A porta da frente e a de trás

No final dos anos 1960, a maconha chegou à Holanda, junto com os cabelos compridos, o discurso pacifista e o movimento flower power. O governo encomendou a especialistas um relatório, avaliando os riscos da nova droga e sugerindo uma forma de lidar com ela. Na mesma época, vários países fizeram a mesma coisa. O Reino Unido encomendou o Relatório Wootton em 1968, no Canadá produziu-se o Relatório LeDain em 1970, nos Estados Unidos, Nixon mandou preparar o relatório Shafer, em 1972. Todos eles chegaram a uma conclusão semelhante: a maconha é uma droga relativamente segura e a melhor forma de lidar com ela é com regulação.

“A diferença é que, aqui, os políticos ouviram os cientistas”, diz Mario Lap, especialista em política pública holandês, que entrevistei no parque da cidade, em Amsterdam, enquanto ele levava sua cachorrinha para passear. Nos outros países, os políticos entraram em pânico com medo da reação interna e ignoraram as recomendações.

A Holanda então resolveu regular a venda de maconha, de maneira a poder fiscalizar o comércio e vigiar de perto os vendedores. Só que tinha um problema. Em 1961, o país tinha assinado uma convenção da ONU na qual se comprometia a reprimir o comércio de drogas. Ou seja, pela lei internacional, o país não podia permitir a legalização da maconha.

Só que esse país pragmático, de comerciantes bons de contas, tem uma palavra que nem existe no dicionário da maior parte das línguas: “gedogen”. Gedogen é uma coisa que é ilegal, mas tolerada em nome de um bem maior. Os holandeses resolveram então que, em nome da saúde e da segurança públicas, a maconha seria gedogen. Ilegal, mas tolerada dentro de certos ambientes, desde que uma série de regras rígidas fossem seguidas (publicidade proibida, ordem pública mantida, proibição absoluta a menores de idade). Só que o sistema tinha uma incoerência fundamental: era permitido vender maconha nos “coffeeshops”. Mas quem venderia para os coffeeshops? Os pragmáticos holandeses resolveram seguir em frente. Melhor resolver meio problema do que nenhum, pensaram.

A política foi bem sucedida. O maior impacto positivo foi o que os holandeses chamam de “separação dos mercados entre as drogas leves e pesadas”. Ao tirar a maconha dos traficantes ilegais, reduziu-se bruscamente os índices de usuários de outras drogas – no Brasil, não é incomum que traficantes empurrem crack para quem só quer comprar maconha. Mesmo o número de usuários de maconha, no país, está bem abaixo da média europeia.

Mas sobrou “meio problema”. Os holandeses tiveram pleno sucesso em regular a demanda, mas a oferta continuou nas sombras da ilegalidade. A porta da frente dos coffeeshops é absolutamente legal, mas a dos fundos é tão esquisita quanto a de qualquer boca de fumo do mundo.

No começo, quem supria a maconha da Holanda eram produtores tradicionais do Líbano. Mas, no final dos anos 1980, começaram a surgir plantadores no país, e a qualidade começou a ficar muito melhor. Mario Lap, o especialista que entrevistei, trabalhava no governo na época. Ele percebeu que era hora de resolver a outra metade do problema. “Propus que regulássemos, licenciando produtores. Naquela época, eram mamães e papais que plantavam. Era gente como eu e você: professores, motoristas, que tinham o dedo verde e queriam uma renda extra. Eu disse que tínhamos duas opções: ou regulávamos a produção ou o crime iria dominar esse mercado em cinco anos.”

Dessa vez, o governo não ouviu os cientistas. Temeroso com a reação internacional, optou por não regular, manter os produtores na ilegalidade e, pior, colocá-los na cadeia. Em muito pouco tempo, as mamães e papais saíram do negócio, já que não viam graça em ir presos. Surgiu um mercado lucrativo desatendido, e obviamente logo logo alguém apareceu para supri-lo. Desde os anos 1990, há grupos criminosos produzindo maconha na Holanda. A qualidade do produto caiu, o preço subiu, a vida dos donos de coffeeshop perdeu um pouco da alegria e ficou mais tensa. Mario olha com inveja para a Espanha, onde o problema da oferta está sendo atacado: há lá cooperativas de usuários que ganharam na justiça o direito de plantar para si mesmos, sem transações comerciais envolvidas (e portanto sem infringir as convenções da ONU). “A Holanda ficou para trás”, diz.

Hoje, o sistema todo dos coffeeshops está sob ameaça. A Holanda tem um governo “de minoria”, uma grande coligação que, para governar, precisa do apoio de um partido ultranacionalista xenófobo, que quer ver os coffeeshops fechados (eles também querem cobrar impostos de quem usa o véu muçulmano). Se eles ganharem a briga política, o controle para comprar maconha aumentará muito, centenas de coffeeshops serão fechados e os turistas serão proibidos de entrar. “Os traficantes de rua vão voltar, para vender para os turistas, que certamente não vão embora, e para os holandeses que não se submeterem às restrições”, diz Mario. Se isso acontecer, a Holanda voltará a ter um problema inteiro, como o resto de nós.

Estou dentro do trem, rumo ao sul. Vamos ver o que tem na Espanha que deixa os holandeses com inveja.

83 comentários
  1. Thiago Perin disse:

    e graças ao heswbollah,o líbano não exporta maconha e recebe turista ,ao contrário do pro-americano regime de hosni mubarack com o contrabando tabagista…

  2. Thiago Perin disse:

    graças aos eua no af-pak que temos “gênios” como você defendendo uma postura entreguista em relação as drogas .um injusto preconceito contra muçumanos em geral faz que tu defendas o tráfico de ópio no af-pak as custas da auto-suficiência alimentar afegã pra apoiar fazendeiros- coroneis da droga tanto lá como aqui .mas satanizam injustamente o talebã e o mst.porquê será?falta de argumento contra nacionalismos e movimentos sociais?

  3. Thiago Perin disse:

    e o cigarro não era uma droga leve?porquê o capitalista contrabando?

  4. Thiago Perin disse:

    quem sabe a gente se encontra pra discutir essa paradas.falou mano!

  5. Gerson B disse:

    Pode até ser uma boa experiência (pra nos, não pra eles) que eles proibam os coffee shops. Quando começarem as quadrilhas e os tiroteios, e a inevitavel corrupção das instituições eles rapidinho vão se dar conta do que fizeram. Um exemplo pra nos e pro mundo.

  6. AQUILES disse:

    ALÔ BANGU!
    THIAGO PERIN É O NOME DO MANO!

  7. AntiFundamentalista disse:

    bangu 2
    tiago 0
    vai rebolá -2

  8. AntiAiatolá disse:

    Não há dúvida de que os proibicionistas brasileiros prestaram um desserviço ao Brasil. Juntaram de tudo o que havia de pior!
    Salve Lindo Pendão da Esperança
    Save Símbolo Augusto da Paz
    Tua Nobre Presença à Lembrança
    Da Grandeza da Pátria Nos Traz
    Recebe o Afeto que se Encerra em Nosso Peito Juvenil
    Querido Símbolo da Terra
    Da Amada Terra do BRASIL!

  9. Francisco Xisto de Loiola disse:

    Sou contra alegalização. Cadê o uso de armas que foram legalizada ? Os crimes aumentaram ou diminuiram? A quem interessava isto ? Que cabeça se preocupa com este tipo de proposta? Existem tantas propostas nobres, precisando de nossas doações de Amor , mas ninguem fala!!!Que Pena ? Aqueles que são a favor da Descriminalizar o Aborto? Cuidado !!!Mesmo legalizado, isto, não nos livra do pesado resgate na encarnação seguinte, quam avisa amigo é !!!! Boa sorte e melhor reflexão. Muita Paz.

  10. BRASILEIRO disse:

    HOUVE MÃO MAIS PODEROSA
    HOUVE MÃO MAIS PODEROSA
    ZOMBOU DELES O BRASIL!
    VOSSOS PEITOS VOSSOS BRAÇOS
    VOSSOS PEITOS VOSSOS BRAÇOS
    SÃO MURALHAS DO BRASIL!

    Brava gente brasileira
    Longe vá temor servil
    Ou ficar à Pátria livre
    Ou Morrer pelo Brasil!

    Deus salve a liberdade de pensamento, de opinião, de manifestação, de expressão e de autogoverno corporal individual no Brasil!

  11. BRASILEIRO disse:

    VIVA DILMA ROUSSEFF
    VIVA FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
    VIVA O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – STF
    VIVA O DEPUTADO PAULO TEIXEIRA
    VIVA OS LEGALISTAS
    VIVA O BRASIL
    OU FICAR À PÁTRIA LIVRE
    OU MORRER PELO BRASIL!
    VIVA BRIZOLA!

  12. Claudio disse:

    Grande Denis!! Valeu meu camarada! Era exatamente sobre isso que eu queria saber. Ler um texto seu é sempre um prazer, muito obrigado.

  13. Eduardo disse:

    Excelente texto, Denis! Obrigado pelo serviço que você presta pro Brasil e pro mundo.

  14. angelo disse:

    http://oglobo.globo.com/blogs/arnaldo/

    “ATENÇÃO: ESTE BLOG ESTÁ SUPRIMINDO, NA MAIOR TRANQUILIDADE, TODOS OS COMENTÁRIOS OFENSIVOS, GROSSEIROS, ESTIGMATIZANTES OU BELIGERANTES SOBRE O TEXTO ABAIXO. PELO MENOS O DOBRO DO QUE FOI POSTADO JÁ ESTÁ NO LIXO. LEITORES QUE NÃO PRIMAM POR EDUCAÇÃO NÃO PRECISAM NEM PERDER O TEMPO DE ESCREVER.”

    (Arnaldo Bloch)

    Proibiciopatas finalmente…proibidos de manifestar ódio.

    Finalmente alguém percebeu que liberdade de expressão não significa liberdade de injúria e incentivo ao ódio. Finalmente alguém brecou covardes que se aproveitam de pseudo-anonimato pra ofender pessoas.

    E na educação, sobra o que pra eles dizerem? Pelo visto, conforme já sabido, nada. É só olhar e ver: os ‘a favor’ argumentando e proibicionistas reclamando que não podem xingar? Quem está entorpecido?

  15. Fabrício G. disse:

    Muito bom o texto! Bem esclarecedor. Espero que informaçoes como estas, corretas, se espalhem pelo mundo. A guerras as drogas é um fracasso total. Os proibicionistas tem provado de onde vem toda a violência e desrespeito que vemos hoje na sociedade, de suas próprias idéias! Ofensas e ódio são justamente o que não precisamos mais, se todos se respeitassem, independente da cor e da droga que usa, certamente estaríamos num caminho melhor. A nova geraçao, a minha, ja nao tolera mais essa violência, e independente de usar droga ou não, temos que nos respeitar! Grande abraço a todos, que o direito de escolha se faça valer!

  16. Edmilson disse:

    Denis, vc vai passar pela Suécia? Ou vc só vai passar por países e estados que regularam o comércio de drogas?

    Pode nos contar o seu roteiro de viagem?

  17. denis rb disse:

    Edmilson,
    Meu plano é ir para lugares que estão tentando algo diferente. Vou amanhã para a Espanha, depois Portugal, gostaria de visitar o Marrocos, mas não sei se terei tempo. E ainda vou fazer pesquisa no Rio e, quem sabe, na Bolívia.

  18. x. disse:

    Sem legitimidade científica, por causa de uma equivocada série de falsos indicadores, é falso o pressuposto básico de que a Suécia apresenta baixos valores sobre o uso recreacional de drogas menos duras que o álcool e o tabaco, caso medicinal comprovado da maconha, se comparada proporcionalmente com outras nações. A Grécia, por exemplo, que, pela sua cultura milenar, gasta nada com o proibicionismo estatal, tem valores registrados com uso de drogas muito menor do que a Suécia. Cientificamente, o relatório produzido pelo escritório das nações unidas sobre drogas e crimes só pode ser visto como um documento ideológico e pseudorreligioso que, equivocadamente, se destina a sustentar a má-fé no controle das drogas, ao invés de tentar buscar esclarecimentos de rigoroso valor científico. A neobrutalidade da polícia sueca contra usuários fez ressurgir, como mecanismos de defesa naturalmente surgentes em qualquer corpo social, gangues historicamente conhecidas como os ‘Hells Angels’, ‘Bandidos’, ‘Wolfpack Irmandade’ e ‘Gangsters Original’. São gangues que brotaram por toda a Suécia até 2010, concentrando-se, sobretudo, em Malmö e Gotemburgo, devido muito à proximidade com a Dinamarca, que também enfrenta problemas com gangues e proibicionismo. Pelo menos 2 promotores, os procuradores Barbro Jönsson e Mats Mattsson, foram alvos de atentados de morte inéditos em terras suecas, com bombas e tiros nas suas residências, coisa nunca imaginada nas glaciais terras nórdicas. Nada como um dia após o outro. Em apelo emocional dirigindo-se à plateia, o presidente da associação de usuários de drogas sueco pediu, em 2003 na cidade de Lisboa, uma urgente reforma das políticas de droga na Suécia, que erroneamente nivela todos os usuários de drogas e massacra nomeadamente os mais pesados, que não podem trocar suas agulhas nem ter acesso ao tratamento de metadona contra a heroína. “Eles têm medo até de chamar uma ambulância, por causa dos assistentes sociais e da polícia.” Os resultados anticientíficos colhidos no relatório são obtidos através de pesquisa direta ao entrevistado, que, obviamente, mente ao entrevistador e diz não usar tais substâncias, a fim de evitar aborrecimentos com a temporária legislação proibicionista sueca. É mais ou menos assim: “Bom dia. O sr. é usuário de drogas ilegais? Sim ? Então, teje preso.” Essa foi a estatística utilizada no relatório da tal ‘redução do consumo’ na Suécia… hahahahahahahahahahahahahahahahaha.

  19. x. disse:

    É isso aí… E, ainda no caso da Suécia, o relatório do escritório das nações unidas sobre drogas e crimes que produziu a falsa informação e impressão de redução de consumo, delírio dos proibicionistas com parco estudo, não possui clareza científica capaz de criar um padrão descritivo completo sobre o fenômeno da drogadição, tanto naquele quanto noutros países, que legitime a sua conclusão. E, entre 14 jogos BrasilXSuécia, o Brasil já venceu 12. E vai vencer mais este agora, com FHC, Dilma, Paulo Teixeira, STF, entre outros notáveis.
    Quanto à Holanda, a Holanda está, na verdade, a um passo da legalização e da regulamentação da maconha, provavelmente tal como está feito agora na Espanha. Os políticos holandeses, os mais inteligentes do Mundo (e já provaram isso, pois a Holanda nunca teve epidemia de crack, nem epidemia de óxi…), democraticamente deram corda aos semiproibicionistas batavos (notem bem – são semiproibicionistas porque até a direitona garantiu a maconha legalizada nos cafés para os cidadãos holandeses), para futuramente, no momento da legalização, confrontá-los com os resultados produzidos pelo seu próprio modelo proibicionista. No Brasil, não há mais espaço histórico, sociológico e humano para reinsistir-se no proibicionismo, que virou patologia, deformação psiquiátrica, ódio, barbárie e genocídio, nos últimos 100 anos. Mesmo na Holanda, a direitona não tem a intenção de proibir o acesso à maconha para os cidadãos holandeses, devidamente documentados e regulamentados.

  20. Claudio disse:

    Suécia? Política proibicionista repressiva, criminalização, prisão.. Funcionou na Suécia? Ótimo!! Parabéns aos suecos! Aqui não funciona. No México, EUA, entre outros países também não.
    Políticas parecidas com as da Suécia nós já estamos usando há quase um século, e foi um evidente fracasso. Temos que buscar exemplos em países que tiveram êxito com políticas diferentes das que nós já experimentamos, e molda-las de acordo com os nossos problemas. Tlvz seja por isso que a Suécia não esteja no roteiro do nosso amigo Denis.
    .
    Proibir deu certo na Suécia, legalizar funcionou na Holanda. Qual é a melhor solução para o Brasil? Que política está sendo adotada aqui? Está funcionando?
    Desde os anos 60, o Brasil trata a maconha como problema de polícia. Nesse período, o consumo cresceu e a violência atingiu a todos usuários ou não. Será que essa guerra ainda faz sentido? Criminalizar e prender as pessoas diminuiu o consumo e os crimes?
    Colocar a maconha na ilegalidade impediu o controle do consumo, gerou e fortificou absurdamente facções criminosas.
    60% dos assassinatos ocorridos no Brasil estão ligados ao tráfico de drogas. Região metropolitana de Cuiabá tem 90% dos homicídios ligados à criminalidade provocada pelo tráfico. Fronteira entre Mato Grosso do Sul e Paraguai é a região mais vulnerável.
    Vamos continuar direcionando a demanda pela maconha para os narcotraficantes? Vamos tentar impedir o consumo colocando usuários na cadeia e dizendo a eles que maconha é a erva do demônio? Isso funcionava em 1920, hj não funciona mais. Todos já sabem que maconha é menos danosa que o idolatrado álcool e o perigoso tabaco.

  21. denis rb disse:

    Eu adoraria ir à Suécia, mas infelizmente não tenho tempo (e dinheiro) para fazer tudo que gostaria de fazer. Muita coisa interessante vai ficar para uma próxima oportunidade.
    A Suécia é frequentemente citada como o único exemplo do mundo de política repressiva que deu mais ou menos certo. O modelo deles é baseado em altíssimos custos, presença imensa de um estado gigantesco de bem estar social, com forte influência socialista, estatização massiva (o governo é quem produz boa parte das bebidas alcoólicas e é dono da maior parte do comércio de bebidas), um sistema de saúde excelente e gratuito e regras claras e lógicas. Não me parece aplicável no Brasil (na verdade, não me parece aplicável nem mesmo nos EUA ou na França). Por isso não entrou na minha lista de prioridades (estava no entanto na minha primeira lista, junto com Bélgica, Austrália, Dinamarca, Bolívia, Colômbia, Uruguai e Argentina).

  22. Claudio disse:

    A Suécia não faz fronteira com vários países produtores, não é rota de traficantes, não tem clima apropriado para plantio de maconha, baixíssimo ou inexistente índice de corrupção, aqui, viveremos sempre em guerras urbanas, com os presídios lotados de usuários e os corruptos e traficantes se fartando.
    Os proibicionistas reclamam quando apontamos a Holanda, dizem que por conta das diferenças a legalização não funcionaria, no entanto não se incomodam de apontar a Suécia, esquecem imediatamente das diferenças e insistem numa política já aplicada e claramente fracassada por aqui.
    .

  23. Baco disse:

    Enquanto isso, na Suécia: – Bom dia, Senhor. Estamos fazendo uma entrevista direta com a nossa população para provar ao mundo a redução de consumo de drogas ilícitas, obtida exclusivamente através do nosso novo modelo neoproibicionista de redução de consumo. O Senhor poderia responder a algumas perguntas, por favor? – Perfeitamente, minha Senhora. – O Senhor é usuário de drogas ilícitas? – Sim, faz 30 anos ou mais. – Sim? Então, mão na cabeça! Deita! Deita! Vira de bruços! Vira de bruços!…
    Qual o idiota que, na Suécia, vai assumir-se usuário de drogas, diante desta abordagem? Este é o atual modelo estatístico utilizado na pesquisa sueca de redução neoproibicionista do consumo de drogas ilícitas. Por isso, os números baixaram! Sacaram? Merece ou não merece um HAHAHAHAHAHAHAHA gigantesco? Então, com licença: HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!

  24. Edmilson disse:

    Podem, por favor, me dar o link para os estudos que vocês se referem, a pesquisa internacional sobre a Suécia e onde se encontra a afirmação de que 60% dos assassinatos no Brasil são relacionados a tráfico de drogas. Eu quero dar uma olhadinha neles.

  25. KemoSabe disse:

    Contratem um Bom Professor, nobres proibicionistas!

  26. KemoSabe disse:

    “A praça é do povo, assim como o céu é do condor.” – Castro Alves
    Citação da Ministra Carmem Lúcia, defendendo a Democracia e a Marcha da Maconha no Brasil – STF – Ao Vivo

  27. KemoSabe disse:

    Ai, palavras, ai, palavras,

    que estranha potência a vossa!

    Todo o sentido da vida

    principia à vossa porta;

    o mel do amor cristaliza

    seu perfume em vossa rosa;

    sois o sonho e sois a audácia,

    calúnia, fúria, derrota…”
    Cecília Meireles
    Citação da Ministra Carmem Lúcia, defendendo a Democracia e a Marcha da Maconha no Brasil – STF – Ao Vivo – Rádio História Brasil – 15.11.2011

  28. x. disse:

    “A liberdade de expressão é a maior expressão da liberdade, e só o pensamento crítico nos liberta, não nos faz escravos de conceitos preconcebidos em função de nosso atraso mental, de nosso obscurantismo.”
    Ministro Ayres Britto – STF – Defendendo a Marcha da Maconha e a liberdade de expressão

  29. Claudio disse:

    “O Ministério da Justiça do Brasil fez um levantamento que mostra que em 60% das chacinas ocorridas no país o motivo foi o tráfico de drogas. Em São Paulo e Rio de Janeiro chega a 80%. Sejam os matadores traficantes que venderam e não receberam, sejam traficantes rivais eliminando-se entre si, sejam policiais ou justiceiros os causadores das mortes, as drogas sempre são o pano de fundo.”
    .
    “Nosso país está também incluído no Relatório da Jife (Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes) como um dos países com os maiores índices de violência decorrentes do tráfico e do consumo de drogas.”
    http://pessoas.hsw.uol.com.br/trafico-de-drogas5.htm

  30. Claudio disse:

    “Um estudo do Ministério da Justiça informou em fevereiro que 137 pessoas são assassinadas por dia no país.

    As principais vítimas são os jovens e que cerca de 60% dos assassinatos ocorridos tem qualquer tipo de ligação com o tráfico de drogas. Sendo que a maior parte dos usuários de entorpecentes comete crimes unicamente para sustentar o vicio, geralmente roubam e furtam para pagar dividas com traficantes e as mortes são causadas por acerto de contas entre bandidos e dividas entre vendedores e usuários.”
    .
    .
    TRÁFICO DE DROGAS NO BRASIL MATA MAIS DO QUE A GUERRA
    “Em nenhum outro país em guerra houve mais mortes do que no Brasil em 2010. A maioria dos homicídios no país está ligada ao tráfico de drogas, que também é a principal causa do aumento da violência e já está presente em 98% dos municípios brasileiros.”
    .
    .
    Como é possível notar, e não há necessidade de links, a guerra para impedir o comércio e o consumo e absurdamente mais danosa e mortal do que o próprio consumo. E ainda pode-se dizer mais, as drogas lícitas matam muito mais do que as ilícitas, e não é pq são lícitas ou mais consumidas.. é pq são mais danosas mesmo.
    Quanto a Suécia ou índices de mortalidade, qualquer busca pelo Google é possível encontrar diversas informações. Os outros links não foram aceitos aqui.

  31. Dom Pedro I disse:

    Unanimidade no STF. Ou: STF decreta analfabetismo funcional dos proibicionistas brasileiros, ou: proibicionistas analfabetos funcionais não sabem ler e/ou interpretar a Constituição Federal da República…
    Hahahahahahahahahahahahahahahahahahaha!
    Vexame proibicionista em Brasília…

  32. Dom Pedro I disse:

    Desculpe, Denis, mas é uma gargalhada guardada faz 100 anos… Permita:
    HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!Viva o STF.

  33. Geração80 disse:

    Chegamos! Um abraço a toda a minha geração dos anos 80! Permita, denis, mandar aí uma sonzeirinha pra comemorar a Alforria dos Maconheiros no Brasil, neste ano de 2011 do Nosso Senhor Jesus Cristo!
    Grato!




    O Brasil vai virar uma potência do primeiro Mundo. Deus é pai! 100 anos! Chegaremos lá! Viva o Brasil!

  34. Geração80 disse:

    Uma última, uma música que pirou a ditadura, pelo duplo sentido! Quando se ligaram, tava na boca do povo… a música, é claro!
    Pepeu Gomes & Baby Consuelo: Raiou – Você Pode, Você Pode…

  35. RuiBarbosa disse:

    Agora, não resta a menor dúvida, a regulamentação da produção, do comércio, e do uso medicinal, recreacional e religioso da maconha, após 100 anos de um proibicionismo patológico no Brasil, será um feito tão grande ou ainda maior do que o próprio Plano Real, idealizado pelo Professor Fernando Henrique Cardoso! A hora que a Dilma perceber o momento histórico, entrará para a História do Brasil – A Nova Rainha Isabel – e livrará as gerações vindouras do genocídio certo no país! Parabéns ao STF, ao FHC, ao Paulo Teixeira e à Dilma Rousseff!

  36. Edmilson disse:

    Comparar o uso de droga com escravagismo é forçar a barra. A única prisão que vcs (usuários) tem é a da dependência química.

    Obrigado Cláudio por me dizer que foi uma pesquisa do ministério da Justiça. Vou dar uma pesquisada para ver os critérios do estudo.

    Bem, o STF permitiu a defesa de qualquer crime por meios de marchas. Quero ver eles não permitirem uma defesa do furto em uma marcha pacífica e sem jovens ou crianças, visto que falar não é a mesma coisa que praticar. A palavra apologia teve seu sentido mudado ou o artigo 287 do código penal não vale mais. Ou será que só vale para as drogas? No Brasil pelo que eu saiba não existe hierarquia de crimes, não é?
    Maconheiros felizes. Pais responsáveis mais preocupados.

  37. Edmilson disse:

    Mas na verdade o que perde mais é a lei e a instituição da Justiça. O tribunal diz uma coisa a lei outra. Bela ordem jurídica brasileira.

    E senhores, por favor não chamem quem discorda de vcs de analfabetos ou qualquer outra ofensa. Debatam com civilidade, ó povo tão sábio e a frente dos analfabetos funcionais.

    Obs: quando chamo maconheiro de maconheiro só estou usando a denominação correta para quem puxa um beck. Não é xingamento, tá. Parece, mas não é.

  38. Diógenes Laércio disse:

    Abraço a todos os proibicionistas! Sem ressentimento! Somos todos brasileiros! Estamos todos juntos no mesmo barco! Mas, não basta saber ler e escrever para que o indivíduo seja considerado alfabetizado. É necessário que saiba, também, fazer uso da escrita na leitura e na produção de textos na vida cotidiana ou na escola, para satisfazer às exigências do aprendizado. Mais do que ler e escrever mecanicamente, o alfabetizado funcional deve compreender o que leu (Constituição Federal) e saber redigir um texto autônomo (uma carta, um bilhete etc.) ou, em outras palavras, conseguir usar a escrita, tirar proveito dela, valer-se da linguagem escrita para atividades sociais do cotidiano. Logo, qual a conclusão lógica que se extrai do acórdão do STF, unânime, a respeito do patológico proibicionismo berrado por parte das gerações atuais, perdidamente irrecuperáveis – por decurso de prazo (“Só quem é burro é que não muda de opinião diante de fatos novos.” – FHC, no filme ‘Quebrando o Tabu’)?

  39. Marcelo disse:

    Deixa eu tentar explicar melhor Edmilson.
    Uma marcha da maconha não é apologia ao crime, pois “maconha”, em si mesma, não é um crime. É apenas uma planta.
    Furto é e sempre será um crime porque viola o direito à propriedade de outras pessoas.
    Já o atitude de alguém que planta maconha (ou compra de um vendedor legalizado, como acontece nos EUA, na Europa, etc.) e fuma o seu baseado sem perturbar os outros não viola direitos de ninguém. Não há vítimas, entende?

  40. Marcelo disse:

    P.s.
    Sou “maconheiro” e futuro “pai responsável” também (pode ter certeza que uma condição não exclui a outra). Fiquei muito feliz de constatar que finalmente o óbvio está sendo enxergado pelas autoridades. Só me preocupa a demora com que estas mudanças acontecem. Quero muito que o meu filho viva num Brasil com menos corrupção e violência e sei que isto não será possível enquanto o dinheiro da maconha for parar nas mãos do crime organizado e dos policiais e políticos corruptos.

  41. Marcelo disse:

    Maconha é apenas uma planta. Ninguém tem a autoridade e o poder de criminalizar uma espécie viva e decretar a sua extinção como se fosse Deus.

  42. Robert Friippp disse:

    Brian Ferry foi claríssimo. Ele disse:
    Eu podia sentir na época,
    Não havia nenhum modo de saber:
    Folhas caídas na noite,
    Quem pode dizer para onde elas estão soprando?
    Tão livres como o vento,
    E esperançosamente aprendendo
    Porque o mar durante a maré
    Não tem nenhum modo de voltar…
    Mais do que isto – voce sabe que não há nada…
    Mais do que isto – me diga uma coisa…
    Mais do que isto – não há nada…

    Foi divertido por um tempo,
    Não havia modo de saber:
    Como o sonho na noite,
    Quem pode dizer para onde estamos indo?
    Nenhuma preocupação no mundo,
    Talvez eu esteja aprendendo
    Porque o mar durante a maré
    Não tem nenhum modo de voltar…
    – Tá tudo aqui:

    Mas repare bem naquele careca lá ao fundo, atrás do Brian Ferry. Veja só o que ele e seus amiguinhos podem fazer: segura’í na cadeirinha, brother. Perto daí, só Mozart & Cia. Todos com formação clássica. O careca, um semideus vivo da música, Tony Levin (a divisão cerebral do cara é indescritível, bró) na verdade, toca um pau elétrico, chamado de stick, pela galerinha do jazzrock, sabe, aqueles cabeludos com formação jazística. Nem sei como esse vídeo ainda tá no youtube. Tou fazendo a conversão agora, porque, já, já, tiram do ar. Quero mostrar pros meus netos. Abraços a todos! Enjoy the trip, man…!

    Ah, na número dois, repare a gaivota que o cara extrai da guita.
    Robert Fripp
    Adrian Belew
    Tony Levin
    Bill Brufford
    Ao vivo – 1982 – Frejus – França!

  43. Felipe disse:

    Valeu rapaziada do STF!!! Se Gilmar Mendes tivesse lá será q isso iria acontecer? dúvido!!

  44. d3 disse:

    Que triste, Felipe! Os discursos lidos se me apresentaram como sendo inequivocamente, indubitavelmente e clarissimamente patológicos! Fica exaustivamente assim, portanto, mais uma vez, cabalmente demonstrada a improbabilidade matemática, senão a impossibilidade pedagógica, de recuperar-se educacionalmente um adulto já comprometido com o analfabetismo funcional. Isso prova que qualquer investimento, 100%, deve ser feito a fim de o Brasil salvar as gerações vindouras, e isso é essencialmente importante observar. As atuais gerações somos todas gerações perdidas, e, no caso lamentável dos proibiciopatas (proicionistas com viés psiquiátrico claramente violento, intolerante, deformado e/ou patológico), irrecuperavelmente perdidas! A melhor interpretação da lei, ou a mudança legislativa, são inadiáveis para salvar-se as gerações vindouras, pois é infinitamente mais fácil para o país recuperar um craconômano ou heroinômano ou cocainômano à base de ibogaína (excelentes resultados estatísticos) do que realfabetizar funcionalmente as vítimas adultas, muitas mutiladas psiquiatricamente, egressas do nosso caótico e falido sistema educacional brasileiro! Eles jamais entenderão ou admitirão, daí a patologia! É pregar no deserto! Burro velho não aprende mesmo, como dizia minha avó!, ou, “só quem é burro é que não muda de opinião diante de fatos novos.”(FHC). Que os proibicionistas brasileiros, patológicos ou não, tentem refletir, afinal, quais foram os resultados que colheram dos 100 anos de política proibicionista que reinsistem em replantar, e qual o legado que eles deixaram ao país e às gerações futuras, inclusive para os seus filhos e netos, igualmente vítimas do proibicionismo patológico.

  45. Belew disse:

    Juristas velhacos da cententária ditadura estão inconformados com a alforria popular imposta pelo STF sob a luz constitucional, e latem desesperadamente em favor da direitona fascista e beligerante. Alguns literalmente estão espumando pela boca!

  46. Belew disse:

    Hei, troquem a Constituição Federal de 88 pelo blog daquele idiota funcional… Hahahahahahahahahahahaha!

  47. Talos disse:

    Os proibicionistas sofreram brutalidade psiquiátrica, e merecem compaixão aliada ao tratamento à base de ibogaína, ou metadona.

  48. Talos disse:

    Uma ação comum em todos os cérebros proibicionistas é a promoção do aumento da concentração de dopamina, um dos principais neurotransmissores. Essa elevação provoca uma imediata sensação de bem-estar e uma tendência de repetição de comportamento proibicionista. Com o desejo ardente pelo consumo patológico deste proibicionismo, a produção e a concentração desse neurotransmissor no cérebro dos proibicionistas ficam condicionadas à esta obsessão de ‘proibir’, tal como fosse uma adicção de drogas e fatores a ela associados. Se uma pessoa é alcoólatra, por exemplo, o simples fato de entrar em um bar já a estimula a beber e faz com que ela se sinta melhor. Na falta da droga, ocorre uma espécie de falha de comunicação entre os neurônios e o organismo entra em colapso. Logo, precisam sim de tratamento químico os proibicionistas patológicos, nomeadamente aqueles que fazem apologia do desacato à autoridade judicial constituída, afrontam decisão histórica e unânime do STF, e odiosamente incitam a população à barbárie contra maconheiros e minorias, sejam quais forem.

  49. Palas disse:

    Alô, Denis. Passarinho me contou que o Professor Fernando Henrique Cardoso tem lido o seu blog com entusiasmado interesse. Portanto, aproveito a oportunidade para agradecer ao maravilhoso professor: – Obrigado, Sr. Dr. Professor Fernando Henrique. Vosso legado não será esquecido. Gostaria muito de ter sido seu aluno. Quem sabe na outra incarnação. Muito obrigado, Sr. Dr. Professor Fernando Henrique Cardoso.

  50. angelo disse:

    No desespero, proibiciopatas se afundam cada vez mais no ridículo. Agora o problema é que eles podem passar perto da Marcha da Maconha e seus filhos vão ouvir a manifestação. Como a presepada de ‘apologia’ não colou, inventaram essa. Do jeito que sórdidos são não vou me surpreender se caminharem propositadamente pra perto dos eventos pra tentar tumultuar.

  51. Edmilson disse:

    O problema Marcelo é que vender maconha é crime no Brasil.
    Na nossa constituição lá no no art. 5º, inc. XLIII, está escrito algo assim: “a lei considerará inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos”. E não importa se a planta é criminosa ou não. Plantar maconha, mesmo em casa, também é crime. O STF manteve a proibição das plantações caseiras. Existe também o detalhamento dos crimes relativos a entorpecentes na lei11343 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm promulgada pelo lulinha. Então comprar, vender ou carregar maconha aqui no Brasil, por enquanto é crime, e isso causa algo de ruim a um outro alguém.
    Marcelo infelizmente para você a CF criminaliza a sua maconha e ela com certeza não é Deus, porém faz isso. Agora extinguir é outra coisa.

    Vc é usuário há quanto tempo? Seus parentes não acham estranho? eles aceitam numa boa? E como vc compra? será que é legal sustentar esse vício só pra te deixar mais “tranquilo”?

    Angelo,

    Você diz que o argumento da apologia não colou, mas o STF simplesmente ignorou o significado da palavra para dar o voto liberando a marcha da maconha. Os gritos dos participantes são claramente apologia a uso de drogas. Já o discurso do FHC em filmes ou até mesmo o discurso do Denis aqui no blog não faz em nenhum momento apologia a droga. Eles claramente querem resolver o problema que a droga é, vêem que ela causa crimes, destruição de famílias, desentendimentos, perda de poder de decisão e outros tantos e por isso, pensam em uma outra maneira de combater esse problema. Apostam num caminho, enquanto eu e outros apostamos em outro. Existem aspectos comuns nas nossas ideias como criar condições para o tratamentos de dependentes e aumentar a eficiência da polícia. O Denis propõe uma regulação e criação de um mercado formal para as drogas inclusive para o uso recreativo, se realmente eu li direito tudo que ele escreveu (se estiver errado aceito a pecha de analfabeto funcional), e é nesse ponto que sou contra. Sou contra o uso recreativo. Não vejo com bons olhos, pois acredito que as pessoas, no geral, vão usar drogas como utilizam o álcool e essa praga é o maior fator de mortes no Brasil.

    Mas democracia é assim, vence umas perde outras e seguimos em frente. A ignorância, tanto minha quanto a de vocês é o nosso maior problema.

  52. Claudio disse:

    Como defender uma mudança na legislação sem expor argumentos e fatos, sem poder pronunciar a palavra chave da questão? Se amanhã algum maluco resolver proibir e criminalizar o café ninguém poderá reclamar pq o consumo e comércio de café agora é crime? “Consumam café!!” é diferente de “legalizem o café!!”
    .
    O Brasil se viu na constrangedora situação de ser o único país com constituição democrática a proibir a marcha da maconha.
    .
    .
    A célebre frase atribuída a Voltaire resume bem a lógica do pensamento democrático:
    “Não concordo com o que dizes, mas defenderei até a morte o direito de dizê-lo”
    No debate democrático não pode haver tabus: drogas, aborto, eutanásia, homossexualidade, tudo deve ser tema de debates públicos. As ditaduras jogam seus temas incômodos para “debaixo do tapete” e impõem à maioria as leis estabelecidas pelo restrito grupo dos “guardiães da moral e dos bons costumes”. Nas democracias estes mesmos temas são discutidos a fundo de maneira transparente por todos os interessados.
    Não é por outro motivo que a Constituição da República dispõe categoricamente em seu artigo 5º, IV:
    “É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”
    E, não bastasse tal dispositivo, insiste logo adiante no artigo 5º,IX:
    “É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”
    Finalmente, tamanha é a importância do direito à livre manifestação de pensamento que a Constituição da República volta a garanti-lo em seu artigo 220:
    “A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observando o disposto nesta Constituição.
    (…)
    §2º É vedada toda e qualquer censura de natureza
    política, ideológica ou artística.”
    .
    O art.287 do Código Penal dispõe que é crime:
    “Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de
    autor de crime”.
    Não se sabe ao certo qual a manifestação do pensamento favorável à maconha poderia caracterizar a tal “apologia ao crime”.
    .
    Então vamos analisar as hipóteses. Suponhamos que os manifestantes digam:
    “A lei penal atual está equivocada. Melhor seria que a lei
    não criminalizasse a maconha”.
    Seria esta manifestação de pensamento uma “apologia ao crime”?
    Evidentemente que não, pois esta é tão-somente uma manifestação política quanto à conveniência ou não de se manter uma determinada lei tal como se encontra. Se criticar uma lei é apologia ao crime, não se poderá mais discutir a descriminalização do aborto, a legalização da eutanásia e outros tantos temas polêmicos, sob pena de se caracterizar “apologia ao crime”.
    .
    MAGALHÃES NORONHA (Direito Penal, v.4, 21ªed., p.85) afirmava categoricamente:
    “Muito menos será [apologia] a crítica ou apreciação de
    dispositivo legal ou de uma decisão”
    Conforme pode ser lido nos documentos da marcha, o que se pretende é tão-somente criticar a lei atual e propor mudanças no sentido de descriminalizar a maconha.
    O Ministério Público poderia imaginar, no entanto, que os manifestantes pretendessem ir às ruas para manifestar seu apreço por quem consome maconha. Nesta hipótese, portariam eles cartazes afirmando:
    “Quem usa maconha vive melhor! Os usuários de
    maconha têm menos doenças!”
    Tal hipótese decididamente não é o que se pretende com a manifestação, mas ainda que – por amor ao debate – admitíssemos ser ela minimamente crível, não caracterizaria jamais o delito de “apologia ao crime”, pois como é pacífico na doutrina e na jurisprudência atuais, não pode haver apologia de delito em tese, pois apologia é sempre de delito praticado em concreto.
    “Não se concebe a apologia de crime ou crimes in genere ou não sucedidos. É famosa a lição de Rubeis (ob. cit., 962), quando afirma que o furto e o homicídio são idéias; a subtração de um boi a Tício e a morte dada a Caio, são fatos. Se a lei se refere a fato criminoso, só pode ser considerado um acontecimento concreto, que constitua
    típica infração da lei penal.”
    .
    “Criminaliza a apologia de “fato criminoso”, como fato, enquanto fato, e, venia concessa, crime in abstrato, como queria Hungria, é só uma idéia, e não um fato”
    Pelo exposto, vê-se que, ainda que, algum dos manifestantes acabe por fugir do espírito da Marcha da Maconha e manifestar seu apreço pelo uso da droga, tal fato jamais caracterizaria o delito de “apologia ao crime”, pois este só ocorre quando a apologia se refere a fato criminoso concreto e não a um crime em tese.
    .
    .
    A propósito, também sou contra o consumo de álcool e tabaco, porém, devo conviver com esse consumo em minha sociedade, pois se proibi-lo e criminaliza-lo, além de continuar convivendo com seu consumo, dessa vez descontrolado, passarei também a conviver com um intenso e prejudicial mercado negro.

  53. Huyghens disse:

    O proibicionismo é uma deformação psiquiátrica, uma anomalia que dificulta a compreensão de alguns problemas simples. Embota com fúria e ódio extremos a inteligência, e torna o proibicionista incapaz de realizar raciocínios elementares, tomado por discursos doentios, criminosos e abobados. É fator determinante para a mediocridade.

  54. Huyghens disse:

    Votos de louvor ao positivo raciocinio do amigo Cláudio, tolerante, convivente, antibeligerante.

  55. Ártemis disse:

    Frágeis criaturas, os proibicionistas. Não aceitam o doce jugo das leis sábias do Criador, da Natureza e do STF. Os mais arrogantes em falar são ordinariamente os menos profundos em saber. Sua intemperanca não é menos funesta que a preguiça. São esses pequeníssimos bichos da terra, de que fala o Camões.

  56. Edmilson disse:

    O problema Cláudio é que poucos são os que debatem como vc, apresentando argumentos, respeitando o outro, explicando por detalhes seu ponto de vista. A maioria só sabe xingar o pensamento do outro, diminuí-lo e até mesmo desrespeitá-lo. Veja os doces xingamentos listados nos comentários deste blog.

    Desculpe cláudio, mas quando o pessoal fala: “Ei! polícia maconha é uma delícia!” isso é claramente apologia ao crime (uso no caso). Além das barbaridades que a turba faz quando está unidade. Impedir a circulação dos outros, provocar e até xingar a polícia são igualmente crimes que se viu nas últimas marchas da maconha.
    Nenhuma reunião pacífica deve ser proibida. concordo com o que está escrito na constituição porém o comportamento das marchas não são muito respeitosos. E isso é um problema da educação das pessoas que compõe o movimento.

  57. Claudio disse:

    Ahh sim Edmilson, quanto a isso eu concordo. O comportamento de alguns manifestantes não foram apreciados pelos organizadores da marcha. Por outro lado alguns policiais também não se comportaram como deveriam. Isso porém não justifica que toda a cooporação policial pague pelos erros de alguns deles e nem que o movimento seja impedido devido a má conduta de alguns manifestantes.
    .
    Dizer que maconha é uma “delícia” é somente uma opinião, não acho que seja uma apologia ao uso, afinal, quem usa, usa porque gosta e estão apenas dizendo, não estão usando e mostrando sentimento de prazer, não estão oferecendo nem tentando convencer alguém a usar.
    Se alguém me disser que crack é uma delícia eu não me sentirei tentado ou forçado a consumir só por que alguns acham delicioso. Acredito que seja preciso muito mais do que apenas dizer que algo é gostoso pra ser possível induzir o consumo.
    .
    As propagandas de álcool sim, induzem as pessoas a experimentarem e consumirem, as imagens despertam desejo, essas deveriam ser imediatamente retiradas da mídia, álcool é uma droga, causa dependência, altera a consciência e não deveria haver apologia ao consumo, mostrando pessoas influentes consumindo com prazer e em nenhum momento apontando os danos. Se a lei considera crime fazer apologia as drogas, essa lei deveria abranger a TODAS as drogas.
    .
    De qualquer jeito, afim de respeitar a forma de pensar de muitas pessoas, não acho correto ficar dizendo que maconha é uma delícia, ou que não pode te prejudicar. O movimento deveria se limitar apenas na mudança da legislação. “Mudem as leis das drogas” “Acabem com o tráfico” “Regulamentem e controlem o consumo” “Acabem com as guerras” “Legalize já”… Seria mais adequado e menos problemático para os dois lados e atingiria o objetivo do movimento da mesma forma sem maiores problemas.
    .
    Edmilson, muito poucos também debatem como vc. Com vc vale a pena conversar. Entendo perfeitamente seus pontos de vista pq eu mesmo era contra a legalização. Porém, existem pessoas que debocham, ironizam, xingam, agridem, tentam humilhar os usuários, que, obviamente, irão revidar.

  58. Apolodoro disse:

    Embora existam os moderados, e é claro que existem, e são bons, vejam bem até onde pode chegar o proibicionismo travestido de fundamentalismo pseudorreligioso:
    http://www.correiodoestado.com.br/noticias/tribunal-ortodoxo-de-jerusalem-condena-cao-a-apedrejamento_114778/
    Nossas mulheres usam fio dental nas praias brasileiras. Nossa cultura impede-nos de juntar a odiosos preceitos homofóbicos, contra minorias ou de fanáticos visivelmente nazicrentes atuando em nome de uma falsa democracia. O Estado é laico. Aí é que o FHC percebeu e entrou em cena. O resto do PSDB não enxergou a necessidade de preservação da vanguarda democrática, da pluriconvivência, do respeito aos direitos individuais de toda criatura viva. Estamos no século XXI. Os resultados democráticos virão a galope. Quem era Serra, acabará sendo Dilma, justamente por causa desses erros da oposição, à exceção inteligentíssima de Fernando Henrique Cardoso, como sempre, e pra variar.

  59. Edmilson disse:

    Também gosto de conversar contigo Cláudio. Aprendo muita coisa com as suas informações e seu ponto de vista.

    Voltando eu queria dizer que quando falam “ei! polícia, a maconha é uma delícia” vejo que eles sugerem que os policiais deveriam usar. Assim é o meu entendimento.
    Sei que vocês defendem a regulamentação de todas as drogas e seu objetivo é diminuir o mal que elas produzem, porém numa democracia as coisas não andam da maneira que queremos é preciso convencer muita gente. Estava lendo uma entrevista do FHC no Globo e lá ele disse algo muito pertinente para o debate de drogas: “Mas na política) é aquilo que eu disse, é conveniente ter a noção de que não dá para mudar tudo de repente. Acho que forcei demais para mudar a Previdência, e isso me custou muito caro. Não precisava tentar tanto. Nós queríamos endireitar o Brasil todo e de uma vez. Não é assim. Eu podia ter sido mais suave, me desgastaria menos e talvez tivesse conseguido mais.” Possivelmente não é necessário ser tão urgente assim na regulamentação das drogas, talvez seja pertinente melhorar os serviços de educação, saúde e aumentar a eficiência da polícia e diminuir a sua corrupção para que depois com essa base possa ser feita uma desregulamentação. O que funcionará melhor no Brasil? não sei. Mas eu apostaria nessa forma.

    Hoje aconteceu a marcha da liberdade, pelo que li pararam duas avenidas. Não concordo que parem as Avenidas, mas pelo menos foi no dia de sábado, então não afetou tanta gente.

  60. Edmilson disse:

    Ah! o engraçado que hoje em dia o pessoal sai na rua para dizer que é orgulhoso em ser maconheiro ou vadia. Tempos de hoje…

  61. Patriota disse:

    Os proibicionistas poderiam aproveitar esta ensolarada manhã de domingo para também aprenderem que estão errados, para também aprenderem a respeitar a decisão histórica e humilhante do STF, e para também finalmente aprenderem que são cartas de um jogo perdidamente irrecuperável, e perceberem que a única chance de vitória do Brasil repousa, lamentavelmente, apenas sobre os ombros das gerações futuras, as mesmas gerações vindouras as quais os proibicionistas reinsistem em, agora, criminalizar, processar, condenar, esbofetear, torturar e até assassinar, como ocorreu nos últimos 100 anos. Por isso tudo, também devem aprender aulas de generosidade, tolerância e convivência os proibicionistas, e a ser necessariamente mais patriotas.

  62. Luiz Aurélio disse:

    Coisa raríssima na minha geração, mas nunca fumei maconha, mesmo sem tragar. Não vejo nisso nenhum mérito, apenas digo como uma constatação importante para legitimar um pouco mais o que se segue: sou plenamente a favor da legalização e do controle de todo o processo de produção, distribuição e venda da maconha, embora não seja a favor de quem quer que seja fumar o que poderá vir a ser mais uma droga legal.

    Acredito que isso acontecerá mais cedo ou mais tarde, e que o principal argumento que se pode usar a favor da legalização é o meio fora de moda bom senso e a nem sempre lembrada racionalidade.

    É triste e perigoso uma sociedade criar seu próprio submundo e dar a ele sustentabilidade financeira.

  63. denis rb disse:

    AntiFascista e todos,
    Volto a pedir que essa área de comentários não seja usada para polemizar com outros colunistas da Veja. Aliás, peço para que se evite polemizar com quaisquer colunistas, com quaisquer pessoas. Este blog se propõe a discutir ideias, não a atacar pessoas. Por essa razão, deletei seu último comentário.

  64. AntiFascista disse:

    Alô, Denis. Tá tudo aí! O Mundo tem jeito! Grand’abraço!

  65. Lógico disse:

    Demonstração da ma-fé e/ou do analfabetismo funcional do neoargumento proibicionista: Tomar e julgar todos os casos do universo por uma de suas partes menores, e bradar, como faziam os sofistas, como se essa parte menor contivesse uma lei universal ou que fosse uma propriedade contida em todas as outras partes partes: em filosofia, seria o mesmo que tomar o todo por apenas uma das partes.
    Bradam, agora, as hostes proibicionistas, como tivessem redescoberto o fogo, e exibem ao país – não se sabe bem se por má-fé ou por pura ignorância, como diria Heráclito – casos extremos de dependência química em que existe um histórico criminal do dependente, querendo fazer, desesperadamente, parecer à população que este fosse o caso geral, o paradigma e o modelo para todos os dependentes químicos brasileiros, ou que refletisse o comportamento de todos os usuários não-dependentes de substâncias ilícitas no Brasil. É o realismo ingênuo que mandaria proibir todas as canetas do mundo porque alguns doentes – outros bandidos mesmo – mataram suas famílias com canetas, ou proibir a fabricação de automóveis porque muitos motoristas – bêbados e outros bandidos também – destroem famílias inteiras nas rodovias e nos feriadões do país. É a falácia de fazer confundir a população entre o uso e o mau uso – ou abuso – de substâncias. Uso é uso, e mau uso é mau uso. Se formos proibir o uso pelo uso, então há que, primeiramente, proibir o álcool, porque, quando mau usado – ou usado em excesso – produz catástofres arrepiantemente assombrosas. Devemos analisar o todo e não destacar os resultados negativos, criminosos e desesperadores causados por apenas uma das partes do universo. É necessário refletir, pois e o restante, como é fica? Que neológica é essa que exclui as outras partes na sua pseudoanálise? Para analisar o todo no fenômeno da drogadição, é necessário que todas as drogas – álcol, tabaco etc. – sejam também avaliadas. Pra finalizar, Aristóteles foi derrotado por Galileu, que era matemático. Traduzindo aos laicos, a lógica clássica, ou aristotélica, cedeu lugar à lógica moderna, ou matemática, cujo pai fundador é Renée Descartes, matemático francês. Então, se forem falar em lógica, chamem um matemático. Lógica não é para tireiros diaristas.

  66. angelo disse:

    “Dia desses, fui na banca ver como estavam as vendas e o jornaleiro me pediu dicas para cultivar. Isso não tem preço. Estamos falindo os traficantes” (Sebastían Basal, sócio da revista argentina ‘THC’)

  67. Argonautas disse:

    Vamos aos fatos: relação de apenas alguns casos de violência sob o efeito abusivo do mau uso (abuso) de álcool, que ganharam manchete nacional:
    1) http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL742872-10406,00-ESTUDANTE+ATROPELA+E+MATA+IDOSO+E+AINDA+DEBOCHA.html
    2) http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/06/jogador-de-futebol-sem-carteira-bate-carro-e-causa-morte-de-tres-pessoas.html
    3) http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/06/ex-deputado-estadual-fernando-carli-filho-vai-juri-popular.html
    4) http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL1406785-10406,00-SUSPEITO+DE+DIRIGIR+BEBADO+E+MATAR+PESSOAS+E+PRESO.html
    5) http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL711715-10406,00-RR+SECRETARIO+DE+TRANSITO+ATROPELA+MOTO+EMBRIAGADO.html
    6) http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL575582-10406,00-UM+MAPA+SOBRE+OS+ACIDENTES+DE+TRANSITO+NO+BRASIL.html
    Chega? Vamos proibir o uso do álcool porque existe o mau uso do álcool? Vamos proibir o uso de automóveis porque há maus usuários de automóveis? Não existe lógica em penalizar toda uma população por causa de uma parte da população. Os outros não têm culpa dos erros dos outros. A lógica proibicionista é 100% falsa. Não se vê manchetes do tipo: maconheiro mata no trânsito…, maconheiro mata na balada,… E não dá mais pra comparar crack com maconha, dizendo que é tudo igual, que é tudo a mesma coisa. Não são. O resultado está aí, na cracolândia… Não existe maconholândia…

  68. Marcelo disse:

    Oi Edmilson, respondendo:
    “Vc é usuário há quanto tempo? Seus parentes não acham estranho? eles aceitam numa boa? E como vc compra? será que é legal sustentar esse vício só pra te deixar mais “tranquilo”?”

    1)Eu fumo maconha há mais de dez anos, nunca me causou problemas.
    2) Meus pais não gostaram quando descobriram mas com o tempo perceberam que eu não me transformei em marginal, nem fiquei violento ou nada parecido. Hoje eles aceitam e apoiam a legalização.
    3)Por causa da proibição eu prefiro não correr o risco de ser preso como traficante por plantar em casa. Compro de traficantes. E, assim como vc não se sente culpado pela matança que a proibição causa, eu também não me sinto nem um pouco culpado pela violência associada ao tráfico. Não tenho culpa se gente preconceituosa se acha no direito de me proibir de plantar ou comprar de vendedores legalizados. Esta lei idiota não foi ideia minha. Mas já tenho planos de plantar um dia.
    4) Será que é legal você impor seus preconceitos, querer mandar na minha vida e promover um verdadeiro genocídio em nome de um moralismo hipócrita?
    Mas uma vez, maconha é uma planta. Praticamente inofensiva para quem faz uso recreativo, com diversas propriedades medicinais e infinitos usos industriais. Você não pode simplesmente criminalizar uma espécie viva e decretar sua extinção como se fosse Deus. É isto que a lei atual determina, que a maconha deve ser extinta do planeta. Você acha que nós (milhões e milhões de maconheiros) deixaremos isto acontecer? Você está travando uma batalha perdida contra moinhos de vento.

  69. angelo disse:

    Na década de trinta do século passado congressistas americanos: “mulheres sobre o efeito da erva sentem desejo por homens brancos”. Cometeram esta fala inclusive, dentre outras ‘pérolas’.

    Hoje, congressistas americanos propuseram RELEGALIZAÇÃO da maconha.

    http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2011/06/22/congressistas-dos-eua-apresentam-proposta-para-legalizar-maconha/

    Pelo visto, políticos brasileiros proibicionistas, na sanha por votos de pessoas não conhecedoras da história, suicidar-se-ão politicamente. Aos poucos a sociedade vai sendo informada e esta parte não informada e não mal intencionada, a maior parte, não vai ficar muito contente quando souber que foi enganada e manobrada.

  70. angelo disse:

    oops *sob o efeito

  71. angelo disse:

    RELEGALIZE porque:

    1. A proibição foi propulsionada por mentiras e racismo e

    2. É direito individual, é inadmissível punir uma maioria de maconheiros de bem e saudáveis, manginalizando-os, devido a minoria doente, que precisa de ajuda e não de polícia, que desenvolve problemas crônicos em decorrência de uso de drogas pesadas. É tomar o todo pela exceção. Sobre a parte matemática não preciso alongar, pois o leitor Lógico já brilhantemente, pormenorizadamente esgotou a questão.

    Bastam esses dois argumentos.

    A revolução industrial e medicinal porvir fica de ‘lambuja’. ‘Lambuja gorda’ em se tratando de 25.000 produtos (segundo a NORML – entidade pró-legalização) com custos baixos em relação a outras matérias primas.

    Lei única do universo: faça o que queres, desde que não prejudique o próximo. No mais é invencionice burrocrática capetalista.

  72. angelo disse:

    E por falar em racismo…

    Psiquiatra Ronaldo Laranjeira, proibicionista, demonstra agressividade, sem estar sob efeito de maconha, e é acusado de racismo.

  73. angelo disse:

    E por falar em medicina…

    “A maconha inibe o câncer e isso não é divulgado.” (Leonardo Malcher, neurocientista, ontem, 22/06/11, na TVE)

  74. d. disse:

    Dimenstein na Folha, hoje, 24.6.2011:
    Como considero a diversidade o ponto mais interessante da cidade de São Paulo, gosto da ideia de termos, tão próximas, as paradas gay e evangélica tomando as ruas pacificamente. Tão próximas no tempo e no espaço, elas têm diferenças brutais.

    Os gays não querem tirar o direito dos evangélicos (nem de ninguém) de serem respeitados. Já a parada evangélica não respeita os direitos dos gays (o que, vamos reconhecer, é um direito deles). Ou seja, quer uma sociedade com menos direitos e menos diversidade.

    Os gays usam a alegria para falar e se manifestar. A parada evangélica tem um ranço um tanto raivoso, já que, em meio à sua pregação, faz ataques a diversos segmentos da sociedade. Nesse ano, um do seus focos foi o STF.

    Por trás da parada gay, não há esquemas políticos nem partidários. Na parada evangélica há uma relação que mistura religião com eleições, basta ver o número de políticos no desfile em posição de liderança. Isso para não falar de muitos personagens que, se não têm contas a acertas com Deus, certamente têm com a Justiça dos mortais, acusados de fraudes financeiras.

    Nada contra –muito pelo contrário– o direito dos evangélicos terem seu direito de se manifestarem. Mas prefiro a alegria dos gays que querem que todos sejam alegres. Inclusive os evangélicos.

    Civilidade é a diversidade. São Paulo, portanto, é mais gay do que evangélica.

  75. angelo disse:

    D., e a parada evangélica é um movimento político que usa o nome de Cristo para tais fins, fins políticos. Milhões de fiéis manobrados, em sua imensa maioria inconscientes do que estão fazendo na verdade, para atender interesses político-econômicos de poucos. Já a parada gay e outros movimentos/marchas são declaradamente políticas.

  76. d. disse:

    Pergunta do plebiscito, com efeito vinculante:
    ” VOCÊ É A FAVOR DA PROIBIÇÃO DA MACONHA E DE OUTRAS DROGAS MAIS FORTES DO QUE A MACONHA? ”
    Esta deveria ser a pergunta de um hipotético plebiscito. FHC mostrou no filme que está provado que o álcool e o tabaco são mais fortes do que a maconha. Logo, o plebiscito vincularia também a proibição do álcool e do cigarro. Aí sim as coisas estariam no seu devido lugar, perfeitamente ajustadas pelo estado, que deve ser realista, laico, e não pode ser ingênuo ou anticientífico. E agora, proibicionistas? Saiam dessa!

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