Zumbis

Primeira coluna do ano, que beleza.

Ótima chance de fazer um texto para cima, otimista, legalzão, dizendo como o mundo é lindo e como tudo vai ficar bem se cada um de nós abraçar uma árvore. Até vim viajar, para deixar meu espírito mais leve e facilitar a positividade do texto.

Fui para o Recife. Fui para Olinda. Agora estou aqui em Lençóis, na Chapada Diamantina, na Bahia. Três cidades tão lindas. Sabe o que vi em todas as três?

Crack.

Aliás, faz muito tempo que vejo crack em toda parte. Na minha cidade, o crack conquistou um território, a famosa Cracolândia, onde o cheiro de bosta está no ar e se cruza em toda parte com meninos novinhos com cara de zumbi. No Recife, o Recife Antigo, área a muito custo restaurada pela prefeitura, vai aos poucos mergulhando de volta na decadência. As esquinas se enchem de gente fedida, a arquitetura cai aos pedaços, as ruas são tomadas por garotos de olhar vazio.

Degradação: vista comum no centro de qualquer grande cidade brasileira

Diz a teoria básica 1.0 da proibição que, quando algo é proibido, a tendência é que surjam versões cada vez mais potentes e destrutivas desse algo. Para que ficar meia hora exalando o cheiro forte de maconha se eu posso discretamente fumar crack em um segundo e ficar muito mais doido? (Há registros de que, durante a proibição do álcool nos EUA, nos anos 1920, surgiram bebidas tão fortes que matavam de overdose.)

Crack é a droga mais barata do Brasil – por 5 reais se foge facilmente da realidade. É também a que vicia mais rápido (às vezes no primeiro uso), a que causa dano cerebral permanente mais rápido (dificilmente um usuário de crack por mais de um ano tem a capacidade cognitiva intacta), a que mata mais rápido (após dois anos, ou o usuário para ou morre, do próprio uso ou assassinado pelas bobagens que comete).

Mas para que se preocupar? O Brasil proibiu as drogas, não é? Já fizemos o que podíamos, melhor não discutir mais o assunto. Vamos falar de outra coisa?

Hmmm, me contam aqui que 98% das cidades brasileiras estão tendo problemas com crack. Não apenas as pessoas estão se ferrando, mas o espaço público vai para o beleléu, os índices de criminalidade disparam, uma geração é desperdiçada. Será que ninguém percebe que esse problema seriíssimo está diretamente ligado à nossa política de drogas burra, que proíbe tudo sem fazer distinção entre drogas relativamente inofensivas e venenos mortais? Uma política de drogas que persegue apenas o pequeno varejista (como o das favelas do Rio), deixando livres os chefões: os importadores, exportadores, políticos, juízes, delegados que realmente mandam no tráfico. Esse pessoal é gente de bem, usa gravata, não dá para por na cadeia.

Até quando entregaremos nossa política de drogas para os medíocres, os hipócritas e os ignorantes? Até os zumbis comerem nosso cérebro?

Ah, esqueci… Bom 2011!

112 comentários
  1. Mari disse:

    É Denis, não dá pra ser otimista mesmo…

  2. Rafael disse:

    O pior é que nem sempre os que fazem a política de drogas são uns energumenos. Mas estão limitados à burrice geral da opinião pública e, principalmente, do Congresso Nacional. A última alteração legislativa sobre o tema fez o que pôde para alcançar o mais proximo possível da descriminalização do usuário. É pouco? É nada. Mas é o que foi possível. E não diferencia,por ex., maconha de crack.

  3. jorji disse:

    A política pública dos EUA e países desenvolvidos fracassaram ante a questão relacionado a drogas, exigir que tenhamos uma política pública que venha resolver a questão das “drogas” no Brasil é querer zombar de nossa cara, encaremos a realidade, duvido que consigam resolver.

  4. ricardo galvão disse:

    Contundente…mas necessário
    FELIZ 2011

    P.S. envia uma cópia do texto para o nosso congresso…

  5. Fellows disse:

    Legalize-it!
    E encare-se de frente o problema. Pra quem fez bobagem doidão tem a pena dura da lei agravada. E por aí que vai o dinheiro podre que corrompe o policial, o delegado, o juiz, o jornalista, o deputado, o cidadão, que paga mílícia para não ver isso… Esse dindim que poderia ser melhor usado de outro jeito, educando, prevenindo e tentado curar o viciados. Que o imposto seja usado de forma corajosa. E que isso faça parte dentro de uma iniciativa mundial, pq se for só aqui será o nosso fim.
    E fora com a hipocrisia que deixa o cara encher a cara de cachaça no boteco e depois ir para casa encher o saco da mulher, as vezes de forma violenta. A hipocrisia que enche as esquinas das grandes cidades com farmácias que vendem lexotan prescritos às dondocas que não podem sofrer…

    Encaremos, me entendam bem e feliz ano novo para todos!

  6. Mr Man disse:

    não uso e nunca usei, mas sou a favor, tambem, da legalização, pois acredito que sendo proibido chama mais a atençao dos otários que acabam com suas vidas, e acredito tambem que sendo proibido deve rolar muita tretas e treitas com o pelotão do comando de cima. muita grana rola por ai pra essas coisas transitarem com tanta facilidade por quase 100% do territorio brasileiro. um abraço a todos

  7. Mr Man disse:

    achei muito interessante este artigo,
    acabei postando-o em meu blog EXPRESSANDO A VIDA manoelsferreira.blogspot.com
    VISITE E VEJA OUTRAS POSTAGENS INTERESSANTE.
    UM abraço a todos.

  8. fernando disse:

    Denis. No seu modelo, as drogas hoje ilicitas seriam produzidas e comercializadas como ocorre com as bebidas alcoolicas? Seriam produzidas por industrias e vendidas nos supermercados? Como seria isso?

  9. Mr Man disse:

    (retificação: brilhonegro.blogspot.com)
    #
    achei muito interessante este artigo,
    acabei postando-o em meu blog EXPRESSANDO A VIDA http://brilhonegro.blogspot.com/
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    UM abraço a todos.

  10. AVELAR AMADOR disse:

    Olinda e Recife são metrópolis onde é esperado o alto consumo de crack. Lençois BA pode acontecer do crack ser levado por turistas. E nas “brenhas” do sertão nordestino onde moro próximo, quem levará? Lá não tem turismo nem uma “civilização de capital”. Comunidades indígenas e jovens da roça e da enxada estão consumindo absurdamente o crack encima de suas motocicletas que substituiram o jumento…Urge uma política nacional específica e eficaz para coibir a aão destes traficantes ou teremos uma geração de zumbis a comerem nosso cérebro e nossa paz…Deus nos livre que não sejam nossos filhos…

  11. Rockão guia disse:

    Poxa Cara,
    Fico feliz que você veja a verdadeira realidade e não exclusividade, moro em Andaraí e temos travado uma batalha para conscientizar jovens e até mesmo pessoas que ante trabalhavam e agora viraram sumbí, ao dia se escondem e a noite saem pra fazer o consumo desta droga emergente e está colocando em risco todas comunidades e principalmente aquelas bastante visitadas… Que a reação seja rápida antes do colapso do que resta de nossos promissores jovens e crianças!!

    Td de bom ao povo de Deus!

  12. Brandon Flowers disse:

    Sou otimista, e muito, não acredito que lidar com as drogas não seja um problema isolado muito menos que o grau de interação com outros problemas seja em apenas em dois ou três aspectos gerais. Já vi defesas de que seja um problema social, regional e a ultima que seja um problema de saúde pública. Há pouco tempo um professor tentou enteder o porque as pessoas assaltam e usam drogas e sugeriu que talvez sejam casos de pessoas que tenham desistido de si mesmas, eu pensaria por este lado antes de discurtir a legalização.

    MR MAN… really?

  13. Marcelo disse:

    Ah tá, Brandon Flowers… será que todas as pessoas que usam drogas “desistiram de si mesmas”? Todas as pessoas que bebem, fumam maconha, cheiram pó, usam remédios controlados e outras drogas simplesmente são pessoas que, de alguma forma deprimidas pela vida, se “entregam” às drogas tentando fugir da realidade opressora… e por isso as drogas devem continuar proibidas para que criminosos armados violentos e genocídas tomem conta de uma fatia megabilionária da economia mundial (sem pagar um realzinho de imposto…) e possa continuar matando impunemente. Como na época do Al capone em Chicago, quando inventaram de proibir o álcool. Faz sentido?

  14. Jornalista M.F.Machado disse:

    Não era assim nos dias dos Presidentes Militares.

  15. Marcelo disse:

    Pois é, Jornalista M.F.Machado, na época dos presidentes militares o tráfico rolava livremente e nenhum jornal podia dizer a verdade, todos tinham que “informar” ao povo o estrondoso “sucesso da revolução democrática” no Brasil.

  16. Marcelo Azevedo disse:

    Denis, concordo que a política de drogas é burra por vários motivos, mas não sei se dá para fazer “distinção entre drogas relativamente inofensivas e venenos mortais”. Álcool e tabaco podem ser venenos tão mortais quanto o Crack quando usados continua e exageradamente. Acredito que a distinção pode ser feita apenas entre “drogas legais” e “drogas ilegais”. As legais recolhem imposto e movimentam a economia, a despeito do eventual problema que causam aos seus usuários. As ilegais não recolhem imposto, financiam e estimulam o crime. O mal que as drogas causam, maior ou menor, deveria ser imputado apenas às escolhas feitas pelo usuário. Cada um tem que ser responsável por aquilo que coloca para dentro de seu organismo. O mais irônico é que a proibição das drogas parece servir a muito poucas pessoas. É prejudicial a quem não usa, por criar o ambiente de violência gerado pelo tráfico; é prejudicial para quem usa, pois impede que o Estado tenha políticas públicas para os usuários já que está muito ocupado gastando dinheiro com a repressão ao tráfico. Serve apenas ao pessoal de gravata que você citou porque os isenta dos impostos e aos “pais zelosos” de plantão, aqueles que sempre que se fala sobre legalização de drogas perguntam “e se o seu filho aparecer com um cigarrinho de maconha?”, como se a tarefa de educar seus rebentos fosse do Estado e não deles próprios…

  17. Marcelo Azevedo disse:

    Se seguirmos na linha da responsabilização individual, outra coisa que eu não concordo é a diferenciação entre “usuário” e “traficante”, como se não fossem dois lados da mesma moeda. Acredito que o Estado tem que fazer escolhas claras. Se não é crime usar drogas, não deveria ser crime fabricá-las e vendê-las. Ao mesmo tempo, se é crime traficar drogas, então é comprar drogas é financiar e fazer apologia ao crime. Honestamente prefiro a tese da legalização total, mas se o Estado e a sociedade preferirem a tese da repressão, então o usuário tem que ser responsabilizado pelo que faz, sabendo que é crime comprar drogas e ainda assim comprando-as, tem que ir para a cadeia. Alguém pode argumentar que não faz sentido nem há espaço para prender hordas de doidões das cracolândias, no que eu até concordo, mas é preciso lembrar que o grosso da rentabilidade das redes de tráfico vem dos usuários recreativos mais ricos – usuários de drogas como maconha, cocaína, ecstasy – que estão financiando o crime organizado e não estão dando a menor pelota para o mal que causam à sociedade. Parece que estou defendendo uma tese oposta à do meu comentário anterior, mas na verdade defendo uma única tese: a de que se tenha uma linha clara de atuação, pela proibição ou pela legalização. Vender é crime mas usar não é crime, não faz o menor sentido.

  18. Marcelo disse:

    Estranho… este tema já deveria ter atraído um monte de “moralistas” que se acham no direito de impor seus vaores às outras pessoas. Kd os trolls da internet que são contra a legalização? Adoro debater com esta galera…

    Achei bastante lúcido o coméntário do meu Xará, Marcelo Azevedo. De fato tem que haver coerência. Se é para descriminalizar o usuário obviamente deve-se liberar também a produção e a venda. Mas se o estado quiser mesmo insistir na proibição precisará arrumar alguma política que funcione de fato.
    Na verdade se o estado quiser mesmo erradicar a maconha vai ter que que punir os usuários com pena de morte. Pessoas q fumam maconha como eu (e somos milhões…) não vão parar de fumar maconha só pq falsos moralistas se acham no direito de mandar na vida dos outros.

    Fiz uma camiseta irada: uma folha de maconha e embaixo o slogan: “Campanha pela vida: Cuide da SUA.

  19. Bacfish disse:

    Uma ressalva Denis: o crack é uma droga cara (pela quantidade de vezes que é usada)e não a mais barata. Com cinco reais vc fuma apenas duas vezes e o vício pede dezenas de vezes ao dia. A legalização deve ser aprovada. Cada um sabe da sua vida, usa droga quem quer. Nossa política de drogas não está na mão dos medíocres, dos hipócritas e dos ignorantes e sim nas mesmas mãos que recebem milhares de reais para deixarem o tráfico como está.

  20. Coconut disse:

    É isso ai, libera meu beck.

    Paz de djah

  21. Marcelo Minholi disse:

    Denis, isso que você vê nos centros e locais turísticos de cidades médias e grandes não é nada se comparado a epidemia silenciosa que castiga o interior e as regiões de fronteira.

  22. denis rb disse:

    Marcelo Azevedo,
    Para mim a questão central é que não dá para regular o que se proíbe. Proibir tudo indistintamente é covardia do estado: significa lavar as mãos para o problema e fingir que não é com ele (“eu proibi, problema de vocês se querem usar”). Se houvesse um esforço legítimo de regulamentar esse mercado seria sim possível impedir a comercialização de determinadas drogas que causam prejuízo para a sociedade, como o crack (assim como é proibido uma pizzaria colocar veneno de rato na receita da pizza – há regulamentação sobre o que pode ou não ser vendido como alimento, há fiscalização, há punições, há licenças. Deveria ser o mesmo com as drogas).

  23. denis rb disse:

    fernando,
    Eu não acho que haja apenas um modelo – acho que o que temos hoje (a proibição burra) definitivamente não funciona e deveríamos deixar de ser covardes e encarar o problema de frente, legislando pelo bem social sem querer negar a natureza humana.
    Mas, para não deixar você sem resposta, te diga como eu acho que deveria ser:
    – Regras rígidas, comércio permitido e regulamentado e restrito a pequenos produtores licenciados, publicidade proibida, venda para menores criminalizada, fiscalização atenta e impostos muito altos, para pagar o prejuízo social. Produtores e comerciantes que infringissem qualquer uma dessas regras perderiam suas licenças imediatamente e estariam sujeitos a punição, inclusive criminal.

  24. Rodrigo Mikio disse:

    Já li várias teses apoiando a legalização das drogas, maconha particularmente. Algumas, poucas, bastante compreensíveis e discutíveis. Mas relacionar a legalização da maconha com a diminuição do consumo de crack?! Absurdo.

  25. XPTO disse:

    Denis, você esqueceu de citar quem moveu plantadores de coca para junto de nossas fronteiras. Isso não tem nada a ver com a situação?

  26. Marcelo Azevedo disse:

    Denis, perfeito. Proibir e lavar as mãos é covardia do Estado. De qualquer forma estou falando de politicas publicas: liberar e regular o mercado, ou proibir de verdade e prender, sem essa “esquizofrenia” de tolerar o consumo e proibir a venda. Já me posicionei sobre preferir a liberação. O ponto é que não estamos conseguindo barrar o consumo de crack com ele sendo proibido agora, por que seria possível fazê-lo simplesmente regulando o mercado e fazendo distinção entre drogas legais e ilegais? Liberando e regulando a maconha, o mercado de crack continuará sendo rentável para o traficante. Talvez até tenhamos um aumento de pessoas dedicadas a essa atividade, órfãs que ficarão do tráfico de maconha agora legalizada. Assim como a legalidade do álcool e do tabaco não impedem a existência do crack e de outras drogas. Voltando a covardia estatal: me parece que a principal ação do Estado não deva ser reprimir qualquer tipo de droga, posto que a experiência tem mostrado que essa é uma briga que já está perdida, mas sim permitir aos cidadãos que estejam bem informados sobre os riscos que correm ao escolherem o uso de drogas, e se ainda assim quiserem se drogar, estar preparado para gerenciar os efeitos colaterais. Quem sabe se todo esse recurso hoje dispendido para reprimir as drogas fosse direcionado para politicas publicas de recuperação de usuários de crack, estaríamos discutindo um problema pontual e não de saúde pública.

  27. jorji disse:

    Não conseguimos nem controlar a venda de remédios, nem de bebidas alcólicas……………..

  28. Brandon Flowers disse:

    Marcelo, sim acredito que essa seja uma possibilidade não uma regra (ou único “passaporte”). É fácil exemplificar isso, se vc não rouba mas sabe que roubar rende mais que seu salário por qual motivo vc ainda não rouba? Talvez ainda acredite em si.

  29. Marcelo disse:

    Eu não roubo nem sou violento. Trabalho e estudo, logo, não “desisti de mim mesmo”. Mas fumo maconha e me recuso a parar (eu e outros milhões, é sempre bom frisar). Nestas condições, faz sentido proibir a maconha, Brandon Folwers? Só para que o dinheiro que pagamos de impostos possa ser desperdiçado numa guerra inútil?

  30. Marcelo Azevedo disse:

    Marcelo, não tenho nada a ver com sua vida, nem quero posar de moralista. Sou a favor da liberação das drogas. Apenas me preocupa que os milhões de usuários de maconha venham a público dizer apenas “aí, libera meu beck”, em vez de dizer, por exemplo, “liberem as drogas porque não queremos continuar financiando o crime”. Não se vê uma discussão consistente sobre o papel do usuário recreativo de drogas no financiamento do tráfico e da violência. Acho que essa discussão deveria partir também desses grupos. Não acho que a sociedade vai levar isso a sério enquanto os próprios grupos de usuários militantes não se posicionarem com mais consciência sobre as consequências dos seus atos.

  31. Marcelo disse:

    Ora Marcelo Azevedo, isto, em resumo, é exatamente o que os usuários de maconha dizem:

    “liberem as drogas porque não queremos continuar financiando o crime”.

    Basta procurar na internet e vc encontrará milhões de pessoas como eu que discutem este tema com seriedade e conscientes do estrago que a proibição da maconha causa à sociedade. A maioria de nós, por exemplo, apóia a tomada dos morros e favelas do Rio de Janeiro das mãos de traficantes genocídas e o combate ao crime organizado.
    É justamente por termos consciência das consequências dos nossos atos que muitos de nós estão começando a investir em plantio caseiro. O problema é que o estado e a sociedade (muita gente hipócrita) querem porque querem nos tratar como criminosos, como se perseguir maconheiros fosse resolver o problema da violência. Muito pelo contrário, agrava e enche os cofres do crime organizado. Sério mesmo, procure na internet, existem milhares de sites e blogs que divulgam e ensinam o plantio caseiro e lutam para conscientizar as pessoas e derrubar esta política antidrogas burra e preconceituosa.

  32. Anouk disse:

    Olá Denis,
    Nao entendi o seu raciocínio. A liberacao da maconha diminuiria o uso do crack? Como você pode garantir que os usuários de crack o substituiriam pela maconha? A venda ilegal do crack seria mantida e o usuário ficaria com a escolha de continuar com a droga mais forte(crack) ou a mais leve(maconha). Se é assim, nao vejo no seu raciocínio a solucao para o problema. Ou estaria você sugerindo a liberacao de drogas em geral?

  33. Marcelo disse:

    Anouk, com a liberação da maconha ela passará a ser vendida em estabelecimentos autorizados, sem armas nem violência e pagando impostos para compensar eventuais efeitos nocivos à sociedade (assim como o alcool e o cigarro). E, principalmente, deixará de ser vendida pelos mesmos bandidos que comercializam o crack. Vc não vê estes criminosos vendendo drogas lícitas, como bebidas alcoolicas por exemplo, pois o lucro reduzido pelos impostos e pela maior concorrencia afasta estes criminosos destas atividades. Assim usuários de maconha seriam menos expostos ao crack, que hj, infelizmente, é vendido pelos mesmos bandidos que vendem maconha. Expliquei direitinho ou vc ainda tem alguma dúvida?

  34. Marcelo disse:

    Ou seja, não é porque os atuais usuários de crack o substituiriam pela maconha. Mas sim porque o número de novos usuários de crack não aumentaria nesta velocidade assombrosa que vemos hj.

  35. Anouk disse:

    Oi Marcelo,
    Sim, você explicou direitinho. O problema da liberacao de drogas, no entanto, vai de encorntro a um problema muito maior, as Farc. Lembra dela? Já ouviu falar no Foro de Sao Paulo? Pois é, a legalizacao legitimaria uma organizacao criminosa. Que por sua vez, continuaria criminosa, mas legal. Entendeu?

  36. Marcelo disse:

    Aí vc viajou Anouk. As Farc produzem cocaína e seus derivados. A legalização da maconha apenas geraria milhares de empregos formais no Brasil, já que poderemos produzir (e até industrializar) por aqui mesmo, sem a necessidade de importar de outros países. É assim em todos os países que legalizaram (com a holanda, portugal, diversos estados americanos e etc) e nem por isso as Farc são consideradas legítimas nestes países.

  37. Marcelo Azevedo disse:

    As Farc são uma organização terrorista financiada pelo narcotráfico, com ou sem liberação de drogas, quaisquer que fossem, precisa ser eliminada. Marcelo, seu argumento de que a liberação da maconha reduziria o número de usuários de Crack não parece ter sustentação, do contrário você mesmo tomaria uísque em vez de usar a erva proibida. Liberar só a maconha atende apenas aos interesses dos usuários de maconha, pois as motivações para o uso de cada tipo de droga parecem ser específicas (maconha relaxa, cocaína estimula). Continuo sustentando que a liberação das drogas, para mim, só faz sentido se for uma liberação geral. E aí, apesar do argumento de legitimar as Farc não se sustentar também, ele leva a uma outra reflexão: é possível ao Brasil liberar o uso de drogas sozinho? O grosso das drogas consumida por aqui vem do exterior, onde sua produção é proibida. Mesmo a maconha vem de fora. Para liberar as drogas sozinho, o Brasil precisaria criar toda uma infraestrutura de produção interna, e mais barata do que importar ilegalmente, do contrário estaremos apenas exportando o problema ao financiar o crime no exterior. É por essa razão que se defende que a discussão da liberação das drogas deve ser feita em âmbito global, e não local.

  38. jorji disse:

    Não é a droga a causa da violência ou um número alto de crimes, existem países que se consome muito mais droga que o Brasil, porém é muito menos violento, com um índice de criminalidade baixíssimo, associar a pobreza, a desigualdade social, a droga como as causas da violência e criminalidade, é repetir eternamente uma grande inverdade, essas questões citadas são formas de violência, e não a causa, tanto é verdade o que afirmo, é que existem países muito mais pobres que os EUA, porém menos criminoso que a maior potência do mundo. Então qual seria a causa real da violência? Duvido que alguém aqui saiba!

  39. Marcelo Azevedo disse:

    A causa real da violência é a alta probabilidade de impunidade. Pobreza, desigualdade e drogas são apenas parte do contexto. Para reduzir a violência é preciso dar a certeza da punição, e só muito, muito, muito mais dinheiro aplicado em segurança pública pode resolver. A questão é se queremos gastar dinheiro correndo atrás de assassinos e estupradores ou correndo atrás de pessoas que querem vender drogas para outras que querem comprar, e que deveriam ser livres para fazer com seus corpos o que bem entenderem.

  40. jorji disse:

    Certa vez o papa João Paulo II afirmou que o grande problema da humanidade é a prática do ato sexual sem finalidade de reprodução, ele está absolutamente certo, depois afirmou que a evolução foi um fato que ocorreu. O meu amigo Sócrates dizia que a única verdade é a realidade, e a realidade é uma questão de natureza estritamente biológica, o motivacional de todas as questões de todos os seres vivos é o sexo e a sua consequência, a prole, a verdadeira causa da violência é o SEXO.

  41. jorji disse:

    A repreensão e a opressão também são formas de violência, e a consequência extrema é o suicídio, em países desenvolvidos, a punição é implacável, é o mecanismo de repreensão do instinto sexual, é a forma ideal de violência, querer uma sociedade sem violência é impossível. Até os animais fazem o uso de substâncias consideradas drogas, a diferença em relação aos humanos se define com a palavra evolução, tudo em nossa espécie é mais complexo e não sei sinceramente qual o caminho que deveriamos optar em relação a entorpecentes, não para solucionar, mas para amenizar o problema.

  42. Anouk disse:

    Marcelo,
    Na Holanda a droga nao é mais permitida. Portugal virou ponto de encontro de viciados europeus. É “legal” ver a rapziada doidona nas ruas de Lisboa. Para finalizar a discussao eu diria, que
    enquanto existir em mim o desejo de conhecer os fatos e nao me deixar levar por caprichos ou ser manipulada por certos conhecedores da verdade, minha inteligência estará a salvo.

  43. Marcelo disse:

    Sério? Proibiram a maconha na Holanda? Quando?
    Quanto à sua “finalização” da discussão eu adorei a sua filosofia, só espero que vc mesma (com a sua inteligência “a salvo”) não se sinta mais um destes “conhecedores da verdade” e se ache no direito de decidir o que é melhor para os outros e impor seus valores.
    P.s. Garanto que minha inteligência também está a salvo (pelo menos enquanto a polícia não me pegar).

  44. Anouk disse:

    Nao nasci com o dom do convencimento. Cada um que cuide de si. Abs.

  45. Marcelo Azevedo disse:

    Anouk, esse é o ponto. Cada um cuidando de si e livre para fazer o que quiser. Por que a rapaziada não pode ficar doidona nas ruas de Lisboa? Ou de São Paulo? Eles sabem exatamente as consequencias do uso prolongado da maconha e escolhem assim. Por que eu e você, que não temos nenhum interesse em usar drogas, temos de pagar pelo artefato público de uma repressão que só faz gerar uma indústria lucrativa do crime organizado? A grande pergunta é: a quem interessa a guerra contra as drogas? Certamente não interessa à maior parte da sociedade, que sequer se interessa em narcóticos.

  46. Jonhy disse:

    Brandon? esquisito….simplesmente não consigo imaginar um modelo assim com maconha, crack industrializados, pessoas fumando e cheirando a vontade por ser legalizado, possivelmente derivaria pontos de venda identificados pelo governo, grupos de apoio para viciados, placas com “Proibido cheirar ou fumar neste estabelecimento”, casos como “Ele matou enquanto estava alucinado, mas foi sem intenção, ele tinha consumido só maconha” Dificil imaginar…. e a sustentabilidade?
    E isso ainda acabaria não sendo motivo para o Denis publicar este artigo, assim como não há artigos que falem do quanto as pessoas fumam na cidade.

  47. Marcelo disse:

    Casos como “Ele matou enquanto estava alucinado, mas foi sem intenção, ele tinha consumido só maconha”?
    Isto não existe, é puro preconceito, ninguém fica alucinado e fora de controle só pq fumou maconha. Parece a defesa da Suzana Von Richtoffen: “matei meus pais pq meu namorado me obrigava a fumar maconha… chuif chuif” (sem lágrima nenhuma nos olhos…)
    A punição para crimes violentos jamais poderia ser amenizada devido ao uso de drogas. Eu garanto, as pessoas que fumam maconha, ou até mesmo diversas outras drogas ilícitas, não perdem a capacidade de distinguir o que é certo do que é errado. Fumo maconha há mais de dez anos. E mais, Jonhy, vc não precisa imaginar um modelo de sociedade que legalizou e industrializou a maconha, basta observar diversas experiências bem sucedidas em vários países mais desenvolvidos e menos hipócritas.

  48. Anouk disse:

    Marcelo Azevedo,
    Você pegou uma deixa minha e anarquizou o meu argumento. Talvez fosse melhor dizer -cada um cuidando da própria inteligência para libertar-se de paixoes tolas. O meu desejo é viver numa sociedade educada e saudável e nao de zumbis, arrumadinhos e organizadinhos, assombrando a sociedade pelos cantos da cidade. Se nao resistirmos à vontade dos chefoes, exigindo dos políticos sérios, controle nas fronteiras, todos nós seremos controlados por eles.

  49. Anouk disse:

    Os chefoes sao as Farc , amigos do PT.

  50. Marcelo Azevedo disse:

    Eu não acredito que deixar a cargo de cada um a decisão sobre quais substâncias colocar para dentro de seu corpo seja anarquia. Paixões podem ser tolas, mas são individuais, não temos direito de meter a colher. Acreditar que a liberação das drogas vai criar hordas de zumbis é bobagem. Pesquisas mostram que não é a maioria das pessoas que experimenta drogas ilícitas e, dessas, uma minoria absoluta vai além da experimentação. A imensa maioria das pessoas é capaz de tomar a melhor decisão (ou a maioria das pessoas é alcoólatra e tabagista?). Parece óbvio que uma liberação traria necessariamente um aumento no consumo, posto que a repressão efetivamente faz com que algumas pessoas evitem consumir drogas. Mas não consigo enxergar uma razão lógica para proibir alguém de fazer mal a si mesmo. Quer fumar tabaco? Beleza, fuma lá fora e não me incomode. Quer encher a cara? Vai fundo, mas se sair dirigindo vai preso. Por que o mesmo raciocínio não pode ser usado com as demais drogas? Por que o Estado tem o direito de regular as atitudes individuais das pessoas que não tenham consequencias diretas na vida de terceiros? Não é mais efetivo, então, usar o recurso da repressão para trabalhar nos diversos fatores sociais que levam à geração dessas cracolândias em diversos centros urbanos?

  51. Anouk disse:

    Marcelo Azevedo,
    Eu tenho que trabalhar e estou com uma dor de cabeca dos diabos.
    Se o seu pensamento, apesar das evidências apontadas, nao têm importância para você, entao, vá fundo na sua teoria e boa sorte. Abs.

  52. Marcelo Azevedo disse:

    Anouk,
    Você se cansa rapidamente, não contra argumenta e desiste de debater insinuando que sou burro porque penso diferente de você. Se esquece de que é na troca de idéias que nascem as melhores soluções. O Denis colocou bem: “As drogas já estão proibidas, vamos debater outra coisa?”
    Não tenho a pretensão de ser o dono da verdade, mas realmente acho que precisamos discutir o papel do Estado na questão das drogas, porque do jeito que está, não dá.
    Eu não uso drogas, mas por causa daqueles que querem usar, sou trazido diretamente a esse problema por conta da criminalidade associada. Por isso defendo que o Estado se posicione claramente: ou droga é crime, e vai todo mundo preso, esqueça essa bobagem de “traficante mau, usuário coitadinho”, ou então libera tudo, já que o Estado não deveria legislar sobre o corpo das pessoas, já que as Drogas são utilizadas pelas pessoas desde que o mundo é mundo e já que estamos perdendo esse jogo de goleada. Não vamos acabar com a droga. É mais fácil e talvez mais eficaz gerenciar a consequencia.
    Essa é em resumo a minha teoria. Talvez, discutindo-a com diversas pessoas de todas as opiniões, seja possível contribuir para gestar uma solução final e definitiva para o problema. É só isso que estou tentando fazer, desafiando minha própria insignificância…

  53. Marcelo disse:

    Fiquei curioso, Anouk, Que “evidencias apontadas”? Por que vc diz que o Marcelo Azevedo não dá importancia ao seu próprio pensamento? Ele até agora só disse que sempre rejeita as drogas. Não usa e nem tem interesse em experimentar.

  54. Marcelo disse:

    E, Anouk, então para combater as drogas é bem facinho né? Basta vigiar as fronteiras do Brasil (que é tão pequenininho, né?) para que não entrem drogas no país e pronto, acaba o crime organizado!
    Esta idéia, no mínimo, é de uma ingenuidade absurda.
    Fala sério, se as instituições policiais não têm competência nem mesmo para impedir a entrada de drogas nos presídios que estão sob o seu controle direto (vc deve saber que não é segredo para ninguém que em todos as instituições prisionais do Brasil, quiçá do mundo, o tráfico rola solto) como é que vão conseguir “fechar” os milhões e milhões de km das fronteiras brasileiras para a entrada de drogas? Talvez contratando Chuck Norris?

  55. Jonhy disse:

    Isso devia ser tema do novo “Casos de família”, digamos que já está bem contextualizado 😉

  56. Anouk disse:

    Marcelo e Marcelo Azevedo,
    Eu nao quero forcá-los a aceitar os meus argumentos e eu também nao chamei ninguém de burro. Houve um erro, troquei as letras. Eu juro! Nao é o pensamento seu, Marcelo Azevedo, e, sim, o meu. Só reparei agora. Ainda estou com dor de cabeca. Se as drogas já estao proibidas ótimo, legalizá-las seria dar trégua aos criminosos das Farc para atuarem como empresários decentes. Depois que estiverem com a ficha limpa, tornam-se políticos. É a velha tática mafiosa de contaminacao. Ah, sim, já ia esquecendo, sou ingênua e assisto muito filme americano; né? Quanto às fronteiras, existe o Exército, por exemplo.
    Quanto aos usuários de drogas, estes, na minha opiniao, deveriam ser criminalizados. Concordo com você Marcelo Azevedo. Sorry Marcelo.

  57. Marcelo Azevedo disse:

    Anouk, não entendo sua fixação nas Farc. As Farc não são os únicos a fabricar drogas no mundo. A cocaína é fabricada na Venezuela, Bolívia, Colombia, Equador e Peru, além do sudeste asiático e do oriente médio. Farc é terrorismo e assassinato, legalizar as drogas não tem nada a ver com legalizar as Farc, assim como acabar com as Farc não vai acabar com o tráfico internacional de drogas. Esqueça as Farc. Legalizar as drogas tem a ver, contudo, com legalizar atividades hoje executadas por foras da lei. Por mim, se legalizar as drogas significa anistiar os traficantes (sem , necessariamente, anistiar quaisquer outros atos de ilegais ou de violência que tenham sido cometidos por eles, com ou sem relação com a ilegalidade de suas atividades), eu não tenho problema nenhum com isso. Se estes vão se tornar políticos depois, aí já é problema do eleitorado, pouco afeito a dar importância à ética na política.

  58. Marcelo disse:

    Ah tah, Anouk, então existe o exército, né? Que tem plenas condições de construir uma guarita de vigilância em cada km da nossa fronteira para policiá-la, né?. E isto vai impedir completamente a entrada de drogas no Brasil. Claro, pois o exército, além de extremamente competente, é absolutamente incorruptível, né? E estes armamentos exclusivos das forças armadas que são apreendidos com traficantes o tempo todo não foram vendidos por militares corruptos né? Caíram do céu nas favelas.

  59. Marcelo disse:

    não sei se vc está informada mas criminosos de diversas categorias, inclusive traficantes já infestam o nosso sistema político faz tempo, independente de legalizarem a maconha ou não.
    Então a solução é “criminalizar o usuário”? E Eu devo ser preso, e sustentado pelo seu, o meu, o nosso suado dinheirinho, em presídios abarrotados de drogas (para que eu aproveite e me vicie em drogas mais pesadas) só pq vc se acha no direito de decidir por mim o que é melhor para a minha vida e impor seus valores?

    Me exlique por favor, de onde o estado tiraria o dinheiro para construir e manter os DEZ MIL novos presídios que seriam necessários para prender todos os milhões de usários de maconha do Brasil?

  60. Marcelo disse:

    Veja bem , Anouk, é consenso entre pesquisadores e intelectuais do meio jurídico que no processo de aplicação das leis não basta apenas o estado proibir alguma coisa para que deixe de acontecer.
    Vou dar um exemplo simples: Não dá para simlesmente proibir, por exemplo, a poliomielite. O vírus que causa a poliomielite não iria simplesmente obedecer a lei e parar de contaminar crianças apenas porque o Estado lhe proibiu. Para erradicar esta doença no Brasil foi necessário elaborar políticas públicas inteligentes, vacinas sendo distribuídas gratuitamente em todo o país e campanhas de esclarecimento sobre a importância da prevenção.
    Agora, para erradicar a maconha no Brasil, me responda qual política pública vai me convencer, e a outros milhões como eu, que devemos parar de usar uma substância inofensiva, que inclusive é tratada como planta medicinal em diversos paíse desenvolvidos? A qual agente público deve ser confiada esta tarefa impossível? Como é que o estado poderia governar diretamente sobre o que eu penso e acredito?

  61. Marcelo Azevedo disse:

    Marcelo, chamar a maconha de inofensiva é forçar a barra. Os efeitos nocivos do THC e das demais substâncias ingeridas ao se fumar maconha são conhecidos, pesquisados e divulgados. Você não acredita ou prefere ignorá-los. Defendo seu direito de fazer isso. Fazer publicidade de substâncias tóxicas como se fossem inofensivas, no entanto, já é outra história… Se não estou enganado, é ilegal fazer publicidade do tabaco dizendo que seu consumo não traz riscos à saúde.

  62. Anouk disse:

    Ok! Procurem pessoas competentes para que suas dúvidas sejam melhor esclarecidas. Eu nao tenho competência para debater com vocês.

    PS1 – Com o desaparelhamento do Estado, Marcelo, as prisoes poderiam ser construídas para usuários simpáticos como você. Eu sugeriria quadras de squash, piscina e quadra de futebol. Tudo politicamente correto.

    PS2 – Marcelo Azevedo, eu nunca afirmei que o tráfico iria acabar. Mas também nao considero que a legalizacao da droga seria um mal menor para a sociedade. Precisamos de Instituicoes fortes. Precisamos fortalecer a nosssa fragilíssima Democracia. Se conseguirmos, já é meio caminho andado no combate ao narcotráfico no Brasil. Procure informar-se melhor sobre as Farc.
    O debate deste tema termina aqui. Abs.

  63. Marcelo Azevedo disse:

    OK Anouk, será sempre bem-vinda quando se dispuser a nos esclarecer quais os efeitos nocivos à sociedade da legalização das drogas que são maiores do que os efeitos nocivos da atual política; explicar como você imagina que seja possível fortalecer a democracia e as instituições e como isso se refletiria em um sucesso no combate às drogas; e o que eu disse de errado com relação às Farc. Abraços!

  64. Marcelo disse:

    Veja bem, Marcelo Azevedo, não há consenso entre os cientistas sobre os efeitos nocivos ou benéficos da maconha. Por experiência própria eu sei que maconha vicia, e isto pode ser considerado um efeito nocivo, mas também é sabido que a maconha possui diversas propriedades de imenso valor medicinal, que não podem ser exploradas a contento por causa da nossa legislação burra. Quando disse que a maconha é inofensiava estou comparando-a com diversas outras drogas, inclusive lícitas, que conhecemos e que são absurdamente mais prejudiciais do que a maconha, como o alcool e remédios controlados, po exemplo. É uma grande hipocrisia, proíbe-se a maconha e libera-se o alcool (que mata 22,5 vezes mais do que todas as drogas ilícitas somadas) e qualquer um pode, à hora que quiser, ir a uma farmácia e tomar uma overdose de lexotan e ninguém culpa o dono da farmácia que vendeu o remédio pelo estrago causado. Eu fumo maconha há mais de dez anos, é um vício perfeitamente controlável, não fico louco e fora de controle se ficar alguns dias sem maconha, não existe overdose de maconha e ela também nunca atrapalhou meus estudos (estou me formando em História pela UFPE) ou o meu trabalho. Por estes motivos eu digo e repito a maconha é sim uma droga inofensiva.

  65. Marcelo disse:

    hauhuahuahuahuahuahu
    Ué Anouk? Está sem argumentos é? uhauhauhauhauahuahuah
    bie bie, meus parabéns por ter reconhecido a derrota.
    abs.

  66. Ilma Alves disse:

    O mundo é lindo!
    Hmmm,
    Mas para que se preocupar?
    Já fizemos o que podíamos,
    melhor não discutir mais o assunto.
    Hmmm,
    Uma geração é desperdiçada.
    Em toda parte com meninos novinhos com cara de zumbi.
    Será que ninguém percebe que esse problema seriíssimo está diretamente ligado à nossa política de drogas burra, que proíbe tudo sem fazer distinção entre drogas relativamente inofensivas e venenos mortais?
    Deixando livres os chefões: os importadores, exportadores, políticos, juízes, delegados que realmente mandam no tráfico. Esse pessoal é gente de bem, usa gravata, não dá para por na cadeia.
    Hmmm,
    Até quando entregaremos nossa política de drogas para os medíocres, os hipócritas e os ignorantes?

  67. Marcelo Azevedo disse:

    Marcelo, você está dizendo não que a maconha é uma droga inofensiva, mas sim que seus efeitos nocivos são controláveis. Eu, por outro lado, já perdi amigos para a maconha, que não conseguiram terminar uma faculdade, que se tornaram pessoas diferentes e esquisitas com o vício. E conheço gente que usa cocaína só em festa e isso não altera em nada suas vidas. É por isso que eu acho que não dá pra diferenciar as drogas. Se liberarmos a maconha hoje, amanhã vai ter gente dizendo que a cocaína deve ser liberada porque é como o álcool: pode ser usada socialmente, e só vicia se houver abuso. Mas numa coisa você tem toda razão: a situação toda é de uma hipocrisia enorme.

  68. Marcelo disse:

    É Marcelo Azevedo, acho que exagerei, não posso mesmo afirmar que maconha é inofensiva. Mas quando vc disse que perdeu amigos para a maconha “que não conseguiram terminar uma faculdade, que se tornaram pessoas diferentes e esquisitas com o vício”. Tem certeza que foi com o vício? Existe muita gente diferente e esquisita ou que não consegue terminar uma faculdade que nunca fumou maconha. Creio que não é justo simplesmente associar comportamentos e aspectos da personalidade das pessoas a eventuais substâncias que a mesma consome.

  69. Marcelo Azevedo disse:

    Não posso afirmar que meus amigos mudaram por conta da maconha, é verdade. Pode ser que tenham buscado a maconha PORQUE mudaram, e não mudaram porque se viciaram em maconha. Concordo. Meu ponto é apenas que não podemos enganar ninguém: o uso de drogas, seja álcool, tabaco, maconha, cocaína, ecstasy, o que você pensar, tem consequencias. Sabe-se que o uso prolongado de maconha em grandes quantidades, mesmo que não te dê overdose, pode causar danos neurológicos. Igualzinho ao álcool, ressalte-se. Num eventual cenário de liberação, é de vital importância que todos tenham a informação correta (como creio que temos atualmente com as bebidas alcoólicas e com o tabaco) antes de fazer suas escolhas.

  70. Marcelo disse:

    Olha aí Marcelo Azevedo, os MACONHEIROS se organizando para promover o movimento pela legalização e o plantio caseiro. Esta é uma das muitas redes organizadas horizontalmente na internet voltada para a divulgação de eventos e troca de informações sobre a luta pela legalização e que conta com colaboradores em todo o país. Amanhã tem reunião da Marcha em Salvador 2011 e Oficina de Cultivo Indoor organizada pela galera do DCE da UFBA, com @Sergio__Vidal. http://tinyurl.com/2uwr9sv

  71. Felipe disse:

    Eu nem preciso comentar, subsituí as minhas palavras pelas suas.

  72. Anouk disse:

    Caro Denis,
    Se você me permite, gostaria de sugerir aos seus leitores, especialmente ao Marcelo Azevedo – ávido por informacao – o blog “Cavaleiro do Templo”; é só entrar no google. Neste blog vocês encontrarao indicacoes de livros sobre o comunismo, artigos sobre o PT, as Farc, enfim, informacoes valiosas com textos muito bem elaborados de autores que conhecem a história e acreditam nos fatos.
    “Querer aprender sempre mais reflete a nossa curiosidade. Acreditar poder saber tudo reflete apenas uma ilusao.” (Marcelo Gleiser – professor de Filosofia Natural, Física e Astronomia).
    Obrigada e feliz 2011 para todos.

  73. Chesterton disse:

    Tostines é mais fresquinho porque vende mais ou vende mais porque é mais fresquinho? Não sei.
    Atese de que a liberação traz moderação exige provas melhores que pura retórica. A tese de que a proibição traz o abuso tem até música (prohibition blues, Jorma Kaukonen, imperdível) mas parece mais uma lenda urbana. A China foi inundada e viciada quando tudo era liberado.

  74. Marcelo disse:

    Galera, vejam só o que aparece quando se busca “Cavaleiro do Templo” no google:
    PT e as FARC
    Red Cocaine – esquerda e drogas
    Karl Marx, satanista
    A escória da humanidade
    O Livro Negro do …
    Estes são os seus “fatos” Anouk?
    Já dizia Nietzsche: “Não há fatos, só interpretaçaões”.

  75. Marcelo disse:

    E agora Anouk? O maior capitalista do Brasil defende a legalização da maconha! Será que o diabo além da esquerda controla Também a direita?
    growroom: “Eike Batista Defende Legalização Da Maconha! http://tinyurl.com/28gq86t » Assista agora o vídeo!

  76. Marcelo Azevedo disse:

    Olá Anouk,
    Seria mais produtivo se você colocasse seus pontos com mais clareza e utilizasse os autores para sustentar suas hipóteses. Já li sobre a ligação entre Farc e PT na reportagem da própria VEJA, e não duvido que sejam reais. Só que você não explica, não quer explicar, não diz de onde tirou que legalizar as drogas é legitimar as Farc. Não sei se um blog de extrema direita que sustenta que “não existe católico socialista” é a melhor bibliografia para eu me “informar sobre as Farc”. Ainda assim prometo dar uma olhada com carinho e tirar conclusões melhores.
    É preciso ter paciência para o debate, Anouk. Argumentar, contra argumentar, mostrar argumentos válidos. Esse negócio de argumentos que se sustentam por si só é coisa que só funciona lá onde “não existem socialistas”…

  77. Marcelo Azevedo disse:

    Chesterton,
    O argumento no qual sustento a liberação das drogas é a responsabilidade individual de cada um por seu próprio corpo. Eu não vou nunca comprar drogas. Por isso não tenho nenhum interesse em que o Estado gaste recursos combatendo-as. Nem tenho interesse em ver a máquina do crime montada em volta do tráfico. Por outro lado, há muito tempo as drogas são proibidas em todo canto, e nem por isso seu consumo deixa de existir. Acredito que todos deveriam ser livres para tomar suas próprias decisões, por mais estúpidas que possam ser. Mas, claro, experiências para provar a tese sempre podem ser feitas para sair do campo da pura retórica, desde que o debate esteja aberto. Por enquanto a questão parece fechada (drogas proibidas e ponto final).

  78. jorji disse:

    Libera, liberando ou não, as consequências todos conhecem, qual é o problema o fato de alguns morrerem? o mundo em que nascemos sempre foi assim, 4,5 milhões de crianças pelo mundo ainda morrem por falta de saneamento básico, por consumirem água contaminada, e alguém se importa?

  79. Marcelo Azevedo disse:

    jorji, realmente poucos se importam, no entanto pobreza não é uma coisa que se escolhe, usar drogas sim. Libera, usa os recursos da guerra contra as drogas para atacar os aspectos sociais que levam ao crack, informa todo mundo que a droga mata e deixa cada um fazer suas escolhas… quer morrer aos poucos, quem sou eu para impedir?

  80. jorji disse:

    Marcelo, respeito a sua opinião, mas droga não é exatamente uma escolha, já existe comprovação científica de que pessoas nascem biologicamente propensas a usar drogas, o alcoolismo, o cigarro e outras drogas, da mesma forma que o homossexualismo, apesar da maioria dizer que é uma opção, estão errados, é uma condição biológica. O que falta é a sociedade se guiar sobre as questões de forma mais científica, uma orientação mais racional, não se deixar levar por dogmas, princípios que na maioria são absurdos, por sentimentos, o que falta inclusive para a imprensa, é ver o mundo pelos olhos da razão, diga-se a verdade, doa a quem doer.

  81. Marcelo disse:

    Jorji: “não se deixar levar por dogmas”
    “pessoas nascem biologicamente propensas a usar drogas (…)” Isto não seria um dogma? Quer dizer que não existe livre arbítrio?

  82. Marcelo Azevedo disse:

    jorji, você tem razão, existe essa propensão, mas como disse meu xará Marcelo, também há o livre arbítrio. Podemos então fazer uma analogia com o caso do jogo. Sabe-se também que há pessoas que tornam-se viciadas em jogo com mais facilidade que outras, que podem perder tudo que tem na vida em um cassino. E que para essas pessoas, a melhor coisa a fazer é escolher não jogar (livre arbítrio), e ponto final. Qual modelo é melhor: o nosso, onde temos polícia correndo atrás de bicheiro e de cassinos clandestinos, ou o modelo americano, onde existe até uma metrópole no meio do deserto (Las Vegas) cuja economia roda quase que exclusivamente em função do jogo? Parece-me que para a maioria o jogo liberado é melhor. É claro que há de se lidar com os jogadores patológicos e que isso é um problema social grave, mas me parece um problema social ainda maior ter o aparato de Estado mobilizado no combate ao jogo. Jogo, pra mim, é uma droga como maconha, cocaína, crack. A diferença é que a única química envolvida é a cerebral…

  83. jorji disse:

    Marcelo, tem certeza que nunca ouviu falar que a maior parte das condutas do indivíduo é estabelecido pela genética? que indivíduos que se tornam viciados na maioria dos casos tem pouca produtividade de hormônio como a seretonina? que é o hormônio do bem estar? que até indivíduos propensos ao crime é fator de natureza biológico? que hoje a comunidade científica mapeia o cérebro em busca de respostas para todas as questões humanas? que a maior parte das doenças são hereditárias? ouviste falar do inconciente? sub-conciente? que a nossa cor de olhos também é genético? a nossa estatura? que até o fator religioso é hereditário?etc, é disso que estou falando, a partir do momento que a maioria entender, dissecar a natureza humana, entender realmente o que é um ser vivo, muito de nossos preconceitos conseguiremos domar. Pense mais a respeito do livre arbítrio, ele é limitadíssimo, a maioria quase sempre está errada.

  84. Marcelo Azevedo disse:

    jorji, tudo isso que você falou é verdade, mas não posso descartar o elemento do livre arbítrio e acredito que ele é mais importante nas nossas atitudes e na natureza humana do que você considera. Afinal, existem ex-alcoólatras, ex-viciados, pessoas que a despeito de sua propensão genética, vencem o vício. Há casos de gêmeos idênticos que desenvolvem personalidades completamente diferentes com a mesma criação, a despeito de terem o mesmo DNA. Desenvolvem vícios e virtudes diferentes entre si. Quando se trata de natureza humana, ainda não podemos dizer que genética é determinismo total.

  85. Marcelo disse:

    “tem certeza que nunca ouviu falar que a maior parte das condutas do indivíduo é estabelecido pela genética?”
    Já ouvi isto sim, Jorji. Um tal de “Adolf Hitler” lá na Alemanha defendia esta opinião.

  86. Marcelo disse:

    Não acredito que o livre arbítrio é “limitadíssimo”. Determinismo biológico só leva a julgamentos precipitados. Por exemplo, Já que a maioria absoluta dos presidiários é de cor negra e se a verdade é que a genética determina tudo… então deveríamos exterminar todos os negros para combater coma violência, não é mesmo?

  87. Marcelo Azevedo disse:

    É jorji, levando ao extremo o argumento, o que você está falando é tem muito a ver com a eugenia…

  88. Felipe disse:

    E isso sem contar que essa droga, aos poucos, atinge a classe média. Se atingir a fundo – tomara que não – daí surgirá a operação morro do Alemão parte 2, em pleno centro de São Paulo.

  89. Anouk disse:

    Olá Marcelo Azevedo,
    As minhas argumentacoes baseiam-se em leituras diversas, eu sou eclética. Para que eu pudesse apontar solucoes, teria que conhecer aspectos técnicos que eu desconheco. Como nao tenho autoridade para propor solucoes, sinto-me pouco motivada para o debate, que nao raro desemboca numa polêmica sem fim. As minhas hipóteses, vêm da minha capacidade de observacao e compreensao dos fatos. Informacoes adquiridas seriam de pouco valor, se me propussesse aceitá-las sem filtrá-las através do bom senso.
    Importante é saber distinguir a boa leitura da leitura ruim. Você é competente o suficiente para fazer esta distincao.
    Sou conservadora por excelência e leve como uma pluma. Acredite-me nao há a menor contradicao no que digo, muito pelo contrário. Sou atéia, embora entenda e respeite a fé de cada um. O fato de eu ter evitado mencionar nomes de autores foi para evitar a barreira do julgamneto preconcebido. Espero que o esclarecimento esteja a contento.
    Um grande abraco.

  90. Marcelo Azevedo disse:

    Oi Anouk,
    apenas me intriga o fato de você não se sentir capacitada para debater mas defenda apaixonadamente um ponto de vista que diz compreender através das informações que adquiriu. Fica parecendo que você não está disposta a ouvir e levar em conta ideias diferentes daquelas que você desenvolveu com base nas informações que obteve. E, em minha modesta opinião, é apenas trocando ideias que novas ideias melhores surgem.
    Você citou um blog extremista que diz que todo esquerdista é canalha. O extremismo é tóxico. Regimes de extrema direita e de extrema esquerda são muito semelhantes entre si: totalitários, ditatoriais, assassinos. Se no passado haviam as guerrilhas comunistas, agora temos os grupos neonazistas (extrema direita) surrando nordestinos e homossexuais. Me identifico mais à direita, mas tenho amigos esquerdistas e sei que eles não são canalhas.
    A propósito, interessante perceber que nós dois estamos defendendo valores que são mais caros à direita do que à esquerda. Eu defendo a liberdade individual e menos controle do Estado sobre a vida das pessoas. Você defende que o Estado regule e legisle sobre valores morais. Será que esse debate é mesmo tão ideológico quanto você acredita que seja?

  91. Marcelo disse:

    Calma aí, Anouk. Concordo que vc não possui “conhecimentos técnicos” que a tornem capaz de sugerir soluções reais. Mas vc não se abstém de sugerir “soluções”.
    A sua primeira sugestão é manter a proibição (como se isso fosse alguma novidade no combate às drogas). Em outros comentários a solução é usar as nossas “competentes e incorruptíveis” forças armadas para acabar coma entrada de drogas no Brasil. Agora, a sua melhor sugestão neste post foi aquela do dia 07/01/2011 às 14:49, a das prisões/spa, onde “usuários simpáticos” como eu poderão viver no bem bom enquanto os contribuintes pagam a conta. Adorei.

  92. Anouk disse:

    Marcelo,
    Conta-se que um rabino foi certa vez consultado sobre um litígio. Uma das partes envolvidas apresentou seu caso e o rabino aquiesceu: “você tem razao”. A outra parte também apresentou sua argumentacao e o rabino reconheceu: “você também tem razao”. Atônito, o assistente que o acompanhava, questionou: “isto é um litígio, como pode ser que este tenha razao e aquele também”? O rabino concordou: “você também tem razao”. Abs.

  93. Chico Pianceto disse:

    O crack não é a droga mais barata do Brasil. Em várias cidades do nordeste do país pode-se comprar maconha a partir de 2 reais. Sendo ela comumente chamada de “solta” em sua versão nacional, ou prensada e/ou paraguaia, em sua versão prensada e mais potente, geralmente misturada com óleo de bateria ou amônia.

    Quanto ao poder de destruição do crack, sua velocidade de dependência e facilidade de overdose, não restam dúvidas. Excelente artigo, parabéns.

  94. Marcelo disse:

    E este Rabino confuso que não sabe o que pensar é vc?

  95. Marcelo Azevedo disse:

    Anouk, cada vez menos entendo sua linha de pensamento. Primeiro, você se posiciona com base em seus valores e no que acredita ser “certo” em oposição ao “errado”. Aí diz que comunistas são maus e errados. Depois, traz uma parábola acerca da inexistência de certo e errado, como se isso justificasse sua aversão ao debate. É incoerente!
    Não é nenhuma postura religiosa que está em jogo, e sim uma questão que diz respeito a todos nós. É imperativo que seja tomada uma decisão, que pode não ser com base nos seus ou nos meus valores de “certo” e “errado”, mas que precisa ser tomada com base na LÓGICA. Aliás, se inexiste certo e errado, melhor que cada um tenha o direito de fazer o que é certo para si mesmo desde que não prejudique a vida dos outros, mais um argumento pela liberação.

  96. jorji disse:

    O Denis tem razão, essa lei não é apenas burra, é uma indecência, só favorece o mundo criminoso, o lucro do comercio de drogas é o risco, a proibição, que torna o preço dos entorpecentes altissimo, aferindo um lucro vultoso, atraindo políticos, empresários, mafiosos para a atividade, e nos esquecemos do principal foco, o usuário. Está comprovado cientificamente, já foi publicado diversas vezes na imprensa, que existe indivíduos proprensos ao uso de drogas, não fujamos da realidade, essa questão relativo às drogas tem que ser tratado de natureza médica, mais especificamente na área da psiquiatria, o resto é conversa fiada, perda de tempo.Apesar da grande maioria não aceitar , tudo que eu li a respeito, são os genes que determinam o que somos, seja o aspecto fisico ou do nosso cérebro, é o DNA , quer queira ou não.

  97. Marcelo Azevedo disse:

    jorji, então é mole resolver a questão. Vamos identificar quais os genes responsáveis pela propensão ao consumo de drogas. Vamos instituir testes genéticos nas maternidades, junto com o “teste do pezinho”, para descobrir quem são esses indivíduos. Vamos castrá-los para que não possam transmitir o gene defeituoso para seus filhos. Em duas ou três gerações, a engenharia genética terá resolvido o problema! Que tal?

  98. Marcelo disse:

    O DNA define tudo Jorji? E a educação doméstica, os aspectos culturais da sociedade em que o indivíduo está inserido ou a própria autonomia do indivíduo não influenciam me nada né? Estamos fadados a percorrer o inexorável destino que o nosso DNA traçou para nós. Sem escapatória, né? Cuidado, Jorji. Isto é racismo disfarçado com um manto de pseudo-ciência

  99. jorji disse:

    Exército, marinha, aeronáutica, CIA, FBI, polícia federal, Interpool, polícia civil, polícia militar, agentes secretos, espiões e enfins, até hoje nenhuma sociedade encontrou solução para a questão de entorpecentes, por uma simples razão, não tem solução, não existe solução, as drogas vieram para ficar, é como o cigarro e o álcool, sempre serão consumidas pela sociedade, sempre a sociedade consumiu drogas, é milenar,milenar não, pelo menos a milhões de anos, proibindo ou não, essas campanhas que vemos pelas programações de televisão contra o uso de drogas são idiotas ao extremo, é elementar, o negócio mais barato e menos traumático, é a sociedade ter o controle, isso mesmo, o controle, o resto é baboseira, falta de inteligência, e não ter aliado a ciência, é outra baboseira, carregamos dentro de nós os genes para o uso de drogas, dentro de nosso corpo produzimos drogas, os animais também, as drogas são compostos orgânicos.

  100. jorji disse:

    Marcelo Azevedo, temos que ter o “controle”, a sociedade tem que ter o “controle”, do comercio e de usuários, não sou desumano, os viciados tem que ser tratados como “gente”, não como “criminosos”, a familia do usuário também tem que ser assistido, eu falo de salvar vidas, o que vemos hoje são zumbis perambulando pelas ruas.

  101. Marcelo Azevedo disse:

    jorji, seu argumento de que drogas sempre estiveram aí e que é menos traumático ter o controle faz sentido pra mim. Tratar viciados como gente e assistir à família do usuário, acho que é tudo o que precisamos. Agora, acho que você precisa ter bastante cuidado quando fala de determinismo genético. Primeiro porque soa racista e eugenista. Segundo porque de fato o genoma humano está completamente mapeado e ainda não sabemos o que fazer com isso, posto que, diferente do que pensava a ciência, as características não são determinadas por um ou outro gene mas sim por um sem-número de combinações de genes que podem ser disparadas ou não por um outro sem-número de fatores internos e externos ao corpo humano. Ainda sabemos muito pouco sobre cérebro e genética para querermos usar esse tipo de informação como base para um entendimento da personalidade humana.

  102. jorji disse:

    Marcelo, o DNA define a personalidade , temperamento, aspectos físicos, doenças, na questão física define 100%, o nosso comportamento, digamos, 90%, nossas escolhas são fundamentadas no que somos.

  103. Marcelo Azevedo disse:

    Algumas referências que encontrei rapidamente.
    Temos claras evidências contra o determinismo genético.
    Estou certo de que vi uma reportagem recente a respeito em alguma grande emissora, não consigo me lembrar quando foi por isso não encontrei, mas tenho certeza de que é possível encontrar referências até melhores do que essas que achei em cinco minutos.

    http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL52440-5603,00-DNA+NAO+TRARA+REVOLUCAO+MEDICA+DIZ+LIVRO.html

    http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/814343-lider-em-genomica-diz-que-fomos-ingenuos-sobre-potencial-de-sequenciamento-do-dna.shtml

    http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=sequenciamento-genetico-dna-mostra-forcas-fraquezas

  104. Miguel Solano disse:

    Lamentável essa situação.
    Sou recifense e gosto do Recife Antigo – até as 17:00. Quando anoitece o clima é exatamente esse que você citou acima. Mas o problema não está só em “tomar providência”. O problema maior se encontra nas pessoas que PODEM fazer algo para reverter essa situação e, ao contrário, apenas colaboram pra isso. Foi meio Tropa de Elite, mas muito sincero. Realmente é isso que acontece, infelizmente.

  105. ricardo disse:

    só uma correção.. “98% das cidades brasileiras”? tem ideia do que são 98% das cidades brasileiras? se dissesse 98% das capitais brasileiras, vá lá. 98% das cidades brasileiras = 5.397 cidades (total de 5.507). duvido que você conheça os problemas de todas elas. ou vai me dizer que todas as cidades com 10, 15 mil habitantes sofrem desse mal. concordo que algumas podem sofrer, mas é minoria. e essas cidades são a maioria do rol de cinco mil e quinhentas cidades.

    sua argumentação faz sentido e é importante sim. me parece algo bastante evidente mas que a maioria se esquiva de olhar. mas não perca a razão com frases de efeito ou sensacionalistas.

  106. Lu.Moraes disse:

    Adoro seus post mais algo me preocupa, sempre que se fala em drogas sua fala chega sempre na proibição.sera que voce realmente acredita que liberando vai resolver esse isso,sera que esta assim não e porque os pais estão preocupados em consumir alcool(liberado) em vez de cuidar de seus filhos,dando-lhes amor,comprienção e um pouco atenção so um pouco acho que ja ia fazer um pouco de diferença…isso e realmente preocupante+ vamos nos concentrar em falar do copinho de cerveja que esta na mesa dos papais e com certeza teremos melhores resultados.

  107. Solano disse:

    “..carregamos dentro de nós os genes para o uso de drogas” ..??
    Por nada não, mas serão verdadeiros ETs aqueles cuja formação foi suficiente para não se aventurar nas “tentações modernistas” regada a drogas ..? tem tanta gente que nunca colocou nem cigarro na boca, alcool só em ocasiões ..e sendo ETs, não será suficiente o exército, marinha, aeronáutica, Polícia federal, etc ..são muitos os ETs..
    Impressionante os recursos que os fracos de princípios usam para maquiar, justificar suas cagadas consigo mesmo …genes ?? rs.rs.rs.
    Nesse caso, salvem os ETs, o resto são drogados…

  108. Marcelo Machado disse:

    Denis, trabalho na justiça criminal e posso lhe garantir que NÃO é necessário alterar a lei para punir tráfico de crack de modo diferenciado.
    A lei já faz a diferenciação!
    A aplicação da pena segue tanto a regra geral do artigo 59 do Código Penal quanto a específica da Lei de Tóxicos.
    Vamos partir do geral para o especial.
    Diz o art. 59 do Código Penal: “O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às CIRCUNSTÂNCIAS e CONSEQUÊNCIAS do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime”.
    Já a Lei de Tóxicos diz o seguinte:
    “Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, COM PREPONDERÂNCIA sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a NATUREZA e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente”.
    (Quando a lei fala “agente”, entenda “réu”).
    Como a pena do tráfico é elástica (5 a 15 anos, art. 33), pode-se concluir que o juiz tem sim uma excelente margem de manobra para tratar de modo diverso drogas diversas (se não o faz, a culpa não é da lei, mas do juiz).
    Portanto, isso significa que é não só possível como obrigatório punir o tráfico de crack com penas mais pesadas do que o de drogas de menor lesividade individual.

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