Por que temos tantas tragédias e como deixar de tê-las

Rios são veias. As artérias são correntes de ar, que carregam a água evaporada do mar até o continente e despejam tudo lá de cima. Cabe aos rios apanhar essa aguaceira e carregá-la de volta ao mar.

Boas veias são elásticas. Quando aumenta a pressão do sangue, elas relaxam, aumentando o espaço e permitindo um fluxo maior. Quando as veias enrijecem, perdem a capacidade de acomodar o excesso de pressão. Vasos sanguíneos rígidos são indício de morte iminente.

Mais ou menos a mesma regra vale para os rios. Bons rios são cercados por uma extensa área florestada, que alaga quando o fluxo aumenta, reduzindo a velocidade da água e alimentando um ecossistema bem rico. É o que se chama de várzea. O Brasil foi premiado pela natureza por rios de imenso volume d’água e, como consequência, algumas das maiores várzeas do mundo. Isso é a razão de nossa proverbial fertilidade e explica nossa aptidão para produzir comida, a base da nossa atual prosperidade.

Acontece que há um imenso equívoco no modo de ocupação do solo brasileiro. Construímos nossas casas nas várzeas e nas encostas íngremes.

A cidade de Palmares-PE, à beira do Rio Una, que a destruiu

Esse erro é cometido mais ou menos do mesmo jeito no país todo, o que explica por que regiões tão diversas como Santa Catarina, Alagoas e Pará tenham problemas semelhantes. Várzea ocupada é aquilo que os noticiários chamam de enchente. Encosta ocupada é mais conhecida como deslizamento. A questão central agora é desocupar essas regiões para que, no ano que vem, quando chover de novo, não haja ninguém mais morando lá.

E onde botamos as pessoas que vivem em várzeas e encostas? Para responder a essa pergunta, é importante antes entender por que essas regiões foram ocupadas. A resposta é complexa, mas pode ser simplificada em duas palavras: especulação imobiliária.

No Brasil, país de economia historicamente instável, sempre foi ótimo negócio ser dono de terra e ficar lá sentado nela sem fazer nada. O modelo de urbanização do país, que concentrava a economia no centro da cidade e ia se expandindo para fora garantia a certeza de que um terreno distante ontem viraria centro amanhã e seu valor se multiplicaria. Por conta disso, há na região central das maiores cidades brasileiras uma quantidade imensa de terrenos vazios ou subutilizados, só esperando valorização. Isso faz os preços de imóveis dispararem e os trabalhadores demandados pelas cidades acabam indo se espremer em várzeas e encostas, únicas terras baratas.

Isso é um problema para as cidades, porque força os trabalhadores a atravessar dezenas de quilômetros de asfalto para chegar ao trabalho, no centro. Por isso nosso trânsito é uma caca. Mas mora aí nossa grande oportunidade.

O que o Brasil precisa fazer agora é tirar as pessoas das encostas e várzeas e colocá-las nesses pedaços vazios do centro da cidade (a última coisa que queremos é colocar as pessoas ainda mais longe, aumentando ainda mais o trânsito e os custos do transporte público). Isso trará várias vantagens. Permitirá às cidades fazerem grandes parques lineares em volta dos rios, onde hoje há avenidas, com instalações esportivas e ciclovias. Levará trabalhadores para as regiões centrais, diminuindo a pressão no transporte público e no trânsito. Embelezará as cidades, criará oportunidades econômicas, moverá a economia e fará o Brasil rodar.

Mas como fazer os especuladores colaborarem? (Já que a solução depende de eles pararem de especular.) O remédio tem três doses: educação, fiscalização e punição. Primeiro ensina-se os proprietários a adaptarem sua situação para que os terrenos vazios parem de prejudicar a cidade e sejam ocupados. Dá-se a eles um prazo para se adaptar – e prazos curtos funcionam muito melhor do que prazos longos. Quem não se adapta, paga impostos cada vez mais altos ou é desapropriado.

Precisamos começar a fazer isso rápido, assim que as chuvas pararem. Mas o planejamento precisa ser de longuíssimo prazo, coisa de 30 anos, para que as obras de 2011 não sejam apenas a maquiagem de sempre (piscinões, muros, dragas e aumentos de calha), mas o primeiro passo de uma reforma profunda no sistema de ocupação do Brasil.

Foto: Cia de Foto / !sso Não É Normal

Um exemplo de como é hoje: o mapa mostra os empregos formais na indústria, comércio e serviços em São Paulo, fortemente concentrados no centro

Já este mapa mostra o crescimento populacional na cidade: todo ele nas periferias

85 comentários
  1. Diego disse:

    Denis, gostei muito da analogia do sistema hidrológico com o corpo humano.
    Concordo que é necessária uma reorganização do espaço urbano. Mas qual seria a solução? Aqui em BH, cada dia mais, derrubam casas para subir prédios na área central, com muitas vagas de garagem. Consegui comprar um apto. e morar perto do trabalho e posso ir à pé, mas minha esposa precisa de andar dezenas de km.
    Pergunto: Não seria mais interessante, nesse planejamento de 30 anos, pensarmos no estado todo? Criando outros pólos de desenvolvimento, que só nas grandes cidades?
    Me pego várias vezes querendo me mudar para o interior, mas sempre bato na falta de estrutura do lugar e fico seduzido pela CAPITAL.

    Abraços,

    Diego BH

  2. Chesterton disse:

    Centralizar mais ainda? Negativo. Descentralizar e investir pesado em transportes. Inclusive carros e motos particulares. Grandes freeways, grandes parques de estacionamento.

  3. jorji disse:

    Quem são as primeiras e a maioria das vítimas de nossas catástrofes, os paupérrimos, que constroem seus lares (barracos) em encostas e beira de rios, fiquei impressionado foi com a tragédia do ano passado, construiram barracos em cima do lixão, inacreditável! Pior, as autoridades sabiam.

  4. denis rb disse:

    Tem toda razão, Diego,
    Além de mudar casas para os centros, onde hoje está a atividade econômica mas não os trabalhadores, é preciso criar novos pólos de desenvolvimento onde hoje só há casas. Assim se diminui a necessidade de deslocamentos.

  5. jorji disse:

    Ano que vem novas tragédias acontecerão, duvidam?

  6. denis rb disse:

    Excelente, Chest. Seu plano para evitar enchentes e deslizamentos é construir grandes estacionamentos. Brilhante!

  7. Chesterton disse:

    sim, prédios de estacionamentos em grandes cidades , que por sinal não estão na serra e não sofrem deslizamentos. O Rio de Janeiro tem as vezes, mas em geral é por conta de favelados que se penduram nas encostas íngremes. Assim o operário pode vir com seu carrinho ou sua lambreta e estacionar sem depender de transporte coletivo. A Italia ficou rica no pós guerra as custas dos pequenos carrinhos.

  8. Chesterton disse:

    grande obra para trabalhadores do Rio de Janeiro que moram em Petrópolis. Só obras de mega-engenharia podem resolver os problemas do povo. (agora me matam)

  9. Chesterton disse:

    E como estás a antiga subida da serra de petrópolis, onde por ferrovia o imperador passava

  10. Luna disse:

    Denis…remover as pessoas das areas de risco, sim. Leva-las para os centros, jamais. De uma olhadinha nos centros das cidades brasileiras atraves do “google earth”. E’ necessario descentralizar. Bairros novos, escolas novas, parques e areas de lazer novos,e… novos pontos comerciais e industrias as quais geram empregos. Assim se criam periferias planejadas, nao inchaco. Mas para isso e’ necessario que cada comunidade (cidade) tenha lideranca local (prefeitos e vereadores)e, o que e’o mais dificil de tudo, que sejam idoneos.

  11. denis rb disse:

    Nossa, quanta ignorância. Há um monte de deslizamentos todo ano em São Paulo, nas encostas da Cantareira, na serra que cerca a cidade, na cabeceira dos rios, no Grande abc. Em 2009 morreram mais de 30 aqui por deslizamentos.

  12. Vero disse:

    jejeje…’e muito engracado como chesterton o unico que faz e contradizer voce…

  13. Marcelo Azevedo disse:

    Tenho minhas dúvidas, também, sobre a centralização. O centro de cidades como SP e RJ está morrendo, e as principais atividades econômicas já saíram dessas regiões. Não sei se levando as pessoas para os imóveis vazios, a mobilidade seria reduzida, visto que já tem pouca coisa acontecendo no centro dessas cidades. Acho que o buraco aí é mais embaixo. Nossas cidades estão grandes demais. Em vez de criar novos bairros, afastar cada vez mais as pessoas dos seus locais de trabalho, ou trazê-las para o centro, complicar o trânsito e gerar mais necessidade de transporte, precisamos é de incentivo ao desenvolvimento nas cidades do interior. Na Europa, por exemplo, a atividade econômica é bem mais descentralizada, há poucas metrópoles com mais de 2 milhões de habitantes e só Istambul e Moscou são comparáveis em tamanho a São Paulo. Só que para viabilizar a atividade econômica no interior, precisamos de transportes de qualidade – rodoviário, ferroviário, fluvial – coisa que não temos e não parece estar nas prioridades de nosso Estado. Assim as pessoas continuam se amontoando em complexos urbanos caóticos como São Paulo, perdendo 3 horas por dia para sair do trabalho e chegar em casa… para descobrir que ela está alagada ou o morro caiu em cima.

  14. Marcelo Azevedo disse:

    Chesterton tem problemas pessoais com o Denis. A coisa é platônica…

  15. jorji disse:

    Acabar com as tragédias em função de eventos de natureza como o clima, é impossível mesmo em países desenvolvidos, planejar e fazer o uso do solo com critério cientifico é uma obviedade, as cidades brasileiras são mal planejadas, a população em geral joga lixo nas ruas, não existe sequer mecanismo de alertar a população em relação de eventuais perigos, quando acontecem tragédias, vem aquelas infindáveis campanhas de arrecadação de donativos, sendo que esse trabalho deveria ser do governo, enfim, duro é começar do zero.

  16. Jefferson disse:

    Primeira vez que vejo uma solução sensata para o problema. A quantidade de terrenos vazios nas cidades que poderiam ser melhor utilizados é bastante grande, além de prédios meio-feitos que ficam completamente sem uso. Só que, infelizmente, vivemos num mundo capitalista e individualista, então a pessoa que tem o terreno, se decidir construir, vai preferir um shopping, e se decidir vender, vai ser tão caro que as famílias não terão condições de comprar ou alugar um apartamento. Só com intervenção de um governo para fazer o projeto se realizar. E só espere para ver quanto tempo demorará para eles escutarem ideias como essa.

  17. denis rb disse:

    Luna, Marcelo Azevedo,
    Não se trata de centralização, é quase o contrário. O que temos hoje é uma distância enorme entre onde as pessoas moram e onde elas trabalham. Em Sao Paulo, acreditem, leva-se em média mais de 5 horas por dia no caminho entre a casa e o trabalho. O mais absurdo: a infraestrutura de serviços públicos está subutilizada: escolas públicas do centro têm vagas sobrando, porque ninguém mora lá. Há duas coisas a se fazer quanto a isso, ambas desejáveis: levar moradores para onde tem trabalho e levar trabalho para onde tem moradores. Descentralizar é sim uma ótima solução de longo prazo. Mas precisamos agir no curto prazo para tirar pessoas das zonas de risco, de preferência antes de Janeiro de 2012. O jeito tradicional de fazer isso é colocá-las muito longe do centro, em conjuntos habitacionais onde não há nenhuma atividade econômica. Estou propondo que se faça diferente.

  18. Marcelo Azevedo disse:

    Denis,
    Peguemos São Paulo mesmo como exemplo. Posso estar errado, pois não frequento a cidade tanto assim, mas entendo que a atividade econômica está pulverizada por toda a cidade. Há diversos bairros que funcionariam como o centro de uma cidade qualquer. Ou seja, imagino que levando gente para morar no centro não necessariamente resolveria o problema da mobilidade, visto que ele teria então de sair do centro para ir trabalhar no bairro e voltar no final da jornada.
    Por óbvio, tirando as pessoas das áreas de risco e colocando-as no centro resolveria, pelo menos, parte do problema e colocaria as pessoas em segurança. Mas me preocupa um pouco a operacionalização dessa política anti-especulação. Não discuto o fato de que o único beneficiado com a especulação é o especulador, e que ela é prejudicial para a economia. Mas a propriedade privada é um direito individual garantido por lei. Se usássemos um dispositivo parecido com o de “terras improdutivas” para as propriedades rurais, o Estado deveria na verdade comprar os imóveis usbanos e assentar “sem tetos” (ou “tetos perigosos”) neles. E aí entra uma discussão que acho bastante complexa: como definir se o meu imóvel está ou não cumprindo a sua função social? E onde termina meu direito?
    Exemplos: Coloquei meu apartamento para alugar, mas ninguém quis pagar o preço que eu pedi, sei lá, não fechei negócio em um dado período de tempo, então meu apartamento deverá ser desapropriado?
    Ou, comprei um terreno para construir uma casa, porque queria garantir uma boa oportunidade de negócio, mas ainda não tenho dinheiro para começar a construir, preciso de tempo para me capitalizar. Vou correr o risco de ver meu terreno confiscado pelo Estado? Acho que essa questão da função social da propriedade passa por uma série de questões bastante espinhosas…

  19. Marcelo Azevedo disse:

    Agora, concordo plenamente que o método tradicional de “colocar as pessoas muito longe do centro, em conjuntos habitacionais onde não há nenhuma atividade econômica” é ruim. Tem que ser pensado em estimular a atividade economica descentralizada, no longo prazo. E, no curto prazo, tirar as pessoas das várzeas e das encostas, nem que seja para colocá-las mais longe ainda. Péssimo, mas melhor que permitir novas tragédias.

  20. rubens osorio disse:

    À pergunta: “por que essas regiões foram ocupadas?” (várzeas e encostas), respondo: por PREGUIÇA! Por ser mais fácil, barato, cômodo, lucrativo, imediato, etc etc etc… e outros sinônimos da verdadeira razão: somos um bando de preguiçosos. E isto (as tragédias) não vão acabar nunca, porque dá trabalho preveni-las. Simples assim.

  21. Chesterton disse:

    ossa, quanta ignorância. Há um monte de deslizamentos todo ano em São Paulo, nas encostas da Cantareira, na serra que cerca a cidade
    chest- se é na serra que cerca a cidade não é na cidade , é em torno dela. Deixe de ser tolo, estou falando na parte asfaltada da cidade.
    Sim, Luna tem os pés no chão ( e não anda no mundo da lua como Denis).
    Isso Marcelo, pensa.
    “Não se trata de centralização, é quase o contrário.’
    chest-ai, ai, ai, o contrario do contrario
    “Tem que ser pensado em estimular a atividade economica descentralizada, ”
    chest- isso Marcelo, issso.
    “E, no curto prazo, tirar as pessoas das várzeas e das encostas, nem que seja para colocá-las mais longe ainda. ”
    chest- yesss!!!! Qualquer lugar, menos pendurado no morro, telhado de zinco….
    “por que essas regiões foram ocupadas?” (várzeas e encostas),
    chest- POBREZA, material e mental.

  22. Chesterton disse:

    Todo partido totalitário ou populista se beneficia, assim como estimula, a favelização dos grandes centros urbanos. Além da formação de currais eleitorais, outros benefícios incluem o tráfico de drogas, importante fonte de financiamento dos partidos. A principal consequência dessa política é a violência. Exemplos no Brasil abundam, como o caso dos brizolistas nos morros do Rio, ou dos rorizistas nas cidades satélites no Distrito Federal. O Pakistão não poderia ser diferente e Karachi, sua maior cidade, sofre com a “urbanização” desenfreada:
    http://selvabrasilis.blogspot.com/2011/01/favelizacao-e-politica.html

  23. Marcelo Azevedo disse:

    Chesterton,
    Que tal largar esse “do-contrismo” e contribuir de uma forma positiva?
    Garoto-enxaqueca…

  24. Chesterton disse:

    Agora você quer me desmoralizar da noite para o dia?
    Eu tenho que manter minha fama de mau!(rsrsrsrs)
    Eu só toco no teclado para incomodar.

  25. hacs disse:

    Oi Denis,
    Nao tenho referencias para justificar o que afirmo a seguir, mas me parece que o nucleo do problema eh a distribuicao espacial da atividade economica. A populacao do Brasil deveria se espalhar mais, ocupar os milhares de pequenos municipios, mas isso requereria uma redistribuicao das oportunidades de trabalho e crescimento pessoal/familiar.

    Abs

  26. Júnior Alves disse:

    Sinceramente, Denis, não acredito que baratear o preço do imóvel resolve o problema. A maioria dessas pessoas mora lá por simples falta de opção. Geralmente, vêem de regiões onde não há oportunidades, apenas com a roupa do corpo, se apropriam de um canto (seja ele despencando em um rio ou dentro de um futuro rio de enchente) e, aos poucos (com material que recolhem em lixos), vão montando um barraco, que em seguida transformam em uma casinha (ou eles, ou seus filhos). Depois de mais um tempo, o local vira um bairro e o problema já está criado.
    Primeiro, as prefeituras precisam fiscalizar estas regiões e evitar novas ocupações. Para os locais já ocupados, é necessário transformá-los (oficialmente) em zona de risco e mover os moradores (construindo habitações descentes e não novos barracos) em outros locais.
    Aliás, primeiro mesmo é o governo (federal) criar incentivos agressivos para indústrias que criarem suas instalações em regiões descentralizadas, pois a oportunidade local evitaria esta migração forçada.
    Além disso, há problemas de urbanismo. Já existe asfalto que absorve água, porém é mais caro e por isso ainda não é utilizado, porém uma lei resolveria o “problema”. Por último, ainda enfrentamos problemas de educação. Como alguns já disseram aqui, as pessoas jogam muito lixo na rua e as vezes nem sabem que deixar seu lixo (mesmo ensacadinho e comportadinho) na frente de caixa, pela manhã, antes de ir para o trabalho, quando o recolhimento só ocorre à tarde também é um problema (visto que cachorros e carroceiros o abrem e o deixam exposto, muitas vezes).

    Enfim, há solução para cada problema, porém depende de muita ação conjunta.

  27. jorji disse:

    Com certeza, centros urbanos de terceiro mundo são muito parecidos, nas regiões centrais residem os previlegiados, na periferia se forma o cinturão da pobreza e miséria, apesar do Brasil ter dimensões “continentais”, a maior parte de nossas cidades são feias e mal planejadas, com terrenos pequenos, ruas estreitas, e o governo incentiva essa metodologia, com casas populares de 27 m2 e terrenos de 125 m2, um absurdo. O Denis defende a necessidade dos moradores morarem perto de onde trabalham, está correto, porém acho dificílimo isso ser implementado num país como o Brasil, o que aconteceu no Rio está sendo discutido hoje, porém daqui um ano todos já vão esquecer, e como sempre após as tragédias mil idéias são discutidas, mas pouca coisa será feita.

  28. denis rb disse:

    O problema é que desta vez não vai dar para esquecer, jorji
    Com as mudanças climáticas, é bem provável que tragédias cada vez maiores aconteçam novamente no ano que vem, e no outro e no outro. Veja só este gráfico logo no alto da página: http://www.issonaoenormal.com.br/post/uma-nova-era-na-defesa-civil . Ele mostra o aumento descomunal nos gastos da defesa civil brasileira nos últimos anos com grandes tragédias: mais de 1000% em cinco anos. Em 2011 já morreram quase o dobro de pessoas em tragédias desse tipo do que em 2010 inteiro – e 2010 foi um dos anos mais trágicos da história brasileira nesse quesito. Estamos torrando uma grana preta para remediar as tragédias. Uma hora vamos nos dar conta de que prevenir sai mais barato.

  29. denis rb disse:

    Marcelo Azevedo,
    Você tem razão: a operacionalização desse plano é complexa. Para que ele dê certo, é fundamental que ele seja muito bem desenhado. É fundamental também que ele faça parte de um contexto maior, que resulte na revitalização de áreas abandonadas da cidade. Dessa forma, os proprietários teriam a ganhar com o plano, com a possibilidade de valorizacão de seus imóveis.

  30. denis rb disse:

    Marcelo Azevedo,
    Pegando o exemplo que você sugere: a cidade de São Paulo. Veja os mapas que acrescentei ao pé do post para embasar a discussão. Quando me refiro ao “centro de São Paulo”, não estou falando apenas do “centro velho”, mas do “centro expandido”, aquele grande triângulo demarcado pelas marginais do Pinheiros e do Tietê. A economia da cidade, como se pode ver, é imensamente concentrada nessa área. Mas veja como é justamente nessa área que a população está diminuindo, afastada pelos preços altos dos imóveis. Resultado: uma distância imensa entre a casa e o trabalho.

  31. jorji disse:

    Denis, com certeza a prevenção é mais barata, além de diminuir o número de óbitos, e as tragédias afetam muito mais as populações carentes. A prevenção deveria ser mais difundida e colocado em prática, como na saude por exemplo. Imaginem se furacões e tornados vierem acontecer no Brasil, com ventos de 250 km p/hora, serão milhares de mortos.

  32. jorji disse:

    Realmente a prevenção faz muita diferença, no caso do tsunami do sudeste asiático, que ceifou vida de 300 mil pessoas, tivessem esses países um sistema de alerta como nos EUA e Japão, muitas vidas seriam poupados.

  33. Chesterton disse:

    Você tem razão: a operacionalização desse plano é complexa. Para que ele dê certo, é fundamental que ele seja muito bem desenhado.
    chest- é melhor arrumar um plano mais simples.

  34. Chesterton disse:

    fortemente concentrados no centro… isso ficou engraçado.

  35. denis rb disse:

    Exato, Chest: precisamos arrumar um plano simples, com chances de ficar de pé antes que as chuvas recomecem, em dezembro. Isso foi o mais simples que consegui. Se você tem um mais simples, compartilhe conosco (em vez de ficar no canto da sala, encostado na parede, fazendo comentários sarcásticos sobre tudo e sobre todos).

  36. denis rb disse:

    “fortemente concentrados no centro”
    ficou ruim mesmo

  37. denis rb disse:

    Marcelo Azevedo,
    O problema de relocar as pessoas ainda mais para longe é que isso acaba agravando o problema que se quer resolver. Fazendo isso, você aumenta a mancha urbana e, consequentemente, a impermeabilização do solo. Grandes cidades são cracas de concreto na superfície do globo: um tecão de mundo incapaz de absorver água. E não tem mágica: a água precisa escoar: mais impermeabilização aqui significa mais poder destrutivo lá adiante. O que o Brasil precisa é delimitar as cidades com firmeza e impedir impermeabilização fora delas. As cidades precisam voltar a ser cercadas de cinturões verdes, que produzem os alimentos para abastecê-la – o que reduz astronomicamente os custos de transporte e as emissões de carbono. Precisamos aproveitar esta oportunidade para mudar o modelo, em vez de simplesmente fazer remendos.

  38. Chesterton disse:

    Tira todo mundo das encostas hoje, que está seco. Instale-os em lugar plano, afastado da cidade (é mais barato o terreno). Cosntrua rodovias de 8 pistas que vão e 8 pistas que vem, uma delas só para motos e lambrettas.

  39. Marcelo Azevedo disse:

    Denis,
    Os gráficos me convenceram com relação à centralização da atividade econômica versus o crescimento populacional. Realmente, eu não conheço bem a cidade de São Paulo. Ainda bem que frisei isso antes de terminar o comentário, rsrs
    Quero deixar bem claro o que eu quis dizer com relação à realocação de pessoas: quis dizer que não considero factível colocar um plano ambicioso como esse em funcionamento em um prazo curto, justamente porque acho que há muita coisa em jogo, como já comentei. Podemos tentar ir na sua linha, sem dúvida nenhuma, levantando uma discussão na sociedade sobre como garantir que os espaços urbanos cumpram seu papel social sem necessariamente invadir o direito de propriedade individual. Mas vejo nessa discussão um potencial muito grande de polarização ideológica – o que necessariamente travaria o andamento da proposta. Por isso digo que acho melhor começar a tirar as pessoas de lá imediatamente, ainda que se leve para mais longe. Você está certo – a mancha urbana está aumentando, e isso é altamente indesejável. Só estou dizendo que a demora para se ter uma solução definitiva não deveria nos privar de fazer os tais “remendos” que teriam efeito no curto prazo.

  40. Chesterton disse:

    mancha urbana me soa pejorativo. Ora, se não fosse a existência de humanos, para que serviria a Terra?

  41. Chesterton disse:

    mudar o modelo…
    chest- esquece, se insistir nisso vai morrer gente todo ano, pois não há como mudar o modelo fora de um governo autoritário.

  42. jorji disse:

    A curto prazo não temos muito o que fazer. O problema no Brasil começa quando tecnicos sentam em cima das pranchetas para planejar, sempre planeja mal, depois vem a questão da execução, que sempre é demorado, fora isso é a corrupção, superfaturamento, etc, no ano que vem saberemos o que foi feito, o meu palpite é que quase nada vai ser feito.

  43. denis rb disse:

    “A curto prazo não temos muito o que fazer.”
    Desculpe, jorji, mas essa frase é típica de preguiçoso. Como assim não tem o que fazer a curto prazo? Todo projeto de longo prazo necessariamente começa com ações de curto prazo.

  44. Marcelo Azevedo disse:

    Chesterton,
    Só o que é cláusula pétrea da constituição não pode ser mudado.
    E a mesma já relativiza o direito à propriedade.
    Não é necessário um governo autoritário para isso, há formas dentro do estado de direito.

  45. jorji disse:

    Denis, eu conheço muito bem o nosso país, depois que aconteceu a tragédia no estado do Rio, a demora da força armada entrar em ação é impressionante, que deveria mandar as doações como água, comida, material de higiene, etc, é o governo, de forma mais organizada, esse negócio de doações voluntárias é uma bagunça, essa questão de ocupação desordenada nos morros cariocas, no mínimo já ouço falar há 35 anos, as nossas grandes cidades enfrentan o problema com a chuva já há muito tempo, e cada vez se agrava mais, realmente não acredito que vai ocorrer mudança significativa, infelizmente.

  46. Chesterton disse:

    Esse centralismo radical do Denis, inédito em todo os sentidos, se baseia na ilusão de que se todo cidadão ficar juntinho gastará meno combustível fóssil para se locomover e aí causará menos “aquecimento global”. Parece coisa de náufragos em um bote: ” não mexe muito que entra água”.

  47. Chesterton disse:

    Frei Beto é o Tulio Detritus

    “O ecocídio da Região Serrana fluminense tem culpados. O principal deles é o poder público, que jamais promoveu reforma agrária no Brasil. (…) Darwin ensinou que, na natureza, sobrevivem os mais aptos. E o sistema capitalista criou estruturas para promover a seleção social, de modo que os miseráveis encontrem a morte o quanto antes. É esse darwinismo social, que tanto favorece a acumulação de riqueza, que faz dos pobres vítimas do descaso do governo.”

  48. jorji disse:

    Na realidade nua e crua, o Chest tem razão, o ser humano prega as leis de Deus, mas segue as leis da natureza.

  49. denis rb disse:

    “Centralismo radical”
    Uau, Chest, sua máquina de propaganda movida a desonestidade intelectual está funcionando a toda, né? Andou fazendo aulas na KGB?

  50. Chesterton disse:

    E não é, Denis? Não tem nada de propaganda nem de desonestidade, é você mesmo quem diz. Quer centralizar tudo no “centro”. Inexequível. Tem que construir mais e mais rodovias e muitas pistas exclusivas de lambretas. Melhor 20 cidades de 500 mil habitantes que uma bem grande de 10 mega.

  51. denis rb disse:

    Insisto: estou dizendo o contrário disso.
    Em vez de um único centro cercado de um imenso cinturão de moradia popular, mais gente morando onde está a atividade econômica e mais atividade econômica onde as pessoas moram.
    Enfim, estou sugerindo mais descentralização.

  52. Chesterton disse:

    DEnis, vamos combinar uma coisa, trazer gente para morar no centro de São Paulo não é descentralizar, ok? (amigo, amigo….)

  53. jorji disse:

    A descentralização não deve ocorrer apenas nas grandes metrópoles, mas também em cidades de médio porte como Maringá, que tem uma população de 500 mil habitantes contando as vizinhas Sarandi e Paiçandú, quase todo setor de serviço e comercio se concentra na região central da cidade, consequência é o congestionamento e falta de vagas de estacionamento ( problema esse fácil de resover, basta que lojas sejam obrigados a oferecer estacionamento p/ os clientes ). Praticamente todas as cidades brasileiras cresceram sem planejamento urbano algum, corrigir as distorções não vai ser fácil, mas concertar não é impossível, mas requer um investimento considerável, já que todos os grandes centros apresentam problemas semelhantes. Talvez essa copa do mundo e olimpiadas seja uma boa hora para planejarmos cidades mais humanas, e a descentralização é fundamental nesse processo, centros que concentram quase toda atividade econômica com uma periferia pobre é inviável, em todos os aspectos.

  54. wagner disse:

    oi Denis

    bom, tem aqui um artigo muito legal, mostrando como se deu essa cultura brasileira em prol do carro, em desfavorecimento dos outros meios de transporte. é um ponto de vista entropológico, mas que ajuda entender de onde vem essa super valorização do automóvel. Enfim, sei que nao tem muito a ver com o texto, diretamente, mas achei interessante, e acho que os leitores de seu blog, tambem o podem achar.

    o endereço é esse:
    http://revistapesquisa.fapesp.br/?art=4331&bd=1&pg=1&lg=

    gde abço!!

  55. denis rb disse:

    Verdade, Chesterton. Esqueci que com você tem que falar bem devagarinho, bem explicadinho.
    Defendo que se descentraliza a atividade econômica. E defendo também que haja o adensamento de população nas áreas onde já há atividade econômica.
    Tá claro agora?

  56. denis rb disse:

    Muito bom texto mesmo, wagner. Obrigado por compartilhar.
    “A ausência de paciência, a pressa tão amiga da imprudência e irmã do acidente, faz parte do estilo brasileiro de dirigir. Ela trai a consciên­cia e a incapacidade para negociar cordialmente e põe a nu a incapacidade que revela a ausência de uma educação, de uma preparação para a igualdade”, Roberto da Matta
    O tom de alguns comentários aqui neste blog trai esse mesmo traço que se observa no trânsito, do qual Da Matta fala. Uma impaciência irritada, superior, como de quem diz “você sabe com quem está falando?”.

  57. Oswaldo disse:

    Denis, ha, esqueci, cuidado com essas propostas de desapropriar e pronto… é muito radical e sem respeito a propriedade de cada um… veja seu caso, o blog eco na Veja se tornou vítima da especulação “maconhária”, não servindo mais ao bem da sociedade e do planeta (segundo os critérios do comitê eco-social pelo bem da humanidade e do planeta). Assim, se não aproveitar melhor esse espaço no centro da web (haha), o blog será desapropriado e você será colocado em algum lugar da periferia da web. O Valor da indenização é o comitê quem define, pois claro que não seria a mão invisível do lobo mau…

  58. Marcelo Azevedo disse:

    Não acredito que vou responder isso, mas beleza…
    Oswaldo,
    1) Não tem especulação maconhária. Tem gente tentando resolver um problema que a forma atual de trabalhar o assunto não conseguiu. Se você quer ficar no meio do tiroteio problema seu, eu to fora.
    2) Já foi mencionada a dificuldade de se operacionalizar tal sistema de desapropriações, embora o argumento ainda não tenha sido explorado a fundo. Mas você é a favor da especulação imobiliária? Mesmo sabendo que ela não ajuda em nada a economia e foi a principal responsável pela crise econômica de 2008?
    Beleza, boa sorte então na compra do seu próximo imóvel…

  59. Chesterton disse:

    Defendo que se descentraliza a atividade econômica. E defendo também que haja o adensamento de população nas áreas onde já há atividade econômica.
    .
    chest- hummm, movimento iô-iô do povo?
    .
    Bem, essa teoria sobre a “automobilisação” do Brasil nos deu um Senna…não é coisa pouca e tem que colocar esse dado na equação.

  60. Chesterton disse:

    “você sabe com quem está falando?”.

    chest- sei, com um engarrafado. Não tem maneira, tem que construis mais rodovias para enriquecer.

  61. Chesterton disse:

    “Pais atiram em bebê por desespero ante o aquecimento global.

    Uma bebê de sete meses, baleada no peito pelos próprios pais, sobreviveu depois de permanecer três dias até ser encontrada pela polícia, na última quinta-feira, na cidade de Goya, norte da Argentina. Francisco Lotero, de 56 anos, e Miriam Coletti, de 23 anos, teriam firmado um pacto de suicídio por temerem os efeitos do aq.global. Assim, eles mataram a tiros o filho de dois anos, balearam a filha de sete meses e se suicidaram (…)” (Fonte: 02/março/2010 Estadão ON Line).

    Este sim é um fato lamentável que ficou conhecido como “aquecimenticídio” (warmcide)M.aM.

  62. Chesterton disse:

    Teoria da conspiração?
    “Na época das negociações e da assinatura [do protocolo], não existia nenhuma evidência de problemas mensuráveis [em que CFCs destruíam o ozônio]. Assim, ao contrário de acordos ambientais do passado, o tratado não foi uma resposta a acontecimentos ou eventos prejudiciais, mas uma ação de precaução em escala global.”. Assim, vemos uma burocracia supranacional que se instalou e se certifica constantemente que os países não possam usar gases refrigerantes que custam apenas US$1,00 o quilograma. Ela obrigou a se usar o seu substituto HCFC, dito ecológico, que custa US$38,00 o quilograma. Nos E.U.A., por exemplo, o segundo produto mais combatido, depois das drogas, é o mercado negro de CFCs. Contudo, esta obrigação vai se exaurir em breve, pois o dito gás ecológico, salvador da “camada de ozônio”, foi agora direcionado ao grupo dos vilões, pois ele é um “contribuinte” do efeito estufa. Desta maneira, já se prepara a obrigação de sua substituição. Neste caso em particular, especula-se que seu substituto vá custar US$128,00 o quilograma. Também não se pode esquecer que não basta apenas trocar o gás dos refrigeradores. Os novos gases nunca funcionarão nos aparelhos antigos, portanto, gera-se a necessidade de trocar todos os aparelhos, um ato extremamente ecológico de proliferação do consumo, como se fez recentemente no Brasil com a história das tomadas e plugues. Essas coisas são recorrentes, pois já ocorreram com o DDT, PCBs, Ascarel, Merthiolate, CFCs etc. Sempre se cria um problema repentino, que force a substituição de um produto-chave, o qual gerara um processo de troca em cadeia.

  63. Marcelo Azevedo disse:

    Chesterton,
    Decida-se.
    Primeiro vc diz que o ambientalismo é coisa das viúvas do socialismo.
    Depois diz que o ambientalismo é uma invenção dos capitalistas selvagens para tirar dinheiro das pessoas, criando um problema para forçar a troca de um produto e gerando consumo.
    Afinal, de que lado você está?

  64. Chesterton disse:

    nem todo mundo que quer ganhar dinheiro o quer honestamente. A elite que quer faturar (Gore)nesse esquema pirâmide é desonesta. Vende gato por lebre. Pesquise no gugl “metacapitalismo”.
    Será que a inventividade humana deu fim ao lixo?
    http://www.flixxy.com/convert-plastic-to-oil.htm

  65. Marcelo Azevedo disse:

    Chesterton,
    Fantástico! Teríamos descoberto algo assim sem a pressão ambientalista?
    Quem não procura, não acha.
    Agora, você fica oscilando entre “ambientalismo é comunista” e “ambientalismo é capitalista”. Se você não é honesto nem consigo mesmo, como vai conseguir convencer alguém de suas idéias?
    Além disso: acabei de ouvir no JN que os principais líderes mundiais disseram no fórum econômico mundial que o capitalismo moderno e a proteção ao meio ambiente não são conflitantes (que é o que estamos dizendo há tempos). Parece que você ficou preso nos anos 70…

  66. Chesterton disse:

    não sei se funciona, nem se é economicamente viável. Mas foi feito para ganhar dinheiro.
    As marés do Ceará como sempre todo ano mudam as areias para cá e para lá, invadindo ruas e casas que são construídas em cima da areia. Qual a noticia do JN?
    – os cientistas afirmam que a subida dos níveis do mar se devem ao aquecimento global.Ponto.
    Você leu aquele texto “After Socialism”? Explica bem a união das elites estáticas mundiais com os ambientalistas melancia. Você já está pronto para outro texto?

  67. Marcelo Azevedo disse:

    Quando falei do JN, me referi à notícia sobre o forum econômico mundial. Não falei dessa outra notícia que você se referiu. Leia direito o que eu escrevi.
    Claro que a recuperação de plástico para óleo foi feito para ganhar dinheiro. É isso que estou dizendo: capitalismo e ambientalismo podem andar de mãos dadas. Os principais líderes mundiais concordaram com isso, hoje, no fórum econômico mundial.
    Sobre o texto, eu estava lendo até perceber que é de 1999, dizia que o Estado social sueco estava em declínio. Aí percebi que era um desses textos ultra-liberais (para quem não sabe, os ultra-liberais são aqueles que defendem a total anarquia econômica). Já que de lá para cá a suécia não acabou nem mudou seu sistema de welfare state, parei de ler. Já que você mencionou, resolvi voltar lá. Quer saber? Para mim é macarthismo pós-guerra fria. E o engraçado é que o texto chama de “estase” a tentativa de mudar as coisas, e de “dinamismo dos mercados” a tentativa de deixar tudo como está (e que nos levou à crise de 2008).
    Eu não sou partidário de idéias radicais, justamente porque o radicalismo é acéfalo. Transforma idéias em dogmas. Nas suas palavras, largue essa “igreja” do ultra-liberalismo, onde todos, inclusive os ambientalistas, são seus inimigos…

  68. hacs disse:

    Oi Denis,

    O texto postado pelo Wagner eh interessante exceto pelo laissez faire presente na velha republica. Supostamente, ao menos pela definicao do termo, o governo nao deveria interferir. Contudo, pelo texto, o governo foi participante na construcao dessa individualidade aa combustao. Concluo que o autor se refere a uma dessas jabuticabas conceituais brasileiras.

    Abs

  69. Chesterton disse:

    os comentários pararam

  70. Chesterton disse:

    Entendi o que você escreveu, só acrescentei outro texto para mostrar a você que o JN faz parte do esquemão globalista que estão aprontando para cima de nós. Os estaticos pretendem manter o status quo mundial, e se você teve a impressão de que eles querem mudanças, só pode ser resultado da eficiente propaganda .

  71. Marcelo Azevedo disse:

    Peço desculpas aos demais por permitir esse desvio do assunto, mas…
    Chesterton,
    Desculpe, mas as últimas grandes reformas na economia sueca foram no início dos anos 90, e jamais foram no sentido de acabar com o estado social. Pode procurar, os ultra-liberais continuam esperneando até hoje…
    A grande verdade é que quando a Suécia vai mal, liberais culpam o tamanho do Estado; quando vai bem, Social-democratas exaltam o sucesso do Estado social. A Suécia é um país como todos os outros, que pode sofrer com as oscilações da economia como qualquer outro. Os EUA, economia mais liberal do mundo, também sofrem. Analisar isso à luz única e exclusivamente do ponto de vista do quão liberais suas economias são, é simplismo. A única utilidade disso é defender o liberalismo econômico. Mas, se tudo na Suécia ia tão bem até os anos 50, por que então ocorreu um movimento social-democrata lá?
    Pelo menos serviu para que eu conseguisse decifrá-lo: você é um ultra-liberal e acredita que o movimento ambiental limita a liberdade do mercado, por isso é contra. Interessante isso: anarquia na economia, mão forte na vida das pessoas (Estado regular sobre drogas?). Esqueça isso, com esse discurso você não vai convencer ninguém por aqui.

  72. Chesterton disse:

    Caro, a Suécia enriqueceu, fez enorme poupança no ´seculo 19 e início do século 20. O socialismo-do-bem-estar-social só fez ir gastando essa reserva, a poupança, até que para enriquecer de novo tiveram que cortar as mordomias. Não tem segredo, capitalismo enriquece uns mais que ouros, socialismo empobrece paulatinamente todos,.
    Eu acho que tem que liberar TODAS AS DROGAS. Liberar só a maconha é hipocrisia. E acho que os viciados em drogas não poderão, nesse caso, usar serviços públicos de saúde. Isso é liberalismo. Todo o resto não é liberalismo.
    Sim, o movimento ambiental limita a liberdade econômica, o Greenpeace está em via de ditar aos agropecuaristas brasileiros o que pode e o que não pode ser cultivado, onde e quando. Não é uma questão de acreditar, é um fato amplamente divulgado. Aliás, é o objetivo dos movimentos ecológicos internacionais, limitar o agro-negócio no Brasil que é muito mais competitivo que o eurpeu-americano.
    Estou ciente que nunca vou “convencer” ninguem de nada por aqui 9como você diz), e é exatamente por isso que não paro de colocar meu ponto de vista.

  73. Chesterton disse:

    Retornando ao tópico, cumpre citar curiosa informação da coluna de Ancelmo Gois, em O Globo:
    Gran Finale
    As enchentes da região serrana do Rio, inclusive com a cheia do rio Paquequer que corta Teresópolis, fizeram Ana Maria machado se lembrar de “O Guarani” tanto a obra de José de Alencar, passada no século XVII, como a ópera de Carlos Gomes.
    E até mesmo um verso da marchinha “História do Brasil” de Lamartine babo (Depois/Ceci amou Peri/Peri beijou Ceci/Ao som…/ Ao som do Guarani.
    É QUE
    Só agora ocorreu a querida escritora que o gran finale do romance é quando Peri salva Ceci e se sacrifica numa cheia catastrófica que arrasta tudo, inclusive casas e árvores, em meio a chuvas torrenciais, deslizamentos, etc…nas águas do rio Paquequer.
    Que coisa.

  74. Marcelo Azevedo disse:

    Como eu disse, a questão sueca depende de quem narra: se é um liberal ou se é um social democrata… vindo de você, sabemos qual a conclusão. Isso não quer dizer que eu ache que o sistema sueco é necessariamente o melhor… Só para esclarecer, sou a favor do liberalismo econômico assim como sou a favor das liberdades individuais: precisam ser reguladas para impedir que um invada a do outro. Liberdade econômica absoluta cria especulação, derivativos, alavancagem, tudo isso que vimos nos levar à crise de 2008. Tem que haver limite em tudo.
    Se o Greenpeace tivesse tanta força quanto você acha que tem, ninguém mais comia sushi no Japão…
    É esse o problema: você não está aqui para discutir, está para impor seu ponto de vista. Não está aqui para debater, está aqui para impedir que outros debatam. Está aqui para “ensinar”. Tudo o que você está conseguindo é se transformar em figura bizarra, fazendo ataques pessoais ao blogueiro. Você vai precisar de mais do que isso para ser ouvido, e está em vias de começar a ser ignorado… Só eu ainda tenho paciência para discutir com você.

  75. Chesterton disse:

    Não estou aqui para impor nada, vocês dizem as bobagens que querem e eu mostro a realidade nua e crua dos fatos. “Duê-la a quem duê-la”.

  76. Marcelo Azevedo disse:

    Até o momento, vi muitas “opiniões”, mas poucos “fatos”.

  77. Chesterton disse:

    vá ler um pouco da coluna do Reinaldo Azevedo.

  78. Marcelo Azevedo disse:

    Eu leio muito o Reinaldo Azevedo.
    Eu só o filtro… porque ele é tão radical quanto os petralhas que ele tanto odeia! Precisamos dele porque é um dos poucos a fazer oposição de verdade no Brasil… mas nem por isso preciso concordar com tudo o que ele diz. Além disso se esse blog aqui fosse tão democrático quanto o blog do Reinaldo, você nunca conseguiria postar um comentário rsrsrs!
    Os argumentos dele com relação ao ambientalismo são iguais aos seus (mas em geral excluem as suas teorias conspiratórias)… e eu discordo deles pelos mesmos motivos. Acho que podemos questionar se as mudanças climáticas são antropogênicas ou não, mas não dá para deixar de notar que o mundo está mudando. E acho que há muitos motivos além do clima para que o meio ambiente seja preservado. Por isso acho sua luta para desconstruir o ambientalismo uma imensa bobagem.

  79. Chesterton disse:

    Ei, mas eu tambem acho que o mundo está mudando….como sempre mudou, indiferente da presença do homem. Vá ver os ciclos solares….

  80. Márcia Morsch disse:

    Rio, solo, natureza temos que respeitar e zelar com certeza, ter consciência que devemos começar com nossas ações mesmo que pequenas…mas é um começo para evitarmos enchente e poluição dos rios que é a nossa vida “Água ” O homem tem que parar mais para pensar e refletir sobre os seus erros e feitos contra a natureza. Investir e prevenir contra as catástrofes. Já estamos vivenciando essa triste realidade.

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