ser considerados autoritários. No entanto, a discussão girou mais em torno do autoritarismo no sentido político. Aliás, quando me referi à distinção entre PT e PSDB (em suas ações ao longo da última década) me referi mais propriamente ao caráter totalitário (diferente do conceito de autoritário) de certas ações do primeiro, o que não dá para discutir. Fiquei pensativo quanto a este ponto do seu comentário “imaginar que essa tendência autoritária esteja circunscrita a um ou outro grupo político é virar torcedor”. Já pensou a dúvida que havia entre os valores dos girondinos e os dos jacobinos na revolução francesa? Assumir uma escolha lá devia ser bastante difícil…

    Quanto ao seu primeiro comentário, agradeço a recomendação de leitura. Inclusive já li o “The Science of Marijuana” (excelente). Quanto ao seu livro, propriamente, confesso que não vou ler: vai que, sei lá, daqui a uns oito anos você não o considere entre os seus favoritos… hehehe.

  31. Moacir disse:

    Felipe Maddu disse:
    abril 14, 2010 às 10:37 am

    Felipe, de fato a ditara de mercado é terrível. É o tipo de coisa que não existe, por exemplo, em Cuba ou na Coréia do Norte. Assim como a internet, iphone, LCD, entre outras bobagens.

  32. denis rb disse:

    Felipe Maddu,
    Acho que a polêmica sobre Belo Monte é um bom exemplo da forma como o debate ocorre no Brasil. O que se vê sobre o assunto são questionamentos sobre o caráter ou a inteligência do lado oposto. E agora essa bobagem de ter gente ofendida porque um diretor de Hollywood se pronunciou sobre o assunto. Qual o problema de James Cameron ter uma opinião sobre Belo Monte? Eu também tenho um monte de opiniões sobre futebol americano, por exemplo (é um esporte chato). Toda essa polêmica sobre ele ter ou não direito de se expressar sobre o assunto é, para mim, uma prova do nosso caráter autoritário. Deixe que qualquer um fale sobre qualquer coisa – quanto mais gente discutindo, melhor.
    Enquanto isso, não vejo ninguém discutir o custo do empreendimento em comparação a outras alternativas. Não vejo um debate sério dentro do governo sobre modernizar nossa rede elétrica, de maneira a reduzir o imenso desperdício (coisa de 20%). Cadê o debate sobre implantar um grid elétrico inteligente no Brasil? Não vejo conversas produtivas sobre os problemas ambientais de Belo Monte e formas racionais de minimizá-los.
    Para mim, não se trata de ser a favor ou contra Belo Monte: trata-se de conhecer as opções disponíveis e de convidar a sociedade para escolher. Mas a sociedade não é convidada – as decisões são tomadas às escondidas, o licenciamento ambiental sofre pressões políticas e fala-se de tudo (até do factóide Cameron), menos do que importa.
    Sei de uma coisa: precisamos sim de uma economia de baixo carbono e, portanto, hidrelétricas são sim opções interessantes (assim como usinas nucleares). Os rios da Amazônia têm um potencial imenso para gerar energia elétrica e, portanto, essas opções precisam no mínimo ser consideradas. Mas encher um reservatório hidrelétrico é algo tristíssimo – é trágico alagar um pedação do mundo e, com ele, a história de um monte de gente e um bocado de biodiversidade. Essas discussões são importantes. Precisamos aprender a tratá-las direito.

  33. jorji disse:

    Galera, saudações santistas antes de tudo, o ser humano é assim mesmo, é como aquele avestruz que coloca a cabeça dentro de um buraco. A incapacidade de ouvir e refletir opiniões conflitantes é atributo de poucos, a grande maioria se acha o dono da verdade, vivemos em uma sociedade autoritária, como diz o Denis, e mudar esse quadro a curto e médio prazo é impossível.

  34. Memyself disse:

    denis rb disse:
    abril 13, 2010 às 11:29 pm
    Denis, só a cada partido interessa quem vai ser lançado candidato. É um assunto interno, de regimento partidário, de interesses partidários. A mim, e acho que à maioria, interessa é saber quem é o candidato e não quem poderia ter sido. O candidato passa a ser questão da sociedade a partir do momento em que ele é apresentado como tal.

    Quanto ao autoritarismo a que você se refere, a mim parece mais que você se ressente é de hierarquias, que podem até ser a pain vez por outra, mas que são necessárias. Estruturas são necessárias para manter construções de pé, mesmo que sejam familiares, ou sociais, ou principalmente empresariais e definitivamente as jurídicas. Caso contrário, sem autoridade, sem hierarquia, quando injustamente tratado pela sociedade, pela empresa ou pela lei, o cidadão vai buscar reparação e proteção onde?

  35. denis rb disse:

    É possível, Moacir,
    Viver de escrever – como eu vivo – tem dessas coisas. O tempo passa, as ideias envelhecem, e as palavras impressas permanecem para que cobrem de você. Se mudar de ideia, avise. Te mando um exemplar do livro.

    Mas deixa eu ser sincero aqui: aquela reportagem sobre maconha que você citou e o livro sobre o mesmo assunto foram para mim um aprendizado profissional importante. Eu não acho que a reportagem da Super esteja na essência equivocada. Não há lá, da minha parte, nada de que eu me arrependa profundamente de ter escrito. Mas há sim, como você apontou, um certo “corintianismo” – uma negação da minha parte de conhecer a fundo opiniões diferentes da minha e de dialogar com elas. E disso eu me arrependo. Quando fui escrever o livro, a primeira coisa que fiz foi comprar uma pilha de obras pró-proibição, para entender os argumentos, entender a lógica. Li muita porcaria (lembro em especial de um livro do Içami Tiba que afirmava de passagem que maconha causava suicídio). Mas acho que consegui uma perspectiva muito mais completa do problema, e acho que escrevi um livro muito mais equilibrado.

  36. Moacir disse:

    Marcelo Samsa disse:
    abril 14, 2010 às 11:52 am

    Muito bom o seu comentário, Marcelo. Democracia é isso mesmo. Também sou católico e também respeito o direito de liberdade religiosa (desde que não se atente contra valores universais que regem, e do qual nasceram, nossa democracia). Quanto à questão das drogas, aí fica mais complicado.

    Em primeiro lugar, o CONSUMO de drogas já está legalizado desde 2006. O que continua proibido é o tráfico. Porque legalizá-lo? Quais os argumentos? Liberdade individual? Já se conhece os efeitos devastadores do álcool na sociedade, você mesmo citou alguns, mas dá para conceber os efeitos da massificação do consumo da maconha (isso só a maconha, sem considerar cocaína, crack, heroína, etc)? E os custos que envolvem isso? Aí vem alguém cheio de boa vontade e opina: “mas os custos talvez serão ainda menores que os envolvidos na manutenção do aparato de repreensão”. É mesmo? Ora, o crime organizado está aí é para ser criminoso mesmo. Duvido muito que um mafioso vá deixar de ser mafioso porque legalizaram a sua prática criminosa. Usemos a lógica: legalizamos a maconha. Ok! Preparamos todo um arsenal semelhante ao que já há para o álcool para os problemas decorrentes da massificação do consumo. O tráfico persiste, no entanto. O motivo? Ora, ainda há a cocaína, a heroína, o crack, o LSD, o Ecstasy, etc. Ok, então. Vamos legalizar a cocaína. Mais um aparato para cuidar dos viciados (só falta alguém dizer que cocaína não vicia tb…). E o tráfico? Ainda há a heroína, o crack, o LSD, o Ecstasy… Viu porque esse argumento é falacioso?
    Já quanto à liberdade individual… Vale mais a liberdade individual de uma pessoa ou a liberdade de dez pessoas? Não vou explicar essa pergunta, pois já o fiz no parágrafo anterior.

  37. Felipe Maddu disse:

    Moacir, não é legalizar o tráfico hahaha O pessoal que consome, senão tiver lugar LEGAL para comprar e se é proibido plantar aonde o cara vai comprar? É óbvio que vai recorrer ao tráfico. E na boa você já ouviu alguém morrer pq fuma maconha? Nem o Bob Marley morreu disso.

  38. Moacir disse:

    Felipe Maddu disse:
    abril 14, 2010 às 12:46 pm

    Nossa, Felipe!!! É mesmo! Sabe que eu não tinha reparado nessa relação tão, tão… ÓBVIA!

    Não, nunca ouvi falar de ninguém morrer de fumar maconha. Deve ser bem estranho. Mas isso, meu caro, é porque o consumo não é massificado. Os custos dos quais falei não são para cuidar exclusivamente da saúde dos usuários: tratam-se de políticas de prevenção quanto ao consumo por parte de menores de idade (ou vai me dizer que você é a favor que, sei lá, seu irmãozinho também enrole um baseado?), questões relativas ao trânsito (imagine aí um motorista chapado!) e questões relacionadas mesmo à saúde (inalar fumaça não faz mal? e gente com doenças crônicas, como fica?). Isso sem falar em outras ideias legais, como um cadastro para usuários, com carteirinha e tal (no mínimo, isso é risível).
    Disse que está legalizado o uso só para mostrar que há, sim, uma lei burra e ineficaz: essa! O consumo não devia ser legalizado, e muito menos o tráfico e o plantio, pelas razões que já citei. E se alguém compra maconha para consumir, alimenta o tráfico, simples. E não me venha com essa de que o cara TEM que comprar. Você está em um estado de direito. Quem alimenta o tráfico, é co-responsável pelos crimes decorrentes dele. Espere até que a lei brasileira legalize então. Afinal, vocês mesmo afirmam que maconha não vicia. Se não é vício, porque não esperar um pouquinho? Eu, por exemplo, adoro chocolate. Mas se o estado brasileiro o proibisse, e o consumo de chocolate passasse a ser ligado a um mercado criminoso responsável por milhares de mortes, sinceramente, eu não compraria nem mesmo uma lata de Nescau. Isso tem a ver com valores morais. É meio difícil de explicar…

  39. Felipe Maddu disse:

    A fumaça do seu carro e dos milhões é bem pior. Leia o post anterior do Denis.

  40. Moacir disse:

    Hehehehehe!!! Vamos entrar na relação pior x melhor??? A fumaça dos meus carros (eu só tenho um) permitiu que você agora esteja teclando no computador da sua casa. Sem dúvida, devemos evoluir com relação a isso (e concordo com o ótimo comentário do Burgierman quanto a obra em Belo Monte que, apesar de tudo, DEVE ser realizada).

  41. Moacir disse:

    A propósito, eu nunca disse que a fumaça da maconha vá contribuir para com o aquecimento global…

  42. jorji disse:

    Maconheiros………………………..

  43. Felipe Maddu disse:

    Ha Moacir, voltando em outro comentário seu, pq vc não menciona a África quase que inteira, o mercado resolveu bem os problemas de lá né? É muito fácil ficar culpando nem meia dúzia de países que não afetam o Planeta como um todo. Por que os EUA não invadem a Coreia do Norte e acabam então com essa ditadura, que eu concordo com vc que é horrível. E não por ser “comunista”, mas porque é nefasta mesmo. É pq não tem petróleo né? Poderiam inventar que tem armas químicas lá, é um 2!

  44. Gabriel disse:

    Conforto-me com o fato de que sua participação na Veja se resuma a este blog, Denis.

    Ela, e com ela a grande maioria dos seus leitores (dentre os quais alguns insistem em perder um bom tempo escrevendo bobagem aqui), são, no mínimo, “toscos”.

    Parabéns pelos posts.

  45. jorji disse:

    Invadir a Coréia do Norte, pensando bem, uma ótima idéia, está faltando uma guerra para tirar os EUA da crise.

  46. Victor M. R. Speranza disse:

    Noossa! Vocês são muito chatos cara! A coluna é de quem??
    Lógico… cada um tem o PRÓPRIO modo de pensar, mais precisa (?) mesmo ficar nesse responde, responde, pra se auto afirmar: eu sou o melhor, e ataco melhor as opiniões dos outros! Se não concordam tanto assim com tantos assuntos propostos, porque vocês lêem? Eu leio porque gosto! Sem “puxa saquismo”!
    E daí se liberarem a maconha? E daí se ela faz mal, ou não? Se não gosta e não concorda não fumem (o Moacir não fuma), se não gosta não leia a coluna, quem gosta do PT que se foda, quem gosta do PSDB também sabe!
    Se cada um varrese sua calçada, no final do dia toda a cidade estaria limpa!

  47. Solange disse:

    É isso aí Victor! Mandou muito bem! Assino em baixo!

  48. Moacir disse:

    Victor M. R. Speranza disse:
    abril 15, 2010 às 12:42 am

    Não entendo como vc gosta do blog, Victor. Afinal, o último post é justamente a respeito da importância do debate. E é o contrário disso que vc porpõe.

  49. Moacir disse:

    Desculpem, *propõe

  50. Felipe disse:

    O bom desse blog é justamente o debate, a justaposição de ideias conservadores e libertárias. Diferentemente de outros, como o do Reinaldo Azevedo, que publica quase 100% de comentários alinhados com sua “ideologia”. Sem contar o blog do Augusto Nunes, que não admite nenhum argumento dissonante e ainda os edita, deturpando completamente a ideia original dos comentários.

  51. Marcelo Samsa disse:

    Caro Moacir, peço desculpas por ter esquecido de colocar um “por exemplo” antes da frase “posso ser católico…”, na verdade sou ateu e como ser ateu é pertencer a uma minoria, um exemplo do tipo “posso ser ateu mas lutarei até o fim pelo seu direito de ser católico” poderia parecer risível. Também faço parte de uma outra minoria, a de usuário de drogas ilícitas. Tenho mais tempo de vida com do que sem drogas. Penso que o uso de substâncias psicoativas é inerente ao ser humano. Muitas pessoas são atraídas por estas substâncias. Oito entre dez amigos que frequentam minha casa também são usuários, somos pessoas comuns como qualquer outra, temos mulheres, filhos, trabalhos, enfim, tudo como qualquer um. O que é diferente é que usamos maconha, cocaína e LSD. Tudo que queremos é comprar esses produtos de maneira lícita, pagar imposto sobre mercadoria e evitar o grande caixa dois mundial que financia até eleições. O grande obstáculo para que isso aconteça é a imagem trágica, construída por uma mídia preconceituosa, do usuário de substâncias psicoativas. Todo mundo tem na ponta da língua os chavões midiáticos: usa drogas? então é bandido, é problemático, sem caráter… E por aí vai. Acontece também quando se diz ser ateu, a grande maioria das pessoas acha inconcébível viver sem uma crença religiosa e costumam achar que ateus tem caráter duvidoso. Como pode-se ver não é muito fácil ser minoria, por isso é que sou a favor da descriminalização de qualquer tipo de droga.

  52. Victor M. R. Speranza disse:

    Eu não proponho nada! quem propõem aqui é o Denis ou alguém que ele aceite a opinião! não falei que não é pra debater, só falei do modo de debater! Já sei!! agora vem o Moacir e coloca um post assim: “Victor M. R. Speranza disse: “Abril 15/2010 as hh:mm” (chato pra caramba!!) e manda ver uma resposta embaixo me contrariando! Eu gosto do blog sim, leio, deixo minha opinião quando gosto, ou quando não gosto procuro da melhor forma possível criticar ou discordar de alguma coisa. E isso é muito diferente. Sabe Moacir, não é dessa forma que eu e muitas pessoas gostam de debater, mass se você adora ser o centro dos comentários, abrir a página da Veja e ver que ter um monte de recadinhos pra você, bater em cima da mesma tecla toda hora, o que não vai mudar a opinião de muita gente, se você é feliz assim, so, be happy!
    Abraço pra vcs!

  53. Moacir disse:

    Marcelo Samsa disse:
    abril 15, 2010 às 12:15 pm

    Ainda bem que você frisou que “pensa” que o uso de substâncias psicoativas é inerente ao ser humano. É a sua opinião. No entanto, isso não é inerente ao ser humano. Não entendi como o uso dessas substâncias pode estar ligado à natureza do ser humano, sinceramente.
    Quanto à questão dos direitos individuais, bem, eu então poderia dizer “posso ser católico e luto até o fim pelo seu direito de ser ateu”? Na verdade, nem eu nem você precisamos dizer isso, pois já está lá na Constituição, no artigo 5º.
    Eu não acho inconcebível ser ateu, muito pelo contrário: acho até mais fácil!!! Entretanto, vivemos em uma cultura predominantemente cristã, e aí, meu caro, conviver com a estranheza das pessoas (que, sejamos sinceros, é mais comum em pessoas mais antigas) é algo relativamente comum. Já me considerei agnóstico em outros tempos, e considerava a reação das pessoas aceitável. Não é aceitável – e é crime! – é que você sofra qualquer tipo de preconceito por ser ateu. Isso está assegurado por lei. Agora, quanto às drogas…
    Em primeiro lugar, as drogas fazem mal à saúde. O cigarro e o ácool também, você pode opinar. Como você sabe, não faz sentido, agora, proibir o uso dessas duas substâncias. Então porque legalizar as outras??? Não vou explicar de novo para não soar redundante, basta um exemplo: imagine o acesso ao crack massificado da mesma forma que é o acesso ao álcool. Não sei se você é “usuário” de crack, mas aconselho-o a se manter bem longe da pedra. O resultado é devastador.
    Marcelo, só por ser usuário, você não é propriamente um criminoso, mas tenha certeza que carrega nas costas a responsabilidade por milhares de mortes inocentes. Estude a respeito. Nesse ponto, você não compõe uma minoria, meu caro; você faz parte é de um grande grupo que, infelizmente, só cresce em nosso país: o daqueles que ignoram o peso e a responsabilidade de suas escolhas. Se você ou seus amigos negociam, plantam, produzam ou portam essas substâncias, aí então vocês são criminosos. Simples.
    Você, pelo menos, é mais corajoso (e coerente) ao defender a descriminação de todas as drogas. É o direito dessa minoria, você diz. Eu sugiro outra coisa: procure tratamento o quanto antes.
    A propósito, não considerei seu caráter duvidoso por ser ateu. Nem o faria. Duvido do seu caráter agora, com a sua afirmação de “usuário de substâncias psicoativas”.

  54. Moacir disse:

    Victor M. R. Speranza disse:
    abril 15, 2010 às 1:12 pm

    Ok, Victor, sem problemas. Preocupou-me, apenas, a influência de certos debates, quando mal feitos (ou sem uma “opinião formada”, como já foi afirmado aqui) em nossa sociedade. Tanto é que em apenas esse post eu opinei. E respondi às críticas que recebi, a começar pelo próprio Burgierman. Você tem razão. Não adianta debater com quem não reconhece argumentos, visando apenas o seu benefício próprio. Como afirmei com relação à reportagem a respeito da maconha na Super, a visão dos que são a favor do debate, aqui, é muito mais “corinthiana” que a minha, que justamente defendo que certos temas não sejam relativizados.
    Estava, até então, colocando meu ponto de vista, o Burgierman colocou o dele e outros leitores também o fizeram. Agora, como vejo, você não está debatendo NADA! Desse modo, acho melhor mesmo parar, pois aí o blog será invadido por outros doidivanas como você, que não acrescentam em nada para a discussão.

  55. Moacir disse:

    So, be happy too.

  56. denis rb disse:

    Hehe, não tem mesmo jeito: é esse o assunto que bomba por aqui…

    Moacir,
    Acho que tem um problema no seu raciocínio: essa associação que você faz entre legalização e massificação. Essa ligação não precisa acontecer. O que a experiência holandesa, por exemplo, mostrou, foi que é possível criar canais legais sem provocar praticamente nenhum aumento no consumo. A experiência californiana (do uso médico), por sua vez, indica que é possível criar canais fortemente controlados. Mais que isso: os dois caminhos apontaram para uma redução no consumo abusivo. No caso da Holanda houve inclusive uma baixa no consumo de drogas perigosas.
    Hoje, no Rio, há mais bocas de fumo por habitante do que há koffeshops por habitante na Holanda. O consumo de maconha já é massificado, o acesso é facílimo, inclusive para crianças. Claro que, se as drogas forem legalizadas e a publicidade for liberada, existiria sim a possibilidade de espalhar esse hábito para gente que não consome hoje. Mas ninguém sério está propondo isso: o que se propõe é o fim da proibição de forma com que o estado possa ter MAIS controle sobre os canais de suprimento e possa impor MAIS restrições sobre o uso (já que hoje em dia ele se faz de cego e, consequentemente, não controla nada). É óbvio que a publicidade deveria ser proibida e que advertências de saúde e campanhas de informação, nos moldes das do tabaco, se aplicariam.
    Tem um outro problema no seu raciocínio: vc acha que drogas são inerentemente más. A verdade é que é possível usá-las de forma mais ou menos nociva (assim como acontece com carros, armas, álcool, remédios, sexo…). A proibição joga tudo num mesmo pacote e acaba conseguindo incentivar os usos mais nocivos e coibir os menos. Uma política mais inteligente seria uma que concentrasse esforços em reduzir o dano que as drogas causam – até porque esse é um objetivo alcançável, ao contrário do objetivo atual, que é policiar os hábitos íntimos de cada indivíduo no Brasil inteiro.
    Não estou dizendo que deveríamos legalizar as drogas porque elas não fazem mal nenhum. Estou dizendo que deveríamos por fim à proibição para que possamos enxergar o mal que elas fazem e combatê-lo.

  57. Felipe disse:

    Eu já rebati seu argumento Moacir, a balela de que faz mal. Assistir BBB também faz mal e mais importante, a fumaça dos carros em SP(não sei ao certo em outras cidades) está causando CÂNCER nas pessoas e MATA 12 PESSOAS por dia só em São Paulo(de novo, é só ler o post anterior). Sem contar os alimentos gordurosos vendidos a torto e à direito, (MC Donald´s para o povo, ebaaa!!!) inclusive supermercados colocam os doces embaixo para desde criançinhas viciarem as pessoas.Então esse seu primeiro argumento já cai por terra.
    Eu acho que maconha, que realmente é bem menos letal que o resto e não há mesmo notícias de pessoas que morreram por cuasa dela, quero ver apontar um caso, simplesmente não existe. Agora comparar com crack é inconcebível. Acredito que maconha até pode ajudar o cara a se curar do crack, até pq se o cara quiser parar de fumar cannabis, é muito fácil. Deveria ter crack pros viciados irem parando aos poucos e para QUEBRAR O TRÁFICO(isso em centros de tratamento, SAÚDE e não CASO DE POLÍCIA). Isso mesmo, a discriminalizalção vai quebrar o tráfico. Proibir plantar também uma burrice magistral, quanta gente poderia estar plantando e não dando dinheiro para o tráfico, milhares, aliás é uma planta e que gente careta e atrasada em pleno SÉCULO 21 acha que causa suícido, que quem fuma vai sair metralhando todo mundo por ai, tudo besteira de primeira.
    Outra asneira: quem fuma financia o tráfico. Primeiro que o tráfico tem muitas fontes de renda, inclusive fontes que a gente nem sabe, mas que é dominada pelo tráfico, como estebelecimentos comerciais, serviços de van, jogo do bicho, venda de armas. Segundo a proibição deu todo esse pode à eles e terceiro, ao usar um tênis Nike ou Reebook você pode estar contribuindo para a escravidão, qualquer ato de consumo tem que ser visto de outra maneira.

  58. denis rb disse:

    Felipe,
    Só não posso concordar que seja uma “asneira” dizer que o fumo financia o tráfico. Financia sim. Só financia porque a legislação (que é pouco inteligente) não oferece outra opção, mas financia, é inegável. Se formos ter uma visão responsável do consumo – evitar, por exemplo, produtos que causem dano ambiental ou que se beneficiem de escravidão – seria incoerente ignorar as consequências nocivas de comprar drogas de traficantes. Há sim um problema sério em comprar drogas do crime organizado – e por isso acho interessantes as experiência em várias partes do mundo para encontrar alternativas e as iniciativas cada vez mais frequentes aqui no Brasil de produzir de maneira caseira.

  59. Memyself disse:

    A marcha dos insensatos
    – Vai para o sítio no final de semana?
    – Vou.
    – Não esqueça de trazer maconha, tá? O Juninho está quase a zero e pegando do coleguinha na escola. A mãe veio reclamar. Um saco!
    – Tá, pode deixar. Tenho que trazer um pouco para o chefe também. Ele esqueceu de dar água, deixou o vaso no escritório durante o final de semana e secou tudo. Aquela secretária careta dele devia ter cuidado, mas deixou morrer. Ela vai acabar no olho da rua.
    – Ah coitado! leva um pouco daquela cocaína boa que ganhamos da tia lurdinha para ele. Sempre é bom fazer um agrado para o chefe.
    – Ih aquela já acabou! Não lembra da festa de 12 anos da Rachelly? Foi tudo! Os amigos dela raparam até o fundo.
    – Que saco! Eu achava que ainda tinha! E o pior é que o tio juvenal só vai para o exterior daqui a dois meses e da boa só tem no free shop.

  60. Moacir disse:

    Felipe disse:
    abril 15, 2010 às 3:03 pm

    Felipe, asneira é o que você está dizendo. A minha especialidade é a cardiologia, porém, como você talvez não saiba, há relação entre transtornos psiquiátricos com doenças cardiovasculares. Há várias pesquisas nessa área, inclusive relacionando o componente ativo da maconha, o THC, com o aumento da produção de ApoC-111, ligado, por sua vez, a triglicerídeos. Em resumo, aumenta os riscos de infarto e derrame. Claro, claro, é a maconha e eu, do ponto de vista médico, só posso dizer que é uma das drogas mais leves mesmo. No entanto, são vários os casos, relatados na literatura, relacionando usuários de cocaína com casos de cardiomiopatia. Pesquise a respeito.
    A propósito de sua falação a respeito da comida, conheço mais que ninguém os efeitos de uma alimentação ruim, e é muito fácil, de fato, associar o chamado fast food à explosão do diabetes e da hipertensão (só para ficar no mais óbvio). Inclusive, já se tem alguns estudos que apresentam indícios que são os mesmos mecanismos neurobiológicos relacionaddos a dependência de drogas e a obesidade (não confirmado, atenção!). Assim como a comida, você também tem razão com relação à tal fumaça dos carros. Sim, há vários e vários estudos a respeito, inclusive a respeito também de doenças vasculares (ainda que eu discorde de certas correlações tomadas nesses estudos).
    Agora sabe o que eu não entendo na sua fala, Felipe? Porque diabos que, já com tantos problemas (os quais precisamos, sem dúvida, mitigar os efeitos danosos) vamos aceitar enfrentar novos??? Essa sua fala de “ah, já é tudo ruim… então porque não piorar?” não é muito inteligente.
    Sobre a relação com o crime, aí é melhor nem comentar…

  61. Moacir disse:

    Ah, nunca vi nenhum estudo a respeito dos efeitos do BBB no organismo. Ma posso inferir que, no máximo, ocasione uma crise de tédio.

  62. Moacir disse:

    Burgierman , só não custa lembrar: “produzir de maneira caseira” é crime.

  63. denis rb disse:

    Exato, é crime. É disso mesmo q estou falando – do pouco que a lei faz sentido.

  64. Felipe disse:

    Moacir eu te que concordar com você nesse negócio do “menos pior” e também posso ter me excedido em algum comentário. Entretanto, você como médico tem que concordar comigo, toda droga(quase toda, legal ou ilegal) tem um efeito colateral, não é a mesma coisa com a maconha? Algum benefício tem, tanto que há o uso terapêutico. Você como médico deveria ter a visão da saúde e não a da moral e bla blá, ter uma visão mais prática. Tratar tudo como crime não tem nada a ver.

  65. denis rb disse:

    Ainda sobre Belo Monte:
    Saiu uma matéria entrevistando o Mércio Gomes, ex-presidente da Funai, sobre o assunto (link abaixo), Ele disse:
    “O antropólogo avalia que o projeto não foi negociado com os índios, que ainda não sabem exatamente quais serão os impactos da obra e como podem ser compensados.”
    Típico. Ninguém acha que é importante conversar com quem mora na região afetada. Decide-se as coisas em algum gabinete e acha-se que basta. Bem feito que a justiça suspendeu.
    Não se trata de ser contra ou a favor. Trata-se de fazer as coisas direito ou não. Nesse caso não me parece que se está fazendo direito.

    http://agenciabrasil.ebc.com.br/web/ebc-agencia-brasil/home?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-2&p_p_col_pos=2&p_p_col_count=3&_56_groupId=19523&_56_articleId=200839

  66. Moacir disse:

    Em primeiro lugar, quando me refiro a “droga”, estou me referindo aos psicotrópicos, e não a “todas as drogas”. Naturalmente, há alguns estudos com o uso DE SUBSTÂNCIA QUÍMICAS ENCONTRADAS NA MACONHA. Um exemplo é a pesquisa sobre os efeitos do THC como neuro-protetores (a bem da verdade, um tanto irresponsável). Veja bem: não se trata de fumar um baseado no hospital, mas de isolar componentes e a partir daí realizar um tratamento.Um caso em que é incentivado o fumo mesmo é nos pacientes de câncer e AIDS, por conta da faltsa de apetite. No entanto, é bom lembrar, há tratamentos alternativos e menos arriscados, e, inclusive, há estudos que relacionam a maconha ao câncer, por conta dos hidrocarbonetos poliaromáticos presentes na droga. Isso sem falar na redução da capacidade de coagulação do sangue, os níveis de testosterona, bronquites eos sinais psíquicos:perturbação, perda de memória em curto prazo e problemas de atenção. Para cada um dos pontos que sinalizei, há vários estudos respeitados.
    Não deito falação quanto a aspectos morais; lembro, sim, que é uma questão de escolha individual alimentar ou não o tráfico e o crime relacionados às drogas ilegais, e isso, meu caro Felipe, é sim de caráter moral. Fugir desse aspecto com a justificativa de que o Estado lhe obriga a isso é uma de uma miopia sem tamanho. Eu trato como crime, porque É CRIME! No dia em que não for, não tratarei. Espero, contudo, que esse dia não chegue, por todos os motivos que já citei.

  67. Moacir disse:

    A propósito, Felipe: sugiro a leitura do último relatório do UNODC, escrito´rio da ONU para assuntos relacionados a drogas e crime.

  68. Moacir disse:

    denis rb disse:
    abril 15, 2010 às 1:50 pm

    Não há problemas com meu raciocínio. Isso é lógico! Não se pode comparar a Holanda ou mesmo com os Estados Unidos: primeiro porque os dois últimos são de proporções continentais, segundo porque, no primeiro, há o a divisão da população puritanos x liberais, bem mais acentuada que em nossas terras, o que em parte poderia justificar os números. Além disso, alguns governantes de cidades alemãs já reclamaram que seus jovens tem ido “frequentar” a Holanda com o único intuito de utilizar maconha. Isso é contabilizado na pesquisa?
    Aqui no Brasil, são muitas as canções que exaltam o uso do álcool (“beber, cair e levantar”) e, no caso do funk, até mesmo o tráfico. O que lhe faz supor que essa mesma exposição não se dará no caso da maconha? E no carnaval? Ora, se o álcool já exerce poderosa atração nos jovens, como supor, através da experiência holandesa (que, lembro, não se aplica aqui com esse raciocínio simplista) que não se dará o mesmo, ou até pior, com a maconha (e as outras drogas)?
    Nada, para mim, é inerente mal. Aliás, acho esse conceito de inerente um tanto incompreesível. O problema, naturalmente, é o uso que se faz disso. Não acho, por exemplo, uma faca inerente má; mas nunca entregaria uma para uma criança. É um exemplo extremo, eu sei.
    E essa história de enxergar o mal que fazem… Nós já enxergamos muito bem o mal que o álcool faz. E aí?

  69. Moacir disse:

    Desculpem, a frase correta no meu último comentário é “Não se pode comparar a Holanda com o Brasil ou mesmo com os Estados Unidos (…)”.

  70. Marcelo disse:

    Eu andei acompanhando este último debate sobre a legalização das drogas mas desta vez resolvi não participar. Alguns de vcs já sabem q sou usuário de maconha e (claro) favorável à descriminalização. Estou ficando um pouco desestimulado deste debate…

    É sempre a mesma coisa, alguém fala a mais pura verdade: a atual política anti-drogas não dá resultado algum, não reduz o consumo, não reduz o impacto social das drogas, não reduz os danos á saúde dos individuos, enfim é completamente inútil.

    Aí chegam um monte de indivíduos de grande moral, que sempre sabem o que é melhor para os outros, e dizem que o certo é o estado gastar milhões do nosso suado dinheirinho, desviar policiais que poderiam estar caçando bandidos violentos para ações repressivas completente inócuas (muitas vezes contra gente trabalhadora e inofensiva como eu) e fiscalizar a vida privada de cada cidadão do país para evitar que usem drogas (mesmo as mais inofensivas como a maconha).

    Me responda aí Moacir ou qualquer um que seja contra a legalização:

    O que vcs propõem para resolver o problema? Como vcs vão me convencer (e a outros milhões como eu) a parar de usar uma substância que é infinitamente menos prejudicial que o álcool e é até usada como remédio em países desenvolvidos? Sério, se vcs quiserem acabar com o uso de maconha no Brasil teram que começar a defender pena de morte para usuários. Só assim eu e muita gente que conheço pararão.

    Moacir… Criminalizar o usuário? Tá OK, faz sentido… já que a venda e o plantio são proibidos não é mesmo? Mas me responda, quem é que vai pagar a conta da construção de 10 mil presídios novos e da manutenção de milhões de pessoas inofensivas no cárcere?

    Por fim, Moacir, pq vc não rebateu os argumentos que o Denis postou no seu comentário do dia 15 às 1:50 pm? Está sem argumentos?

  71. Marcelo disse:

    Ops foi mal Moacir, não vi estes seus últimos posts…e ops um errinho: é “terão” em vez de “teram”

    Mas peraí…

    Qual é o problema em pessoas vistarem a Holanda para consumir maconha? Isto deve até ter aumentado os ganhos com o turismo.

    Outra: A maconha em si não causa nenhum mal a ninguém mais além (talvez) do usuário. Não sou responsável pelos males que a PROIBIÇÃO da maconha causa à sociedade como o crime organizado.

  72. Moacir disse:

    Ok, Marcelo. Como dissse, é uma questão moral. Se você não se acha responsável, que posso fazer? Você tem razão, termina por ser inócuo o debate.

  73. Marcelo disse:

    A lei é que é responsvel por este mal. Se fosse uma lei inteligente se faria cumprir, mas não é. Na verdade creio mesmo que a policia e os políticos não querem acabar com o crime organizado.

    De fato estes são os maiores beneficiários desta lei: A polícia que cobra cada vez mais recursos para cumprir uma missão impossível (missão que na verdade não estão nem um pouco interessados em cumprir) e os políticos corruptos interessados nos lucros exorbitantes que a maconha e outras drogas são capazes de proporcionar justamente por serem proibidas, não pagar impostos, utilizar sempre mão de obra informal e até crianças.

  74. Marcelo disse:

    Ué… Já correu do debate? Moral duvidosa geralmente quem tem é quem se apressa em acusar o cisco no olho dos outros mas não enxerga a trave em seus próprios olhos.

    Pelo menos tente responder uma das perguntas abaixo se for capaz.

    O que vcs propõem para resolver o problema? Como vcs vão me convencer (e a outros milhões como eu) a parar de usar uma substância que é infinitamente menos prejudicial que o álcool e é até usada como remédio em países desenvolvidos? Sério, se vcs quiserem acabar com o uso de maconha no Brasil teram que começar a defender pena de morte para usuários. Só assim eu e muita gente que conheço pararão.

    Moacir… Criminalizar o usuário? Tá OK, faz sentido… já que a venda e o plantio são proibidos não é mesmo? Mas me responda, quem é que vai pagar a conta da construção de 10 mil presídios novos e da manutenção de milhões de pessoas inofensivas no cárcere?

  75. Marcelo disse:

    P.s. Eu comecei dizendo que tinha resolvido não participar do debate… Nem percebi quando postei mas acabei debatendo… hauhauhauahuahuahauha
    Este negócio de debater é um vício díficil de largar…

  76. Felipe disse:

    Esse debate não tem fimmmmm socorroooooooooo hahaha
    Para mim a questão central não é se faz mal ou bem. É a seguinte: há pessoas que querem utilizar uma PLANTA e são tratadas como criminosas, enquanto que no Palácio do Planalto ou dos Bandeirantes há outras fazendo mal de verdade.

    “É proibido proibir”

  77. Marcelo disse:

    Galera encontrei um curta muito bom!! Tem tudo a ver com sustentabilidade. Em poucos minutos ela conta a verdade sobre a maneira como a espécie humana administra o planeta e seus recursos de maneira absurda e suícida. Ó o link aí:

    Sério gente vale muito a pena!
    Felipe (é o Madu?) Vc tbm, não perca!

  78. Felipe disse:

    Moacir e outra, nos Estados inimigos e amigos dos EUA, Irã e Arábia Saudita, respectivamente, há pena de morte para homossexuais. Quer dizer, então, se você vivesse em uma das duas nações você seria à favor só porque o Estado considerado “crime” ser gay nesses lugares? Reflita.

  79. Marcelo disse:

    Ótimo argumento Felipe.

    Proibir a maconha é uma atitude autoritária equivalente a proibir a liberdade de expressão, ou o direito a sexualidade. Estados que proibem estes direitos devem ser desobedecidos. E eu o faço.

  80. Marcelo disse:

    Denis, pq o meu post com o link do vídeo não passou?
    Eu postei o link com um vídeo muito bom: “the story of stuff”. Tudo a ver com sustentabilidade. Em poucos minutos ela conta a verdade sobre a maneira suícida como a espécie humana adminsitra o planeta. Procurem no Google ou no yutube, tem legendado.

    Sério gente, vale muito a pena…
    E Felipe (é o Madu?), vc tbm não pode perder

  81. Marcelo disse:

    Ops me enganei… pensei que o meu post tinha sido rejeitado, mas está apenas aguaradando moderação…

  82. Marcelo Samsa disse:

    A política anti-drogas é segregante, marginalizadora, injusta e ineficaz. Como diz o meu xará, para faze-la funcionar seria preciso construir dez mil presídios novos e trancafiar pessoas inofensivas, veja só que sandice. Agora vou ser um pouco “apelativo”: imagine seu filho indo para a cadeia por ser usuário. Pois é, seu filho pode ser um usuário, sim, pode acontecer, aquele jovem praticante de esportes, gente boa, companheiro e que você tanto ama, sendo tratado como um indivíduo periculoso, tomando tapa na cara de algum policial escroto e moralista. Alguns pais desprovidos de cultura e possuidores de uma moral tosca poderão argumentar “errou tem que pagar”. Pais melhores informados e com senso crítico mais aguçado verão o quão inútil é essa política anti-drogas que coloca na mesma cela o seu filho e o assassino. E tudo isso por que? Por nada. Principalmente porque que a grande maioria dos jovens usuários tendem a diminuir o consumo – alguns até param – na fase adulta. É claro que alguns não passarão ilesos, aqueles com proprensão à dependência, estes provavelmente precisarão da intervenção do estado, mas não em forma de punição e sim em forma de ajuda: tratamento clínico, acompanhamento psicológico, etc. Por isso, também, sou a favor da descriminalização de qualquer tipo de droga.

  83. Felipe Maddu disse:

    Sou eu mesmo Marcelo (Não-Sansa) e aconselho verem também o filme “Idiocracy”, para vermos a que ponto podemos chegar senão tivermos mais consciência de nossos atos e mudarmos radicalmente o modelo insustentável de desenvolvimento da humanidade.

  84. Marcelo disse:

    hauahuahuah
    Aeeh Felipão!!
    Eu tbm já vi este filme, “idiocracy”, muito bom!

  85. augusto disse:

    É, meu caro. No jogo retórico das torcidas organizadas (seja no futebol, ou na política), o que se estrepa é o bom senso. Aliás, há um colunista desta revista que representa bem esse tipo de pensamento bipolar.

    Sobre as drogas: sinceramente, acho que a discussão sobre a maconha está ultrapassada, anacrônica e careta ao extremo. Embora ache que as pessoas tem o direito de usar maconha ou outras substâncias entorpecentes para seu uso recreativo, acho isso uma opção caretíssima. É como tentar reviver Woodstock.

    A discussão sobre os chamados “estados mentais ou de consciência” não suporta mais as velhas discussões. Já passamos uma década dentro do século XXI e precisamos assumir que estamos efetivamente no novo século. A questão da consciência, dos estados alterados, agora deve entrar no patamar digital, da tecnologia, da interação entre mente e máquina.

    Por outra parte, tem a discussão sobre as smart drugs, que me empolga mais que o velho debate sobre a fumacinha com THC.

  86. Marcelo disse:

    Augusto,
    O debate sobre a maconha só estará ultrapassado quando a erva for legalizada.

  87. Marcelo disse:

    Sei que é um saco ficar martelando na mesma tecla, mas se deixarmos este debate de lado corremos o risco de viver sob uma lei burra e genocída ainda por décadas antes que a razão vença a hipocrisia.

  88. denis rb disse:

    É…
    Eu às vezes fico chateado com a repetição frequente demais do tema neste blog. Mas é que realmente estou convencido que este é um dos 2 ou 3 imensos nós civilizatórios que estão atravancando a humanidade – enquanto formos covardes e não encararmos esse problema. A lei, do jeito que é hoje, é estúpida demais. Ela basicamente cria um ralo do tamanho de um oceano por onde escoa uma fortuna de que podia ser usada em coisas úteis. E esse dinheiro financia diretamente quase tudo de ruim que existe no mundo – quase todo o terrorismo e o crime organizado do planeta se banca com a grana de drogas. Consequência disso é um planeta muito mais militarizado do que poderia ser, com um estado gigante, gigante, gigante, tão grande que se propõe a vigiar de perto cada quarto de cada cidadão do mundo para evitar que ele use drogas. Isso é estupidez. E está fazendo mal demais para a Terra.
    Eu acredito mesmo que, antes de morrer, vou ver isso mudar – minha geração já percebeu a estupidez. O que atravanca a mudança são as crenças arraigadas de gerações passadas, que continuam achando que trate-se aí apenas de uma questão moral.

  89. Felipe disse:

    Deviam pegar esses moleques fadados à trabalhar para o tráfico e botar todos para plantar e usufruir das inúmeras utlidades da erva(como uso dela para produção de roupas, cordas e outras coisas). Fazer do “mal” para construir o “bem” e de quebra mexer na economia e ajudar famílias pobres das comunidades de todo o país. Não anistiaram os milicos que fizeram coisas bemmmm piores na Ditadura? por quê não colocar uma rapaziada que muitas vezes apenas comercializou um produto marginalIzado pelo status quo, desafogar as prisões que tem alto custo(Alguém do sistema ganha com isso, com certeza) e acabar com leis que nada trazem de saudável para o Brasil.

  90. GUILHERME disse:

    PARABÉNS pelo texto Denis!!!
    Muito bom mesmo.

    Abraço,
    Guilherme

  91. Felipe disse:

    Moacir, aqui um exemplo de autoritarismo tucano em SP. Um grupo de cicloativistas, entre eles a jornalista Renata Falzoni da ESPN, foi impedido de trafegar em uma estrada paulista rumo à Santos. A polícia parou várias vezes o pessoal, fez intimidações, Mostrou as espingardas e a tropa escondeu a identificação deles-o que, diga-se de passagem é PROIBIDO, uma Vergonha!!! Que democracia heinnn!!!

    Se quiser veja você mesmo através do link abaixo:



  92. Renata disse:

    Denis, o seu blog é a única razão de eu entrar no site da Veja. Como eu já disse, eu acho uma pena que este espaço de discussão sobre sustentabilidade fique preso em algumas questões. É um Fla-Flu mesmo, quem está de um lado, não consegue entender o ponto de vista do outro. Acho louvável que você abra espaço a opiniões diferentes da sua, mas aqui as opiniões são tão extremamente diferentes que a possibilidade de trocas construtivas é muito pequena.
    Tem um teórico da retórica, o Chaïm Perelman, que diz que o ponto de partida de qualquer argumentação é um primeiro acordo (não sei como isso foi traduzido na versão brasileira). Sem um acordo mínimo não é possível argumentar, as duas partes são surdas uma em relação à outra. A sua seção de comentários é um ótimo exemplo.

  93. jorji disse:

    Duvido que hajam mudanças no que o ser humano na realidade é, foi e sempre será, o que muda é a tecnologia , consequência da evolução humana, mas a natureza humana é questão simples de DNA, há dois milhões de anos não mudamos nada, só não vê quem é cego.

  94. Felipe disse:

    Jorgi, não é verdade que a tecnologia resolve tudo…Ledo engano! Se destruirmos toda a fauna e escassear os recursos naturais, a tecnol vai resolver? Piada né rsrsrs E mudamos pra caramba, estamos em constante evolução, o cego para ser você.

  95. hugo veloso disse:

    Denis,
    Quem polarizou as coisas a esse ponto na política nacional foi o PT. O partido sempre se colocou como o grande interlocutor da sociedade agindo ardilosamente na máquina sindical, nas ONGs, no setor cultural, nas escolas…
    Quem se põe como o defensor dos pobres e seus adversários como os adversários dos ricos é o PT e os partidos nanicos de esquerda. O vai dizer que o DEM e o PSDB fazem isso? Não acredito nem em tucanos nem em demos, mas a demagogia petista que se infiltrou em toda a vida nacional, empobreceu gravemente o debate político.
    Virou mesmo uma partida de futebol, com uma torcida infantil de universitários e jornalistas.
    Abraços

  96. Felipe disse:

    Não, imagina Hugo. Tanto fazem isso, que a mídia – nem preciso falar quais os personagens principais desta – ecoa o que o PSDB diz e oculta o que há de errado nas administrações tucanas É fato! E uma pequena parte faz o caminho inverso (Carta capital e Caros Amigos, que nem de longe tem o poder das outras). O problema é que o PT não conseguiu mudar como realmente deveria ser as coisas, como não fez, o Brasil corre o risco de voltar ao ultrapassado neoliberalismo. Que pena o país não ter um candidato comprometido com mudanças cruciais, nem Serra, nem Dilma.

  97. jorji disse:

    Felipe, é a evolução, é a evolução o mecanismo perverso, que poderá levar a espécie humana à extinção, que já levou milhões de espécies a serem extintos, é a influência nefasta dos humanos sobre o meio ambiente a causa de muitos males, o maior beneficio que nos humanos aferimos com a nossa evolução foi o “poder”. A palavra chave é a “evolução”, tecnologicamente somos extraordinários, em conhecimentos somos uma sumidade, o que falta é sabedoria, somos uma espécie dos extremos, o que jamais podemos fazer é “idealizar”, nunca deu certo e jamais dará, temos que nos embasar cientificamente, dissecar a natureza humana, deixando de lado princípios como religião, ou o amor, Jesus, Maome, Buda ou coisa parecida, entender que somos uma espécie de animal, de ser vivo, que como qualquer outra espécie se originou há bilhões de anos atrás, e que esse planeta é o que temos, a Terra é só o que temos, o ar, as águas, o solo, as plantas, os peixes, etc, a vida é que é sagrada, a vida, um evento mais que extraordinário, não podemos continuar sendo o que somos, não merecemos mais continuar existindo como espécie, é uma questão de justiça.

  98. Ricardo Monte disse:

    Jorji e Felipe: quanta besteira!!!!

    Vocês são muito ignorantes!!!!

    Parabéns ao Dr. Moacir pelos ótimos comtários.

  99. Felipe disse:

    Denis to ansioso pelo próximo post, pra haver mais debate e menos conceitos pré-estabelecidos… Daí o “gênio” do puxa-saco do Moacir vai falar alguma coisa magistral, já que nada disse, apenas puxou o saco do Moacir e desdenhou de mim e do Jorji.

  100. jorji disse:

    Ricardo Monte, voce viu o meu Santos ontem, que beleza!

  101. jorji disse:

    O sonho acabou, vamos encarar a realidade, grande frase, a mais bela do seculo passado, isso, encarar a realidade, o resto é conversa, chega! Muita conversa, muito falatório, muito, mas muito perda de tempo.

  102. Felipe disse:

    O Neymar é mó “cai cai” em Jorji eahuea

  103. cacilda disse:

    Acho que talvez as pessoas sejam meio carentes… vivem mal e usam este espaço para se sentirem importantes.

  104. Lana Rosa disse:

    Concordo plenamente! As pessoas tem preguiça de pensar, ou de viver conflitos. Preferem os atalhos, ou os caminhos já escolhidos por outros. Por isso tem um monte de gente alienada por aí!

  105. Edna/Com Memória disse:

    Olá! Não tive tempo ainda de conhecer-te melhor. Primeiro, conheci bem D.Mainardi, depois o Reinaldo Azevedo, agora estou conhecendo o Augusto Nunes. Você é bem diferente. Quiz acessar teu blog (está certo, o termo?), tinha uma conferência em S.Paulo que eu gostaria de ter participado, depois um outro (evento?) que escrevestes a respeito e não tive tempo. Enfim… Depois, como é mesmo? O Moderador, apaga, deleta. Tudo bem. Estou aqui há muito tempo. À tarde, voltarei.
    Bom fim-de-semana. Divirta-se. Se é que é possível. Deves ter que estar atento 24 horas. Não deve ser nada fácil. Enfim…

  106. claudio lorenzo disse:

    “campeonatinho vagabundo cheio de bolivianos” essa frase fala muito bem de certo preconceito contra povos originarios, disfarzado em um jeitinho engraçado, lamentavel, descobri hoje seu blog e estava lendo com simpatia, mais ahe nao deu mais.

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